Pretende-se formar um profissional que, além do domínio de conhecimentos específicos, seja crítico e reflexivo acerca do papel das artes visuais na sociedade; ético e inventivo em sua atuação profissional, social, cultural e política; comprometido com as diferenças socioculturais dos indivíduos; sensível e aberto às diversas manifestações artístico-culturais; envolvido com as especificidades dos variados contextos educacionais; engajado com a sua trajetória formativa e com a produção de conhecimento na área das Artes Visuais; comprometido com a educação pública, laica e de qualidade. Soma-se a este perfil a capacidade de interagir de forma cooperativa com a comunidade profissional, acadêmica e artística na elaboração de projetos e investigações no campo das Artes Visuais.
O egresso deverá ainda, “[…] possuir um repertório de informações e habilidades composto pela pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, resultado do projeto pedagógico e do percurso formativo vivenciado” no curso, tendo a consolidação efetiva quando de seu efetivo exercício profissional, momento em que serão fundamentados “[…] princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética” (BRASIL, 2015, p. 7). Isso permitirá ao egresso:
I – o conhecimento da instituição educativa como organização complexa na função de promover a educação para e na cidadania;
II – a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional e específica;
III – a atuação profissional no ensino, na gestão de processos educativos e na organização e gestão de instituições de educação básica. (BRASIL, 2015, p. 7)
É válido destacar a formação de um profissional atento à promoção do conhecimento em Artes Visuais que articule o fazer artístico, a apreciação das obras de arte e a contextualização histórica e social das mesmas em constante relação com o pensamento pedagógico contemporâneo em artes, conforme sugerido por diversos teóricos.
Competências e habilidades gerais:
· promover o ensino, a pesquisa e a participação na comunidade por meio da produção visual;
· compreender as significações das Artes Visuais na Educação e do ensino de Artes Visuais em diferentes contextos históricos, sociais, culturais, ambientais e políticos;
· conceber, propor, mediar e executar projetos e ações em Artes Visuais, em ambientes de educação formal e não formal;
· conhecer e posicionar-se de forma crítica sobre as políticas culturais e educacionais;
· constituir a prática pedagógica considerando as produções visuais e culturais dos diferentes sujeitos;
· orientar e vivenciar processos de criação em poéticas visuais.
Competências e habilidades específicas:
· conhecer e aplicar os elementos das linguagens visuais em diferentes procedimentos;
· conhecer e experimentar poéticas contemporâneas do campo da Arte e do seu ensino, balizado pelos seus referenciais teóricos e metodológicos;
· compreender as diferentes linguagens visuais como representação simbólica das culturas locais, regionais, nacionais e internacionais, propiciando a reflexão de sua própria identidade;
· pesquisar e apreciar as significações das imagens no campo das artes, da educação e das culturas;
· explorar tecnologias digitais de imagem, da informação e da comunicação nos processos artísticos e pedagógicos;
· reconhecer e incorporar as diversidades na prática docente e valorizar a produção artística de múltiplos grupos sociais, propondo um resgate de culturas historicamente excluídas;
· difundir a importância da diversidade dos patrimônios culturais, valorizando os modos de preservação, conservação e restauração dos acervos de produções artísticas presentes em vários meios culturais;
· estabelecer relações entre teoria, história e crítica em Artes Visuais;
· fomentar a experimentação artística e pedagógica, explorando aspectos de caráter interdisciplinar e transdisciplinar;
· considerar e problematizar as visualidades dos diversos contextos de produção, circulação e recepção;
· aproximar o ensino das Artes Visuais dos desafios ambientais;
· propor uma compreensão maior do sentido de pertencimento e ampliar a visibilidade de questões relacionados aos direitos humanos e inclusão social.
Em termos de metodologia, a redação deste PPC abrangeu a utilização de boa parte do antigo PPC do Curso de Artes Visuais, redigido em 2005, ao qual foram acrescidas partes importantes que descrevem as mudanças sugeridas na nova estrutura curricular do curso no intuito de atender as exigências da Resolução CNE/CP n° 2 / 2015, que, por sua vez, estão em sintonia às Diretrizes Curriculares Nacionais, ao Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRN – PDI (2010-2019) e seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), propondo uma articulação entre ensino superior e a educação básica, suas políticas públicas e diretrizes.
Nesse sentido, é fato que as universidades públicas brasileiras estão sedimentadas no trinômio de ensino, pesquisa e extensão, conforme alude a Resolução CNE/CP 2/2015, a qual cita a “articulação entre a graduação e a pós-graduação e entre pesquisa e extensão como princípio pedagógico essencial ao exercício e ao aprimoramento profissional do magistério e da prática educativa” (BRASIL, 2015, p. 2). Em afinidade a esta resolução, pode-se conferir as orientações do Projeto Pedagógico Institucional da UFRN, apresentado no seu Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI (2010-2019), que define que o momento atual implica na “[…] introdução das ideias de interdisciplinaridade e de indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão se dê através de novos parâmetros de flexibilização. A Universidade se obriga, assim, a redimensionar as suas estratégias de produção do conhecimento.” (UFRN, 2010b, p. 54).
