O perfil do egresso do curso de Engenharia Elétrica da UFRN, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais (Res. Nº 02/2019), é fundamentado em características essenciais que visam formar profissionais completos e preparados para os desafios do mercado. Os graduados devem ter uma visão holística e humanista, sendo críticos, reflexivos, criativos, cooperativos e éticos, com uma forte formação técnica. Devem estar aptos a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas tecnologias, demonstrando uma atuação inovadora e empreendedora.
Além disso, os egressos devem ser capazes de reconhecer as necessidades dos usuários, formulando, analisando e resolvendo, de forma criativa, problemas de Engenharia. É fundamental que adotem perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática, considerando aspectos globais, políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e de segurança e saúde no trabalho. Por fim, é esperado que atuem com isenção e comprometimento com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável.
A estrutura curricular do curso proporciona um conjunto sólido e coerente de componentes que abrangem os conhecimentos específicos necessários para as quatro vertentes oferecidas: Automação, Eletrônica, Eletrotécnica e Telecomunicações. Essa abordagem visa garantir o perfil desejado do egresso e desenvolver as competências e habilidades técnicas esperadas. Durante o curso, são adotadas atividades específicas que fortalecem habilidades de comunicação oral e escrita, além de liderança, gerenciamento, gestão de negócios e supervisão. O trabalho em equipe, a participação em organizações de representação estudantil e em órgãos colegiados, assim como o envolvimento com a Empresa Júnior, são incentivados.
O Curso de Engenharia Elétrica da UFRN já formou mais de 1.600 engenheiros eletricistas que atuam nas áreas de Eletrotécnica, Eletrônica, Telecomunicações e Automação. Uma parcela significativa desses profissionais encontrou oportunidades nas empresas operadoras de energia e telecomunicações do estado, impulsionadas pela expansão de seus sistemas. Recentemente, a demanda por profissionais na área de energias renováveis, como geração eólica e solar, tem crescido, assim como nas áreas de petróleo, gás, indústrias locais e empresas de serviços de tecnologia.
É impossível falar sobre a história das principais empresas estaduais de energia e telecomunicações sem mencionar a significativa presença dos egressos do curso, que desempenharam papéis fundamentais na estruturação técnica dessas organizações, contribuindo para o desenvolvimento empresarial e a formulação de projetos-chave que permanecem em execução.
A atuação dos engenheiros eletricistas também se estende às esferas governamentais, em níveis local, regional e nacional. Sua participação em Secretarias Técnicas, Assessorias, Empresas Portuárias, Petrobrás, Eletrobrás, Anatel e outras instituições é marcante. A abordagem empreendedora desses profissionais tem possibilitado a realização de importantes projetos governamentais e privados, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico da região, a modernização das tecnologias utilizadas e a melhoria das condições de vida da sociedade.
Uma parcela expressiva dos egressos se envolve em empreendimentos na área, enquanto outros se dedicam à docência e à pesquisa em universidades, escolas técnicas, laboratórios e institutos de tecnologia. Atualmente, há egressos atuando como professores em departamentos de Engenharia Elétrica de universidades no Rio Grande do Norte, na região Nordeste e em outras partes do país. A maioria dos docentes do Departamento de Engenharia Elétrica é composta por ex-alunos do curso, muitos dos quais lecionam também em Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs) e no Centro de Tecnologia do Gás.
O curso valoriza e incentiva a construção de relacionamentos e parcerias com o setor produtivo por meio de convênios, projetos, cursos de especialização, estágios de alunos e professores em empresas, assessorias e consultorias. Essa valorização da interação entre universidade, mercado e sociedade assegura que o curso e seus docentes estejam sempre alinhados com a realidade do mercado de trabalho e as demandas sociais emergentes.
Os egressos dos cursos de Engenharia de nossa instituição são formados com base nas competências e habilidades estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Engenharia, conforme as Resoluções CNE/CES Nº 2/2019 e Nº 01/2021.
