Projeto Pedagógico do Curso

O Bacharel em Enfermagem formado na Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN), na cidade de Santa Cruz, é o portador de diploma legal de ENFERMEIRO na modalidade de bacharelado, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva com qualificação técnica, política e ético-social, com as competências para intervir/cuidar/assistir, gerenciar, educar e pesquisar com a responsabilidade de coordenar e dar direcionalidade técnica e social ao processo de trabalho de enfermagem, em todos os níveis de complexidade da rede de atenção à saúde com base no perfil epidemiológico nacional e ênfase na região de atuação. Através de uma formação com ênfase nos princípios e diretrizes do SUS, no campo das ciências humanas, sociais, biológicas e da saúde/enfermagem, desenvolve competências técnicas, políticas, educativas e éticas, isto é, competências humanas do saber, saber-fazer, saber ser e saber conviver. Essas competências possibilitam saber agir profissionalmente, como coordenador do processo de trabalho em enfermagem, com base nos princípios da universalidade, equidade, integralidade e solidariedade, no processo coletivo de trabalho em saúde, em todos os seus espaços e áreas de inserção. Além disso, o momento atual tem exigido dos enfermeiros o desenvolvimento das chamadas hard skills e soft skills, sendo as primeiras aquelas que requerem conhecimento especializado sobre assuntos particulares, e as outras, as competências que envolvem senso crítico, escuta e empatia (VIEIRA et al., 2022).

O enfermeiro formado na UFRN/Santa Cruz está apto a:

● Atuar, de forma crítica, reflexiva e propositiva, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e com os preceitos da profissão para intervir no processo saúde-doença responsabilizando-se pela qualidade da assistência/cuidado de enfermagem nos diferentes níveis de atenção à saúde, na perspectiva da universalidade, equidade e integralidade das ações; 35

● Atuar nos diversos cenários da rede de atenção à saúde: na lógica da Estratégia de Saúde da Família; na atenção integral à saúde em todas as fases do ciclo da vida, nos diversos contextos epidemiológicos e clínicos, incluindo-se as situações e grupos de risco.

● Planejar, conduzir, avaliar e sistematizar as ações de enfermagem de acordo com o processo de enfermagem, estabelecendo protocolos de qualidade, acolhimento e humanização no cuidado individual ou coletivo.

● Gerenciar as equipes de trabalho e processos de cuidado em Enfermagem nos diferentes níveis de organização da rede de atenção à saúde, desde a atenção primária até os serviços de referência ambulatoriais especializados e hospitalares, na perspectiva da clínica ampliada, desde as menores comunidades até os grandes centros urbanos.

● Integrar as ações de enfermagem às ações multiprofissionais dos demais profissionais da área de saúde e afins, na promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, bem como na prevenção de doenças e agravos, numa perspectiva de trabalho interdisciplinar;

● Planejar, implementar e participar dos programas de educação permanente dos trabalhadores de enfermagem e de saúde;

● Desenvolver, participar e aplicar processos de investigação e pesquisas e outras formas de produção de conhecimento, que objetivem a qualificação da prática profissional e a solução de problemas;

● Respeitar os preceitos éticos, os valores, os princípios e os atos normativos da profissão e intervir na dinâmica de trabalho institucional, reconhecendo-se como agente de transformação nesse processo;

● Participar da gestão ou composição das estruturas consultivas e deliberativas do sistema de saúde e de enfermagem.

O Curso de Graduação em Enfermagem da UFRN/FACISA se desenvolve a partir da aprendizagem significativa, problematizadora, interdisciplinar/transdisciplinar, privilegiando o trabalho coletivo e multiprofissional, em cenários de simulação como em contextos reais dos serviços de saúde e outros equipamentos sociais. Adota-se, por esta via, uma perspectiva de análise da prática da Enfermagem integrada à abordagem do processo de trabalho, coletivo e individual em saúde, como eixo central de seu desenvolvimento. A aprendizagem baseada na problematização parte da reflexão sobre situações reais trazidas pelos profissionais de saúde, docentes e discentes que, articulados aos pressupostos teóricos dos componentes curriculares e das atividades de formação acadêmica, produzem uma reflexão, passando a seguir para uma construção do conhecimento, que deverá estar sempre articulada ao campo de ação, levando os alunos à descoberta de novos temas e novos questionamentos, à realização de pesquisas, de novas reflexões e sínteses. Essa metodologia representa a intenção deliberada de que o educando consiga identificar temas significativos e relevantes ao seu aprendizado e construir seu próprio conhecimento, ou seja, a escolha de referências teóricas que lhe possibilitem perceber-se como cidadão e sujeito da ação e a partir daí repensar a sua prática e envolvimento com a sua comunidade, no que diz respeito às questões de saúde e da própria prática profissional e requer uma prática pedagógica democrática, dialógica e emancipatória. A metodologia proposta – por ser participativa, problematizadora e interdisciplinar – oportuniza reflexões e discussões sobre os problemas reais vivenciados pelos educandos, trabalhando a articulação teoria e prática, contemplando não só a diversidade dos cenários de aprendizagem, mas estabelecendo vínculos efetivos com as mudanças nesses cenários. Possibilita identificar e privilegiar projetos integrados de atuação multiprofissional e direcionar as propostas de ensino-intervenção com vista às necessárias transformações do perfil de saúde, nas áreas de atuação das equipes de Enfermagem.  

