AVALIAÇÃO DA TRAJETÓRIA DE USO DOS APARELHOS DE AMPLIFICAÇÃO SONORA INDIVIDUAL POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Reabilitação da Deficiência Auditiva; Auxiliares de Audição; Criança; Família; Cooperação e Adesão ao Tratamento
Objetivo: Avaliar a trajetória de uso dos Aparelhos de Amplificação Sonora Individual em um grupo de crianças com deficiência auditiva reabilitadas em um centro de reabilitação do SUS. Método: aprovado em CEP institucional sob o número 5.924.421. Trata-se de uma pesquisa de método misto, metodológico, retrospectivo e transversal. A amostra foi constituída por 32 crianças com perda auditiva sensorioneural de graus leve a profundo e seus respectivos responsáveis. No estudo 1, com desenho metodológico, é apresentada como Artigo 1, a adaptação transcultural do inventário Parent Hearing Aid Management Inventory para o português brasileiro. Foram realizadas duas etapas e oito passos para a consecução da adaptação: obtenção de permissão dos autores; formação de um comitê de especialistas que atuaram em alguns dos passos para a validação da tradução, tradução por 2 tradutores proficientes, síntese das traduções e avaliação das equivalências, tradução reversa e síntese das mesmas, estudo piloto com 10 famílias para verificar-se a aplicabilidade do instrumento e síntese da versão final do instrumento. No estudo 2, foi caracterizada a trajetória do tempo de uso dos aparelhos de amplificação sonora individual, por meio da coleta de dados do prontuário, nos anos de 2019, 2022 e coleta do datalogging atual. Por meio de uma planilha no Excel®, foi realizada a tabulação de dados de 86 prontuários. Destes 86, constatou-se que havia a informação completa em 32 prontuários. Foram aplicados os testes estatísticos para avaliar a normalidade dos dados e a ANOVA de medidas repetidas para verificação da variação no tempo de uso no período avaliado. Resultados: a adaptação do inventário, em português brasileiro, denominado Inventário de Manejo dos Aparelhos Auditivos pela Família foi apresentada (Artigo 1). Quanto à trajetória de uso dos dispositivos não houve variação estatisticamente significativa no tempo de uso dos AASIs nas medidas realizadas nos anos de 2019, 2022 e 2023, sendo observado que o ano de 2019 foi o período em que as crianças utilizaram os dispositivos menos do que10h/dia, abaixo do ideal para a aquisição e desenvolvimento das habilidades de audição e de linguagem. Alguns indivíduos estão em alerta para o uso, visto que nos 3 períodos avaliados eles permaneceram em uso insuficiente dos dispositivos. As crianças que mantiveram uso abaixo do recomendado estão em risco para o desenvolvimento auditivo e de linguagem. Conclusão: a adaptação do inventário PHAMI para o português brasileiro e a análise da trajetória de uso dos dispositivos auditivos em crianças traz contribuições para a reabilitação auditiva na infância em nosso país. O monitoramento do uso dos dispositivos auditivos é essencial e deve fazer parte da rotina nos serviços de reabilitação auditiva, como forma de garantir planejamentos terapêuticos assertivos e efetividade de resultados para esta população. Estudos de seguimento e multicêntricos são relevantes para potencializar o uso de dispositivos auditivos na população infantil com deficiência auditiva.