De acordo com a Resolução nº 02, de 24 de abril de 2019, os cursos de graduação em Engenharia devem contemplar as seguintes competências gerais:
o CG1: Formular e conceber soluções de engenharia: Analisar e compreender os usuários dessas soluções e seu contexto, sendo capaz de utilizar técnicas adequadas de observação, registro e análise das necessidades dos usuários em seus contextos sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos. Isso inclui (a) formular, de maneira ampla e sistêmica, questões de engenharia que considerem o usuário e seu contexto, e (b) conceber soluções criativas utilizando técnicas apropriadas.
o CG2: Analisar e compreender fenômenos físicos e químicos: Utilizar modelos simbólicos, físicos e outros, que sejam verificados e validados por experimentação. O engenheiro deve ser capaz de (a) modelar fenômenos e sistemas físicos e químicos utilizando ferramentas matemáticas, estatísticas, computacionais e de simulação; (b) prever resultados dos sistemas com base nos modelos; (c) conceber experimentos que gerem resultados reais sobre o comportamento dos fenômenos e sistemas em estudo; e (d) verificar e validar os modelos através de técnicas adequadas.
o CG3: Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos, componentes ou processos: O profissional deve ser capaz de (a) criar soluções criativas, viáveis técnica e economicamente, para os contextos de aplicação; (b) determinar os parâmetros construtivos e operacionais das soluções de engenharia; e (c) aplicar conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia.
o CG4: Implantar, supervisionar e controlar soluções de engenharia: Isso envolve (a) aplicar conceitos de gestão no planejamento, supervisão, elaboração e coordenação da implantação das soluções; (b) gerir tanto a força de trabalho quanto os recursos físicos, incluindo materiais e informações; (c) desenvolver uma sensibilidade global nas organizações; (d) projetar novas estruturas empreendedoras e soluções inovadoras para problemas; e (e) realizar avaliações crítico-reflexivas sobre os impactos das soluções de engenharia nos contextos social, legal, econômico e ambiental.
o CG5: Comunicar-se eficazmente: O engenheiro deve ser capaz de expressar-se adequadamente nas formas escrita, oral e gráfica, tanto na língua materna quanto em outros idiomas, utilizando consistentemente tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), mantendo-se atualizado sobre métodos e tecnologias disponíveis.
o CG6: Trabalhar e liderar equipes multidisciplinares: Deve ser capaz de (a) interagir com diferentes culturas, facilitando a construção coletiva em equipes, presenciais ou a distância; (b) atuar de forma colaborativa, ética e profissional em equipes multidisciplinares, tanto localmente quanto em rede; (c) gerenciar projetos e liderar grupos de maneira proativa, definindo estratégias e construindo consenso; (d) reconhecer e conviver com diferenças socioculturais em diversos contextos; e (e) preparar-se para liderar empreendimentos em todos os aspectos de produção, finanças, pessoal e mercado.
o CG7: Conhecer e aplicar com ética a legislação e atos normativos: O engenheiro deve (a) compreender a legislação, ética e responsabilidade profissional, avaliando os impactos das atividades de engenharia na sociedade e no meio ambiente; e (b) atuar sempre respeitando a legislação, garantindo que isso ocorra também no contexto em que estiver inserido.
o CG8: Aprender de forma autônoma e lidar com situações complexas: Isso inclui (a) adotar uma atitude investigativa e autônoma, visando à aprendizagem contínua, produção de novos conhecimentos e desenvolvimento de novas tecnologias; e (b) aprender a aprender.
