A EXPRESSÃO TECTÔNICA NA CONTEMPORANEIDADE: Um Estudo sobre os Edifícios-Cidades do BIG.
Tectônica; poética construtiva; tectônica digital; métodos de análise gráficas; redesenho; análise de projetos; Bjarke Ingels Group.
A arquitetura contemporânea caracteriza-se pela pluralidade de abordagens formais e conceituais, impulsionada por transformações sociais, tecnológicas e ambientais. Nesse contexto, observa-se a ascensão dos grandes edifícios, também denominados edifícios-cidades, que articulam múltiplas funções e ampliam a escala arquitetônica, alterando as dinâmicas urbanas. Essas construções frequentemente desafiam os limites entre técnica, materialidade e expressão formal, exigindo novas interpretações sobre a relação entre estrutura e significado arquitetônico. Diante desse cenário, esta tese investiga a expressão tectônica na contemporaneidade, considerando as implicações das grandes escalas edificadas na materialização e significação da poética construtiva. A pesquisa parte da seguinte questão central: como o caráter tectônico se expressa na arquitetura contemporânea, especificamente em edifícios-cidades? O objetivo geral consiste em refletir sobre a importância da poética construtiva na estrutura formal da arquitetura produzida entre os anos de 2005 e 2025, contribuindo para o debate sobre suas especificidades e singularidades. Os objetivos específicos incluem: compreender a poética construtiva na estrutura formal de edifícios-cidades contemporâneos; identificar parâmetros analíticos que possibilitem a leitura tectônica de projetos arquitetônicos; e avaliar o caráter tectônico presente em obras do escritório BIG. A metodologia articula revisão bibliográfica, análise gráfica formal, (re)desenhos e modelagens digitais. A aplicação de ferramentas computacionais no processo analítico permitiu aprofundar a leitura das relações tectônicas, favorecendo a compreensão da materialidade e da estrutura como elementos narrativos do espaço arquitetônico. Foram analisados três edifícios: a 8 House (Copenhague, 2006), o VIA 57 West (Nova Iorque, 2016) e o Sluishuis (Amsterdã, 2022), selecionados por suas características formais, dimensionais, funcionais e pelo diálogo com o entorno urbano. Os resultados indicam que a tectônica contemporânea nesses edifícios transcende a expressão estrutural visível, emergindo como resultado de decisões projetuais que integram sistemas construtivos, eficiência funcional, conectividade espacial e expressão simbólica. A análise revela que a vivência e a experimentação da tectônica digital configuram não apenas um conceito teórico, mas uma experiência perceptiva do edifício, acessível por meio de instrumentos analíticos digitais. Conclui-se que as obras do BIG articulam de forma singular tradição e inovação, consolidando um campo fértil para o debate sobre a tectônica na contemporaneidade e contribuindo para o desenvolvimento de abordagens críticas e analíticas acerca dos modos atuais de conceber, representar e construir a arquitetura.