Com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Nutrição, nossa missão é formar o profissional nutricionista generalista, humanista e crítico, capacitado a atuar, visando à segurança alimentar e a atenção dietética, em todas as áreas do conhecimento em que alimentação e nutrição se apresentam fundamentais para promoção, manutenção e recuperação da saúde de indivíduos ou grupos
populacionais. O nutricionista deve ser capaz de planejar, executar e avaliar ações e atividades de atenção alimentar e nutricional que envolva o principal objeto de trabalho - a alimentação e nutrição do homem.
No exercício profissional deve se inserir de forma sistemática e crítica, os avanços científicos e tecnológicos, bem como as mudanças ocorridas no mundo do trabalho, antevendo este panorama, conquistando e ampliando espaços que permitam a mobilização e domínio de saberes e habilidades, na ação e em tempo real. A liderança, a capacidade de tomar decisões e de interagir com outros profissionais deve se configurar nas ações em atenção a estas práticas. A educação continuada será incitada como um processo que garantirá a sua atuação na sociedade de forma competente e responsável.
O PPC 2020 apresenta o marco teórico conceitual e princípios que alimentam a concepção do curso de nutrição, o qual foi revisado e deve constar na atual edição:
A formação do nutricionista deve contemplar competências e habilidades gerais e específicas, com base nas Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em Nutrição, tendo como referência a Lei N°8234, de
17/09/91 que regulamenta a profissão, a Resolução nº 600/2018, do Conselho Federal de Nutricionistas, a qual dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas respectivas atribuições para fins de
efetividade dos serviços prestados à sociedade, a Resolução CFN nº 599/2018 que aprova o Código de Ética e Conduta do Nutricionista, além das Diretrizes Curriculares Comuns para a área da Saúde (Resolução nº 569/2017, do Conselho Nacional de Saúde).
O documento "Consenso Habilidades e Competências do Nutricionista na Saúde Coletiva”, publicado pelo Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição – OPSAN/UnB (RECINE, 2013), serviu de base para o desenvolvimento da Matriz de Competências e Habilidades, tal qual se apresenta no Quadro 1.
Em paralelo ao desenvolvimento de competências e habilidades, sejam elas gerais ou específicas para a atuação do nutricionista, é fundamental que a formação privilegie o desenvolvimento de atitudes, uma vez que a postura ética associada às habilidades sociais é essencial ao enfrentamento de problemas globais, sociais, culturais e pessoais que perpassam a prática profissional.
Em nosso Curso pensamos ser essencial a formação para desenvolvimento das seguintes atitudes:
Atuar profissionalmente a partir de uma perspectiva auto reflexiva, autônoma e cidadã.
Defender a promoção e transformação social como princípios básicos da atuação profissional.
Elevar os padrões da prática profissional por meio da coesão e da participação social.
Agir com autenticidade, empatia e compreensão, valorizando o desenvolvimento humano.
Comprometer-se com a aprendizagem constante, em nível profissional e pessoal, na perspectiva da educação permanente, em caráter pessoal e coletivo.
Considerar as emoções e a afetividades como elementos de aprendizagem e reconstrução constantes.
Disponibilizar-se para considerar novas ideias, fundando espaços e tempos para circulação de novas perspectivas.
Defender a liberdade de expressão individual e coletiva, enaltecendo a pluralidade e a diversidade de pensamento.
Atuar na defesa da diversidade cultural, visando o reconhecimento dos diversos povos e culturas.
Comprometer-se com a sustentabilidade global e com a proteção ambiental, apoiando e fomentar a produção local e sustentável.
Pensar e gestar soluções que maximizem os recursos disponíveis e que minimizem os problemas que a civilização produz.
Responsabilizar-se pelas decisões tomadas, sejam as de caráter individual ou coletivo.