Com base nas diretrizes nacionais para os cursos de engenharia e no documento de apoio ao Enade que dispõe sobre o componente específico para a área de Engenharia Elétrica e nas competências já existentes nos PPCs anteriores do curso, o NDE traçou as competências básicas (CB) que precisam ser trabalhadas ao longo do currículo do curso para atingir o perfil do egresso desejado.
o CB1: compreensão sólida dos princípios fundamentais da engenharia elétrica, abrangendo circuitos, sistemas de potência, eletrônica e controle;
o CB2: habilidade no uso de ferramentas especializadas, incluindo simuladores, software CAD e dispositivos de medição;
o CB3: aptidão para identificar, analisar e resolver problemas técnicos e de engenharia de forma eficiente;
o CB4: avaliação de problemas e desenvolvimento de soluções com uma abordagem lógica e sistemática;
o CB5: planejamento, desenvolvimento e execução de sistemas elétricos e eletrônicos, desde a concepção até a implementação;
o CB6: competência para gerenciar projetos, incluindo coordenação de equipes, gestão de recursos e cumprimento de prazos;
o CB7: capacidade de comunicar conceitos técnicos de maneira clara e eficaz, tanto verbalmente quanto por escrito;
o CB8: habilidade para colaborar de forma eficaz com colegas e profissionais de diversas áreas em projetos multidisciplinares;
o CB9: disposição e capacidade para se manter atualizado com as novas tecnologias e tendências emergentes na engenharia elétrica;
o CB10: capacidade para buscar informações, aprender de forma autônoma e tomar a iniciativa em projetos e desafios técnicos;
o CB11: compromisso com a qualidade e segurança no desenvolvimento de soluções técnicas, respeitando normas e regulamentações vigentes;
o CB12: habilidade para planejar e organizar atividades de maneira eficaz, definindo metas claras e gerenciando o tempo de forma eficiente;
o CB13: capacidade de tomar decisões informadas e fundamentadas com base em dados e análises técnicas.
Neste contexto, o curso de Engenharia Elétrica da UFRN se propõe a formar Engenheiros de Eletricistas com conhecimentos necessários para o desenvolvimento das seguintes competências específicas (CE):
o CE1: habilidade para projetar, analisar e otimizar circuitos elétricos, tanto analógicos quanto digitais;
o CE2: competência no uso de softwares de simulação para modelar e testar circuitos elétricos e eletrônicos;
o CE3: conhecimento sobre os processos e equipamentos envolvidos na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica;
o CE4: habilidade para realizar análises de sistemas de potência, como fluxo de carga, curto-circuito e estabilidade;
o CE5: competência para projetar e analisar conversores de energia, inversores e reguladores de tensão;
o CE6: habilidade para aplicar técnicas de controle em máquinas e equipamentos elétricos, como motores e geradores;
o CE7: conhecimento de sistemas de controle automático, incluindo o projeto de controladores PID e sistemas de controle em malha fechada;
o CE8: competência em programar e utilizar controladores lógicos programáveis (CLPs) e sistemas de supervisão e aquisição de dados (SCADA);
o CE9: habilidade para utilizar e calibrar instrumentos de medição elétrica, como osciloscópios, multímetros e analisadores de espectro;
o CE10: competência em coletar, analisar e interpretar dados experimentais para suportar decisões técnicas e de projeto;
o CE11: conhecimento sobre diferentes fontes de energia renovável, como solar, eólica e hidráulica, e suas aplicações práticas;
o CE12: habilidade para avaliar e minimizar o impacto ambiental das tecnologias e sistemas de engenharia elétrica;
o CE13: competência para projetar e implementar sistemas de proteção e segurança em instalações elétricas, como disjuntores e relés de proteção;
o CE14: habilidade para monitorar e melhorar a qualidade da energia elétrica em sistemas de distribuição e transmissão;
o CE15: habilidade para projetar, analisar e otimizar circuitos elétricos, tanto analógicos quanto digitais;
o CE16: habilidade para projetar e desenvolver produtos eletrônicos, desde protótipos até produtos finais;
o CE17: em gerenciar projetos de engenharia elétrica, incluindo planejamento, execução e controle de projetos;
o CE18: conhecimento das normas e regulamentações aplicáveis à engenharia elétrica, garantindo que projetos e práticas estejam em conformidade com os requisitos legais e de segurança;
o CE19: competência em realizar experimentos e trabalhos de laboratório para validar teorias e conceitos aprendidos em sala de aula;
o CE20: habilidade para realizar manutenção e diagnóstico de falhas em sistemas elétricos e eletrônicos.