Assim, na proposta pedagógica do curso a metodologia não é estática, mas dinâmica no processo histórico construído a partir das múltiplas experiências vividas por discentes, docentes e a comunidade na qual está inserida e integra, portanto: aulas expositivas dialogadas, habilidades teóricas e práticas em cenários reais e a aprendizagem baseada em problemas como estratégia transversal em diversos componentes curriculares ao longo do curso. As práticas educativas envolvem diversas possibilidades que podem ser utilizadas pelo docente para facilitar o processo ensino aprendizagem. Dentre essas, o curso de enfermagem já vem utilizando as seguintes metodologias de ensino: seminários, rodas de debate, sala de aula invertida, pesquisas em grupo, construção de mapas conceituais, simulação clínica e realística, estudos de caso, estudo dirigido, portfólios, júri simulado, aprendizagem baseada em problemas, aprendizagem baseada em equipes, infográficos, dentre outras. Deste modo, a diversidade metodológica fortalece as múltiplas formas de aprender e possibilita ao discente uma abordagem crítico-reflexiva e significativa. Além disso, em todos os componentes curriculares, os docentes orientam a leitura de artigos científicos, livros, documentos oficiais e outros tipos de materiais por meio das referências básicas e complementares descritas nos planos de ensino, o que inclui textos atualizados e relevantes para a formação do enfermeiro, disponíveis para consulta no acervo da biblioteca da FACISA/UFRN ou por meio eletrônico, sendo estes inseridos no SIGAA. A bibliografia dos componentes curriculares está disponível na biblioteca setorial da FACISA/UFRN ou então é de domínio público, isto é, de acesso eletrônico gratuito. Espera-se que o estudante do Curso de Enfermagem, de Santa Cruz, seja marcado pela curiosidade investigativa e científica, pela capacidade de desenvolver análise crítico-política, pelo compromisso ético primordialmente voltado à sua comunidade ou região, pela sensibilidade humanística e pelos princípios de solidariedade, e essencialmente, aberto às situações inovadoras e fomentadoras de transformação social. As metodologias que fortalecem a autonomia dos discentes são valorizadas nas práticas pedagógicas do curso contribuindo para aprendizagem significativa e, nesta perspectiva, o novo projeto pedagógico amplia as possibilidades de construção do itinerário formativo, ao ampliar a oferta de carga horária optativa e complementar.

A estrutura curricular do Curso de Enfermagem da UFRN/FACISA apresenta carga horária total de 4040 horas, sendo 405h de componentes optativos e 205h de atividades complementares à formação, integralizados em 5 anos (10 períodos). O Curso de Graduação em Enfermagem possui uma organização curricular estruturada em eixos, com componentes que se articulam de forma indissociável para garantir as competências e habilidades necessárias para o profissional enfermeiro.