O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Nutrição (PPC-NUT) do CCS/UFRN, baseia-se no disposto nos seguintes dispositivos legais: no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005, de 25/06/2014); nas Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCN) para os Cursos de Nutrição (DCN) do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2001); na Resolução CNE/CES nº 04/2009, que dispõe sobre a carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação da área de saúde, bacharelado; na Resolução nº 1 de 17 de junho de 2004, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena (BRASIL, 2004); no Decreto lei nº 4281 de 25 de junho de 2002, que trata da Política Nacional de Educação Ambiental; no Decreto nº 5.626/2005 que trata do ensino de Libras; no Decreto nº 5.296/2004, sobre condições de acesso para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida; na Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que trata de Estágios Obrigatórios e Não Obrigatórios; na Resolução nº 569, de 8 de dezembro de 2017, do Conselho Nacional de Saúde, que aprova as Diretrizes Curriculares Comuns para a área da Saúde; na Resolução nº 600/2018, do Conselho Federal de Nutricionistas, a qual dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas respectivas atribuições para fins de efetividade dos serviços prestados à sociedade; na Resolução nº 599/2018, do Conselho Federal
de Nutricionistas, que aprova o Código de Ética e Conduta do Nutricionista; no Regimento Geral da UFRN (2009), no Regulamento de Graduação da UFRN (2013), o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e demais dispositivos de regulamentação interna da instituição.
O desenvolvimento da Matriz de Competências e Habilidades utilizou ainda como base o "Consenso Habilidades e Competências do Nutricionista na Saúde Coletiva”, publicado pelo Observatório de Politicas de Segurança Alimentar e Nutrição – OPSAN/UnB (RECINE, 2013), condizente com as DCN.
Em conformidade com a Política de Educação Superior do país e prezando pela melhoria da qualidade do ensino, a Estrutura Curricular (EC) é alicerçada pelos pressupostos filosóficos e didático-pedagógicos já contemplados na EC em vigor: indissociabilidade entre ensinopesquisa-extensão, a aproximação teoria-prática durante a formação, com destaque para a flexibilização acadêmica, a interdisciplinaridade, a reflexividade, o aprender-a-aprender e as novas tecnologias de apoio à aprendizagem, relacionadas à inovação científica e tecnológica.
Ainda que continuemos a trabalhar com componentes curriculares como blocos e disciplinas, buscamos a integração dos conhecimentos oriundos de várias áreas visando uma formação inspirada numa perspectiva interdisciplinar. É um processo em que temos avançado. Disciplinas das áreas das ciências do humano (antropologia, educação e administração) e biológicas de dimensão mais complexa, como a ecologia, inseridas já currículo 4, continuam a fazer parte desta nova estrutura curricular, e algumas antes optativas agora constam no elenco das obrigatórias (inclusive por reivindicação do alunado) como o caso de Aspectos Socioantropológicos da Alimentação.
Nos primeiros períodos do Curso, há predominância dos conteúdos essenciais em ciências biológicas, envolvendo as bases moleculares, celulares, morfológicos, bioquímicos e funcionais do organismo humano.
Entretanto, a orientação acadêmica e a conveniência da oferta de componentes optativos favorecem perspectivas distintas de um mesmo objeto de estudo, como a oportunidade de despertar para o estudo do corpo sob a visão biológica (Anatomia) e antropológica (Antropologia do Corpo), no 1º período do curso. Horizontalmente, o aluno tem a oportunidade de adentrar no universo da atenção à saúde, por meio de SACI (Saúde e Cidadania), reconhecendo o território, oportunizando reflexões sobre respostas às demandas sociais por parte dos serviços
organizados de saúde, numa visão interprofissional, estabelecendo relações entre saúde, educação e cidadania.
Nos 2º e 3º períodos do curso, evidenciam-se os estudos básicos sobre os fatores de riscos de doenças de origem parasitária (Parasitologia) e microbiológica (Microbiologia), sendo que ao mesmo tempo o aluno reconhece os métodos e instrumentos da Bioestatística e Epidemiologia, fazendo a interrelação entre o estudo dos fatores de risco e a prevalência de doenças de interesse da saúde pública. Também evolui seus estudos bioquímicos, relacionados à nutrição e alimentos (Bioquímica Nutricional, Bioquímica dos Alimentos), compreendendo as
adaptações metabólicas do organismo e o papel fisiológico de nutrientes e compostos bioativos presentes nos alimentos (Fisiologia, Nutrição e Dietética I).