As competências aqui descritas, encontram-se detalhadas nos Quadros 01 e 02 do Apêndice II do PPC. Nos referidos quadros, encontram-se descritas também as habilidades, componentes curriculares associados, atividades acadêmicas e diretrizes de avaliação de cada uma das competências aqui mencionadas.
O Projeto Pedagógico do Curso de Engenharia Elétrica foi reestruturado observando a Resolução nº 2, de 24 de abril de 2019, que Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia e levando em consideração aspectos específicos dos discentes que ingressam no curso e a Resolução CONSEPE Nº 048/2020 que aprova a política de melhoria da qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos pela UFRN, de 08 de setembro de 2020, apresentando um arranjo curricular inovador.
Para atender ao perfil desejado do egresso, o currículo do Curso de Engenharia Elétrica é estruturado com uma forte ênfase na interdisciplinaridade, organizada em três núcleos: básico, específico e profissional. Essa abordagem integrada garante uma formação sólida e abrangente, essencial para o desenvolvimento de competências na área.
O núcleo básico é composto por componentes curriculares fundamentais, como matemática, física e química, que estabelecem uma base sólida de conhecimentos essenciais. Os conteúdos adquiridos neste núcleo são posteriormente aplicados nos componentes do núcleo específico, que inclui componentes obrigatórios para todas as engenharias, assegurando uma compreensão ampla e integrada das diversas áreas do conhecimento.
No núcleo profissional, são abordadas as distintas atribuições do Engenheiro Eletricista, como a elaboração e desenvolvimento de projetos elétricos para diferentes instalações, análise de eficiência energética, dimensionamento de equipamentos e supervisão da instalação e manutenção de sistemas elétricos. Essa segmentação permite que os alunos se especializem e adquiram habilidades diretamente aplicáveis ao mercado de trabalho.
Para que a interdisciplinaridade seja efetiva, a coordenação e os docentes do curso promovem discussões semestrais para revisar, esclarecer e adaptar os conteúdos, garantindo que os componentes dialoguem de maneira significativa. Essa prática não só enriquece o aprendizado, mas também permite que os alunos vejam a relevância prática de cada componente em contextos reais. A flexibilidade do currículo é um aspecto importante, permitindo que os estudantes escolham componentes optativos que se alinhem com seus interesses e objetivos profissionais. Isso é fundamental em um campo em constante evolução, como a engenharia elétrica.
A articulação entre teoria e prática é outro pilar da formação, com a incorporação de atividades práticas e laboratoriais que possibilitam aos alunos aplicar os conceitos teóricos em situações concretas. Os laboratórios são utilizados em diversas disciplinas, como Circuitos Elétricos, Máquinas Elétricas, Eletrônica, e Sistemas de Controle, proporcionando uma experiência prática que complementa o conhecimento teórico.