O desenvolvimento deste PPC valoriza a aprendizagem significativa, problematizadora, interdisciplinar e transdiciplinar, privilegiando o trabalho coletivo e multiprofissional, em cenários ou contextos reais. Os Eixos Temáticos partem sempre de um tema gerador que deverá levar os componentes curriculares e as atividades de formação acadêmica a uma reflexão, em torno da exploração das ideias e experiências do grupo de alunos, passando a seguir para uma fundamentação teórica, que deverá estar sempre articulada ao campo de ação, levando os alunos à descoberta de novos temas e novos questionamentos, à realização de pesquisas, de novas reflexões e sínteses. Com base nos sucessivos movimentos realizados, os alunos são capazes de construir propostas que por sua vez vão culminar na elaboração de um projeto de intervenção prática na comunidade e nas instituições de saúde. Nesse sentido, a metodologia de pesquisa-ação e a extensão universitária devem ser incorporadas no pensamento acadêmico como um modo de ser e fazer o ensino, a pesquisa e a produção cultural, como forma de construir e articular a teoria e a prática, estabelecendo um diálogo entre o saber universal e a realidade cotidiana local. Dessa forma, os trabalhos dos alunos são desenvolvidos através de projetos integrados, atividades de formação acadêmica ou estágios supervisionados, tendo implicações tanto no currículo quanto na carreira docente. Todas essas atividades são consideradas nos processos avaliativos e seus resultados valorizados, apresentados e discutidos em seminários a serem realizados em parceria com outras instituições de ensino ou de serviço, e com as organizações ou atores sociais da comunidade local. Esse modo de compreender o aprendizado implica em ver a avaliação como processo de crescimento intelectual do ser humano, que faz parte da permanente reflexão sobre a sua vida, a sua atividade cotidiana – progressos, retrocessos, erros e acertos -, constituindo, assim, um processo intencional, que se aplica a qualquer prática. É perceber a subjetividade humana em seu desenvolvimento integral e singular, na superação da concepção de avaliação enquanto cumprimento de 122 padrões de conhecimento rigidamente pré-estabelecidos (HOFFMANN, 2018; MORIN, 2004; LUCKESI, 2014). Dessa forma, exige do educador a tomada de decisão sobre que métodos e instrumentos irá adotar no acompanhamento do desempenho dos alunos, buscando contemplar não só as diferenças e respeitar as suas potencialidades, mas também a sensibilidade, a cooperação e a humanidade inerente ao processo de aprendizado (HOFFMANN, 2018). A avaliação se realiza em termos de acompanhamento permanente do processo de construção do pensamento do educando, enquanto desenvolvimento da aprendizagem e não enquanto aquisição de informações, mas principalmente a ação reflexiva, desafiando o aluno a refletir sobre o não apreendido e os fatores que condicionam essa situação, e reformular seus conceitos e ações sobre aprendizagem. Cada unidade programática efetuará o processo de avaliação de forma contínua, individualizada, tendo como finalidade principal mediar o aprendizado do aluno, concebendo-o como responsável e participante desse processo. Os procedimentos de acompanhamento e avaliação adotados, buscam a orientação da lógica da inclusão, e não da classificação, da exclusão e da seletividade. Os testes e trabalhos menores e sucessivos poderão ser instrumentos que permitem o acompanhamento e a retomada individual e/ou coletiva dos conteúdos, pela frequência do contato com as produções do estudante, mesmo quando efetuados em grandes turmas. Os métodos de avaliação devem estar pautados nas práticas pedagógicas realizadas no contínuo processo de ensino aprendizagem, sem ser restritos à avaliação somativa/classificatória. No processo de avaliação, o docente precisa acompanhar o nível de aprendizado do aluno, reavaliando sua metodologia e didática aplicada. Os discentes precisam perceber a avaliação como uma resolução de lacunas de aprendizagem e ferramenta de verificação de seus conhecimentos. Durante o processo é considerado ainda o tempo e ritmo de aprendizagem de cada aluno, bem como, as especificidades dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais – NEE. Constatada a presença de estudante com NEE no componente curricular que ministra, o docente acessa o Parecer Técnico da SIA, buscando atender as orientações educacionais e as demandas de acessibilidade, a fim de assegurar a 123 participação efetiva e êxito acadêmico do estudante no componente curricular matriculado, assim como recomendado na Portaria nº.193/2010- CONSEPE de 21 de setembro de 2010, que estabelece o atendimento educacional a estudantes com NEE na UFRN. O método de ensino e avaliativo utilizado pelo professor e a sua prática didática será acessível e inclusiva, com o apoio do colegiado para deliberações. Docentes e estudantes deverão considerar a normatização institucional da avaliação proposta no Regulamento dos Cursos de Graduação, por meio da RESOLUÇÃO Nº. 171/2013-CONSEPE, de 05 de novembro de 2013, em seu título VII, no tocante à avaliação da aprendizagem e da assiduidade. A avaliação dos alunos em estágio curricular obrigatório é pautada no estágio como atividade acadêmica e como componente curricular. Para tanto, são utilizados como instrumentos de avaliação: o relatório final das atividades desenvolvidas no estágio e a Ficha de Avaliação preenchida pelo supervisor de campo com habilidades e competências do futuro enfermeiro na rede básica e hospitalar.

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