COMPÓSITOS POLIMÉRICOS REFORÇADOS POR TECIDOS MULTIAXIAIS ACOPLADOS: ANISOTROPIA, CONFIGURAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
Materiais Compósitos; Tecidos Multiaxiais Acoplados; Propriedades Mecânicas; Furo Central; Concentração de Deformação.
A indústria relacionada aos materiais compósitos tem presenciado um rápido crescimento nos últimos anos. Na indústria aeroespacial, por exemplo, Airbus e Boeing demonstram considerável incremento no uso de compósitos em suas aeronaves. No setor automotivo, as companhias começaram a utilizar compósitos nas suas produções em série. É nesse cenário que se posiciona e se propõe esta Tese de Doutorado. Uma vez que o ramo de aplicações dos materiais compósitos poliméricos não para de crescer, se faz necessário amplo conhecimento e domínio sobre as suas características e seus comportamentos, bem como uniformizar as informações concernentes a essa classe de materiais, de modo que sua resposta nas mais diversas condições de uso possa ser prevista em todos os seus termos e projetada com sucesso. Nesse sentido, a proposta desta Tese de Doutorado é determinar a influência na resposta mecânica de laminados compósitos a base de tecidos multiaxiais acoplados de fibras de vidro-E e matriz epóxi éster vinílica, quando em presença de descontinuidade geométrica, aqui caracterizada por um furo circular. Nesse estudo do fenômeno da Concentração de Tensões é dado ênfase ao comportamento da deformação na vizinhança do furo, tendo em vista a característica do tecido de reforço ter suas camadas básicas acopladas através de fios de costura, tornando-os mais compactos em sua capacidade de suporte de carga. Esse estudo é desenvolvido a partir da medição das deformações na vizinhança do furo, utilizando a técnica de medição por Extensometria, frente aos ensaios de tração uniaxial. Por fim, serão apresentados os resultados em termos quantitativos sobre o efeito da presença da descontinuidade geométrica, mediante os cálculos da Resistência Residual (RS), do Módulo Residual (RM) e dos Fatores de Concentração de Tensão (K, calculados a partir de variados métodos analíticos), além da determinação dos perfis das deformações (obtidos das leituras dos extensômetros) na vizinhança do furo nos laminados em estudo e em todas as condições de análise. Esses perfis são validados a partir da solução analítica, em termos de distribuição da tensão, proposta por Lekhnitskii (1968) e Konish e Whitney (1975), amplamente utilizada para materiais ortotrópicos, e adaptada para apresentar a distribuição das deformações. Essa adaptação foi validada com sucesso, de modo a utilizar o perfil das deformações em comparação com os dados obtidos experimentalmente com os extensômetros. Ao ser efetuada a comparação entre os valores medidos experimentalmente e os perfis analíticos das deformações, para todas as orientações de ambos os laminados, observou-se pouca interferência dos valores de K adotados para a obtenção das curvas analíticas, bem como boa concordância entre os valores obtidos pelos extensômetros e o modelo analítico, em todas as orientações dos corpos de prova, para ambos os laminados.