As atividades práticas e de laboratórios, conforme previstos na DCN 2/2019, serão contempladas conforme apresentado no quadro abaixo:
Quadro 05 - Componentes com atividades práticas e laboratoriais
Laboratórios |
Código/Nome dos Componentes |
Laboratório de Química (IQ) |
QUI0312 – Química Experimental (obrigatório) |
Laboratório de Física (DFTE) |
FIS0821 – Laboratório de Física I (obrigatório) FIS0822 – Laboratório de Física II (obrigatório) FIS0823 – Laboratório de Física III (obrigatório) |
Laboratório de Informática (DCA) |
DCA3201 – Programação Avançada (obrigatório) |
Laboratório de Eletrotécnica (DEE) |
ELE0506 – Circuitos Elétricos (obrigatório) ELE0513 – Análise de Sistemas de Potência I (obrigatório) ELE0523 – Instalações Elétricas (obrigatório) ELE0645 – Geração de Energia Elétrica (obrigatório) |
Laboratório de Eletrônica (DEE) |
ELE0518 – Laboratório de Sistemas Digitais (obrigatório) ELE0519 – Laboratório de Circuitos Eletrônicos (obrigatório) ELE0624 – Microeletrônica (optativo) |
Laboratório de controle e automação (DEE) |
ELE0521 – Sistemas de Controle I (obrigatório) ELE0522 – Sistemas de Controle II (obrigatório) ELE0605 – Controladores Lógicos Programáveis (optativo) |
Laboratório de Telecomunicações (DEE) |
ELE0510 - Princípios de Telecomunicações I (obrigatório) ELE0583 – Laboratório de Comunicações I (optativo) ELE0584 – Laboratório de Comunicações II (optativo) |
Laboratório de acionamento de máquinas (DEE) |
ELE0520 – Máquinas Elétricas I (obrigatório) ELE0644 – Máquinas Elétricas II (optativo) |
Laboratório de Proteção e Qualidade de Energia – LPQE (DEE) |
ELE0651 – Qualidade da Energia Elétrica (optativo) ELE0641 – Proteção de Sistemas Elétricos de Potência (optativo) ELE0646 – Substações de Energia Elétrica (optativo) |
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
As avaliações da aprendizagem no Curso de Graduação em Engenharia Elétrica são realizadas de forma a cultivar o pensamento crítico e reflexivo, desenvolver capacidades teórico-conceituais, resolver problemas complexos e desenvolver competências tecnológicas, conforme os objetivos e os conteúdos do componente curricular. O tipo de instrumento de avaliação utilizado pelo docente considera a sistemática de avaliação do projeto pedagógico do curso, a natureza do componente curricular e as especificidades da turma.
Os instrumentos de avaliação incluem provas e exames individuais, com pelo menos uma avaliação escrita obrigatória, além de trabalhos em grupo como relatórios, apresentações orais, seminários, projetos e exercícios de fixação. Cada componente curricular adotará formas de avaliação compatíveis com as competências e habilidades a serem desenvolvidas.
No contexto do Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a avaliação é entendida como um processo que evidencia a consecução dos objetivos propostos, não se limitando à medição do desempenho final por meio de instrumentos padronizados. A análise do processo de ensino-aprendizagem é fundamental para o planejamento de novos mecanismos e instrumentos que promovam o desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos.
A avaliação considerará os processos de aprendizagem do aluno, levando em conta as escolhas pedagógicas dos professores, as diretrizes curriculares nacionais e a cultura institucional, visando superar eventuais dificuldades. Além da classificação, a avaliação terá uma função diagnóstica, planejando situações para desenvolver competências e habilidades desejadas.
As avaliações são elaboradas considerando as especificidades dos discentes, promovendo a flexibilização no processo de ensino-aprendizagem e criando um ambiente inclusivo. Métodos diversos, além das avaliações escritas obrigatórias, como trabalhos em grupo, permitem que alunos com diferentes habilidades se destaquem. A flexibilização também se manifesta em adaptações para alunos com necessidades específicas, incluindo prazos estendidos, uso de recursos tecnológicos assistivos ou modificação do formato das avaliações.
A avaliação é vista como um processo contínuo que analisa o progresso ao longo do curso, identificando e superando obstáculos desde o início. A avaliação diagnóstica é crucial para entender o contexto e as particularidades de cada aluno, promovendo um aprendizado mais efetivo.
De acordo com os objetivos do curso e a natureza dos componentes curriculares, o processo de avaliação incluirá instrumentos que identifiquem a aplicação dos conhecimentos na solução de problemas e provejam os alunos de recursos para aprendizagens mais complexas. Avaliações sistemáticas são incentivadas desde o início do componente curricular para detectar obstáculos precocemente. Os resultados das avaliações devem ser discutidos com os estudantes, esclarecendo dúvidas sobre notas, conhecimentos, habilidades, objetivos e conteúdos avaliados. O desempenho final será expresso conforme a legislação vigente da UFRN.
AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
A Coordenação do Curso de Engenharia Elétrica, em colaboração com o Núcleo Docente Estruturante (NDE) e o Departamento de Engenharia Elétrica, recorre à Comissão Própria de Avaliação (CPA) sempre que necessário. Em 2017, foi realizada uma oficina para promover a autoavaliação do curso, visando melhorias no processo de ensino-aprendizagem e avanços no sistema de avaliação do Ministério da Educação. O curso também conta com a orientação didático-pedagógica da PROGRAD, através da Diretoria de Desenvolvimento Pedagógico (DDPed), para a elaboração do atual Projeto Pedagógico e Reestruturação Curricular. Anualmente, conforme a Resolução Nº 048/2020-CONSEPE, que aprova a política de melhoria da qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação oferecidos pela UFRN, é realizada a Semana de Avaliação e Planejamento (SAP) do curso, além da elaboração e implementação do Plano de Ação Trienal dos Cursos de Graduação (PATCG).
O NDE do curso de Engenharia Elétrica foi estabelecido em 2011, de acordo com a Resolução Nº 124/2011/CONSEPE/UFRN. Sua composição atual, definida pela Portaria Nº 17, de 28 de junho de 2022, é formada por professores das quatro áreas de abrangência do curso (Sistemas de Potência, Eletrônica, Telecomunicações e Controle e Automação), além do coordenador e vice-coordenador, todos com titulação acadêmica de doutor. O coordenador do curso atua como presidente do NDE, que é um órgão consultivo responsável pela concepção, consolidação e atualização do Projeto Pedagógico do Curso. As atribuições do NDE incluem zelar pelo cumprimento das diretrizes curriculares nacionais, incentivar atividades de iniciação científica e extensão, identificar dificuldades no corpo docente que impactem a formação do perfil profissional do egresso, e assegurar a qualidade do ensino ministrado. O NDE também sugere providências didáticas, científicas e administrativas necessárias ao desenvolvimento das atividades do curso. As reuniões ordinárias do NDE são convocadas pelo presidente, pelo menos uma vez por semestre, enquanto as reuniões extraordinárias podem ser convocadas pelo presidente, pela maioria dos membros ou pelo colegiado do curso. No processo de avaliação do projeto pedagógico, as reuniões consideram as condições de infraestrutura e pessoal, prevendo necessidades de capacitação e melhorias.
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares. O curso de Engenharia Elétrica da UFRN foi avaliado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e obteve, nas últimas edições do ENADE, os conceitos 3 (2014), 4 (2017) e 5 (2019). Esses resultados são considerados no planejamento de ações acadêmicas e no aprimoramento contínuo do curso.
Desde 2018, o curso de Engenharia Elétrica tem se esforçado para atender à Resolução Nº 048/2020, que aprova a política de melhoria da qualidade dos cursos da UFRN, estabelecendo o PATCG. Esse plano propõe estratégias para enfrentar fragilidades e promover melhorias nos indicadores do ENADE. Para a elaboração do PATCG, o NDE e o colegiado do curso levantaram informações sobre as potencialidades e fragilidades do curso, além de analisar os relatórios das provas do ENADE, visando estabelecer metas de melhoria. As contribuições dos estudantes, especialmente através do Centro Acadêmico (CA), também são consideradas.
Ao longo dos últimos anos, foi discutida com os alunos a importância do ENADE, com informações do edital enviadas a todos. As ações propostas pela PROGRAD foram implementadas, gerando motivação entre os alunos e contribuindo para a elevação do conceito do ENADE, que passou de 3,0 em 2014 para 4,0 em 2017 e atingiu 5,0 em 2019. Assim, o Colegiado/NDE estabeleceu um padrão de preparo para as próximas avaliações.
A avaliação da docência na UFRN é realizada de forma sistemática a cada semestre, coletando informações sobre o desempenho didático dos professores e a adequação da infraestrutura para o ensino. Essa avaliação fornece dados críticos sobre os processos e resultados do ensino, orientando a tomada de decisões e a implementação de ações para aprimorar a qualidade acadêmica. Para isso, a universidade oferece cursos e oficinas de atualização pedagógica com foco na capacitação do corpo docente.
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