INTERVENÇÃO NA CONSCIÊNCIA FONÓLOGICA E VOCABULÁRIO EM CRIANÇAS DE BAIXA RENDA EM FASE DE ALFABETIZAÇÃO.
linguagem infantil, leitura, aprendizagem, vocabulário, intervenção precoce (educação), classe social.
Introdução: O Brasil possui dados preocupantes com relação a desempenho de estudantes em provas de leitura. As habilidades do processamento fonológico, especialmente a consciência fonológica, bem como a habilidade linguística que envolve o vocabulário, são importantes preditores para o desenvolvimento de leitura. Estudos interventivos têm contribuído para as evidências quanto a estes aspectos, principalmente para crianças em maior vulnerabilidade social. Objetivo: Verificar a efetividade da intervenção em consciência fonológica e vocabulário em crianças com baixa renda no início da alfabetização. Método: trata-se de um estudo intervencional, longitudinal, retrospectivo e documental, realizado por meio da coleta de um banco de dados de avaliações de crianças do 1° ano do Ensino Fundamental I de três Escolas Municipais da Cidade de Natal/RN. Participaram 127 crianças com idades entre 6 e 7 anos, de ambos os sexos, distribuídos em dois grupos: grupo intervenção (GI): 40 escolares submetidos a intervenção na consciência fonológica e vocabulário e, grupo controle (GC): 87 por crianças não expostas ao processo interventivo, mas receberam o processo de alfabetização no contexto escolar no mesmo período. Para as avaliações comparativas de pré e pós intervenção foram analisadas as habilidades de consciência fonológica, nomeação automática rápida, memória operacional fonológica, identificação de letras e vocabulário expressivo. As intervenções ocorrem durante 15 encontros, aplicadas pelo pesquisador juntamente com o professor em sala de aula, 3 vezes por semana durante 5 semanas, com duração de 60 minutos, no horário da aula. As atividades eram lúdicas e multissensoriais, seguiam sequência hierárquica das habilidades silábicas e fonêmicas, bem como vocábulos seguidos por livros infantis selecionados pela equipe de pesquisadores e escola. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, testes não paramétricos: teste Mann-Whitney, para comparação intergrupos, e Wilcoxon, para comparação intragrupo, com valor significativo de p<0,05 e intervalos com 95% de confiança estatística. Resultados parciais: No GI houve melhora de desempenho estatisticamente significante após a intervenção em consciência fonológica (fonêmica, silábica e total), RAN de dígitos e letras, memória operacional fonológica em dígitos de ordem direta e inversa e identificação de letras. No GC, houve melhora em todas as habilidades do processamento fonológico e de vocabulário expressivo nas categorias semânticas vestuário, alimentos, animais, transportes, locais e brinquedos. Na comparação entre grupos no período pré-intervenção houve diferença estatisticamente significante apenas na consciência silábica e na pós-intervenção não houve diferença entre os grupos