Tem-se a intenção de se fazer a abordagem da nutrição no processo saúde-doença, considerando a influência sociocultural e econômica que determina a disponibilidade, consumo, conservação e utilização biológica dos alimentos pelo indivíduo e pela população. Além de “Aspectos sócio antropológicos da alimentação”, faz-se, de maneira planejada, nos 4 primeiros períodos, a oferta de componentes optativos como Economia para Nutrição, Desenvolvimento, meio-ambiente e poder local, Sociologia da Saúde, Bioética e Cidadania ou Ética da
Alimentação, Ecologia, Sistemas Alimentares Sustentáveis e Saudáveis para Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
No 4º período, tem-se a base formativa, de caráter interdisciplinar, dos estudos da Nutrição e Dietética, inter-relacionando e evoluindo os conhecimentos sobre a composição, propriedades e transformações dos
alimentos e seu aproveitamento pelo organismo humano, na atenção dietética, competência mor do nutricionista. Neste período, a aplicação da dietética é feita para estágios de vida adulta e idosa. Há uma sequência lógica e de caráter complementar dos conteúdos de componentes correquisitos: Avaliação Nutricional I/Nutrição e Dietética
II; Avaliação do Consumo Alimentar e Dietético/Nutrição e Dietética II; Técnica Dietética/ Nutrição e Dietética II.
Recomenda-se, vista a pertinência, o planejamento de atividades interdisciplinares, como ocorre entre Avaliação Nutricional I e Nutrição e Dietética II, nas quais os alunos trabalham com um roteiro único de entrevistas e anamnese para um mesmo indivíduo (pessoa idosa), objetivando o diagnóstico nutricional e o planejamento alimentar e dietético, objetos de estudo distintos dos respectivos componentes.
No 5º período, é dada a continuidade à base formativa, de caráter interdisciplinar, da atenção nutricional, aplicada ao período gestacional, infância e adolescência. Também se observa uma sequência lógica e de caráter complementar dos conteúdos de componentes correquisitos: Avaliação Nutricional II/Nutrição e Dietética Materna/Infância e Adolescência, possibilitando atividades conjuntas.
Em paralelo, conteúdos essenciais de alimentos, como microbiologia e tecnologia de alimentos, os quais têm interface e caráter interdisciplinar, além de farmacologia e patologia, conteúdos necessários, em termos de requisitos para a formação específica em nutrição clínica, planejada para os semestres seguintes.
Na formação em alimentos, o aluno tem a opção de cursar um conjunto de componentes, como: análise sensorial de alimentos, toxicologia de alimentos, controle da qualidade físico-química de alimentos e seminários integrados em alimentos.
Neste momento da formação, o aluno já tem condições de planejar o desenvolvimento do projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), pois já teve a oportunidade de cursar Metodologia da Pesquisa Aplicada à Nutrição, além da Pesquisa Qualitativa em Alimentação e Nutrição.
No 6º período, dá-se continuidade à construção de competências e habilidades para atenção nutricional individual e coletiva, relacionadas à promoção da saúde e prevenção e terapias aplicadas às doenças mais frequentes na atenção básica (Dietoterapia I), além dos estudos sobre a gestão de unidades de alimentação e nutrição (Nutrição
em alimentação Coletiva). Em paralelo, a gestão da qualidade da alimentação saudável e segura, os aspectos regulamentares, as responsabilidades técnicas e governamentais, são conhecimentos construídos pelos componentes Controle Higiênico Sanitário na Produção de Refeições e Vigilância Sanitária de Alimentos.
A prática intradisciplinar do componente Dietoterapia I ocorre nos consultórios do DNUT e os alunos, juntamente com os professores e técnicos nutricionistas, participam do atendimento ambulatorial.
O módulo prático de Controle Higiênico Sanitário na Produção de Refeições ocorre em unidades de alimentação e nutrição, enquanto que os alunos de Vigilância Sanitária de Alimentos tem a oportunidade de acompanhar a atividade de fiscalização sanitária do órgão municipal.
