ESTUDO TÉRMICO E DE MATERIAIS DE UM BLOCO PARA CONSTRUÇÃO DE CASAS POPULARES, CONFECCIONADO A PARTIR DE UM COMPOSTO A BASE DE GESSO, EPS E RASPA DE PNEU
casas populares, baixa renda, compósito, conforto térmico, materiais recicláveis.
Foi construída uma casa experimental em um terreno da UFRN a partir de blocos confeccionados utilizando um compósito constituído de gesso, EPS, borracha triturada e areia. Foram confeccionados diversos blocos a partir de composições variadas e foram efetuados testes preliminares de resistência mecânica e térmica, escolhendo-se a proporção mais apropriada. Construída a referida casa, foram realizados estudos de desempenho térmico a fim de verificar as condições de conforto. Os blocos foram assentados encaixados uns nos outros como se fossem peças de “lego”. Foram utilizadas garrafas PET no interior das paredes a fim de proporcionar resistência térmica. Neste trabalho, uma segunda função foi conferida às garrafas: a de servir de encaixe entre os blocos, pois as extremidades das garrafas saíam de cada bloco tanto na parte superior, como também na inferior, sendo a extremidade inferior seccionada, permitindo o encaixe na extremidade superior da garrafa em outro bloco. Foram realizados ensaios de compressão mínima segundo as normas da ABNT para blocos destinados ao fechamento de paredes (blocos de vedação). Montada a casa, foi realizada uma análise de conforto térmico, verificando-se as temperaturas externa e interna nas paredes e a temperatura ambiente, dentre outras variáveis, tais como a velocidade do vento e a umidade relativa do ar. Ao término dos experimentos, ficou evidente a eficácia da construção no sentido de proporcionar conforto término no ambiente interno da casa, bem como foi confirmada a viabilidade da construção de casas populares a partir de materiais recicláveis, reduzindo-se o custo construtivo, sendo uma alternativa apropriada para famílias de baixa renda. O bloco confeccionado apresentou bom isolamento térmico do ambiente, apresentando as paredes, diferenças de até 11,7º C entre as faces externa e interna, ficando a temperatura máxima interna da casa em torno de 31°C, dentro da chamada zona de conforto térmico para regiões de clima quente. Ademais, além do baixo custo, a proposta representa uma alternativa para o aproveitamento de diversos materiais recicláveis, sendo ecologicamente correta.