Ainda sobre as orientações do PDI, pode-se destacar de modo mais detalhado quatro ideias que foram norteadores para a elaboração metodológica deste PPC, identificáveis nos trechos a seguir:
1) indissociabilidade: desenvolvimento de atividades de ensino, de extensão e de pesquisa integradas às atividades formais pertinentes ao conteúdo curricular. Isso significa que toda atividade de extensão e de pesquisa deve ser desenvolvida como parte das atividades curriculares previstas nos cursos, tendo sua carga horária e avaliação computadas nos componentes curriculares envolvidos;
2) interdisciplinaridade: integração de conteúdos no desenvolvimento de estudo de um determinado tema ou eixo conceitual, tendo sua carga horária e avaliação computadas nos componentes curriculares envolvidos;
3) formação integrada à realidade social: aliada à sólida formação teórica, a UFRN se obriga à formação do cidadão, integrando os conteúdos à realidade social vigente, ressaltando as políticas de inclusão, a igualdade de acesso e o respeito às diferenças econômico-sociais e àquelas referentes aos portadores de necessidades educacionais especiais, tomando essas diferenças como parte das características que dão unidade ao trabalho da UFRN;
4) articulação teoria-prática: superação da dicotomia teoria-prática, realizada, prioritariamente, nas atividades curriculares de estágio e de extensão. (UFRN, 2010b, p. 54)
No entanto, após uma análise da estrutura curricular existente percebeu-se que para atender integralmente ao PDI 2010-2019 existem aspectos dessas orientações que precisam ser implementados. Para isso, foi necessário confrontar dados da realidade do curso com as solicitações da Resolução CNE/CP n° 2/2015, buscando alcançar soluções coerentes e cabíveis de serem realizadas dentro do âmbito da universidade. Tais aspectos foram construídos no PPC ao longo dos seguintes tópicos:
4.3.1 ACESSIBILIDADE METODOLÓGICA, DIGITAL E COMUNICACIONAL
4.4 EIXOS ARTICULADORES
4.4.1 EXPERIMENTAÇÃO E PRODUÇÃO
4.4.2 TEORIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA
4.4.3 REFLEXÃO, TEORIA E PESQUISA
4.5 ATIVIDADES FORMATIVAS DO CURSO
4.5.1 COMPONENTES CURRICULARES
4.5.2 TEMÁTICAS INCLUSIVAS E TRANSVERSAIS DO CURSO
4.5.2.1 MEIO AMBIENTE
4.5.2.2 RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E DE COMUNIDADES INDÍGENAS
4.5.2.3 DIREITOS HUMANOS, EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIREITOS EDUCACIONAIS DE ADOLESCENTES E JOVENS EM MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
4.5.2.4 LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
4.5.3 PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR, POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DA EDUCAÇÃO
4.5.4 ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS
4.5.5 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
4.5.6 ATIVIDADES TEÓRICO-PRÁTICAS – ATP
4.6 INTEGRAÇÃO DO CURSO COM PÓS-GRADUAÇÃO, AÇÕES DE EXTENSÃO E PESQUISA
O Projeto Pedagógico do Curso também conta, desde a implantação da política de melhoria da qualidade dos cursos, com a realização anual da Semana de Avaliação e Planejamento, sendo este um momento de discussões para a melhoria do curso e de seu projeto pedagógico, bem como discussão e análise dos resultados do ENADE.
De acordo com o anexo da Resolução nº 181/2017-CONSEPE, a Semana de Avaliação e Planejamento deverá incluir análise e discussão do Plano de Ação Trienal do Curso de Graduação (PATCG) e estratégias para enfrentamento das fragilidades e encaminhamentos de melhorias dos indicadores (Art. 5º; Art. 9º § 1º). Como previsto (Art. 9º § 2º) a participação dos docentes é obrigatória, aplicando-se a ela a mesma exigência estabelecida para reuniões dos colegiados deliberativos.
Esta avaliação refere-se aos princípios norteadores do Projeto Pedagógico estabelecidos no marco referencial, estendendo-se aos objetivos, perfil do egresso, competências, habilidades e atitudes, estrutura curricular e flexibilização, corpo docente, discentes e infraestrutura.
Nesse sentido, apresenta-se a realização de algumas medidas tais como:
1. Capacitação do corpo docente, através de licenças de capacitação e pós-doutoramento, em consonância com as expectativas da UFRN na área de Artes e de Educação;
2. Ampliação do fluxo com a comunidade, e envolvimento didático-pedagógico, através de cursos rápidos, palestras, semana de Artes e outras atividades compatíveis;
3. Realização de parcerias com outras instituições de ensino superior e técnico, e com os sistemas educacionais para o desenvolvimento de uma política de integração entre as universidades e a sociedade;
Realização de enquetes de avaliação, junto aos discentes, pró-reitorias, e demais órgãos competentes, assim como a discussão no NDE sobre os questionários de desempenho acadêmico, dos professores e alunos, através do sistema disponibilizado pela instituição.
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