A formação em Educação Alimentar e Nutricional (EAN) ocorre a partir desse momento, quando o aluno já tem acumulado um conjunto de conhecimentos técnicos e científicos sobre alimentação, nutrição e saúde, os quais favorecem a reflexão sobre a promoção da Alimentação Saudável em espaços de educação formal e não formal, a partir dos estudos sobre os fundamentos sócio filosóficos da educação.
Além dos grupos estruturados atendidos nas instalações do DNUT, as práticas educativas intradisciplinares ocorrem em espaços formais de educação (NEI/UFRN e demais escolas públicas de Natal), na rede
básica de saúde e espaços outros não formais, inclusive integrados aos projetos de extensão.
Nessa área, em especial, foi planejada a oferta de componentes optativos que favorecem o embasamento teórico e prático (Fundamentos Sócio filosóficos da Educação; Tecnologias Educacionais e Elaboração de Materiais Didáticos) e possibilita o aprofundamento (Tópicos de Educação Alimentar e Nutricional) do aluno em EAN, tema
transversal da formação do nutricionista.
Nesse espectro educacional, é essencial que seja viabilizada a oferta de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, não somente por atender as exigências legais, mas pelo significado de inclusão que essa representa no contexto social.
Também vale destacar o componente optativo “Nutrição Inclusiva”, alicerçada pela avaliação nutricional, dietética e educação alimentar e nutricional, pretende abordar o “processo de cuidado em nutrição de populações vulneráveis (pessoas com deficiência, povos e comunidades tradicionais, transexuais, analfabetos, pessoas privadas de liberdade, pessoas em situação de rua, dentre outros)”.
Buscando atender às expectativas discentes relacionadas às práticas integrativas e complementares em saúde, foi criado o componente optativo “Plantas medicinais e fitoterapia aplicada à
nutrição”.
No 7º período, aprofundam-se os estudos dietoterápicos (Dietoterapia II), estendendo-se para os demais grupos de enfermidades, evidenciando a assistência hospitalar. Em paralelo, ocorre a consolidação dos estudos em nutrição em saúde coletiva, por meio da Epidemiologia Nutricional e Nutrição em Saúde Pública.
Na formação em saúde coletiva, destaca-se um conjunto de componentes optativos que favorece a ampliação da visão discente nesta área, como: Alimentação Escolar; Tópicos em Políticas Públicas de Alimentação; Tópicos Especiais de Nutrição em Saúde Pública; Seminários Integrados em Nutrição em Saúde Coletiva; Saúde, Cultura e
Sociedade.
A prática intradisciplinar do componente Dietoterapia II ocorre nas unidades hospitalares do Complexo Universitário da UFRN. Vale salientar que os componentes que objetivam a formação de habilidades essencialmente práticas, são caracterizados como bloco, constituído de módulo teórico e módulo prático, a fim de favorecer a configuração de turmas menores, conforme capacidade instalada dos laboratórios e demais cenários práticos (ambulatórios, enfermarias, etc), número de professores, procedimentos metodológicos, entre outros.
No 8º período, é feita a complementação de estudos em Dietoterapia aplicada à Infância e Adolescência e Nutrição aplicada ao exercício físico e esporte, em paralelo às vivências que representam os estágios obrigatórios.
O estágio é uma atividade acadêmica, definido como o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação de educando para o trabalho profissional, objetivando a aprendizagem social, profissional e cultural, e compreende os Estágios Curriculares Obrigatórios e Não Obrigatórios, conforme Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 e Resolução Nº
171/2013-CONSEPE/UFRN.
Os Estágios obrigatórios nas áreas de Gestão em Alimentação Coletiva, Nutrição Clínica e Nutrição Social estão pautados nas DCN (Brasil, 2001) e apresentam carga horária de 20% da carga horária total do curso, distribuídas equitativamente entre as respectivas áreas, regulamentados por norma específica do curso (Anexo 01).
As Atividades Acadêmicas Complementares (AAC) constituem um conjunto de estratégias didático-pedagógicas que permitem, no âmbito do currículo, a articulação entre teoria e prática e a complementação dos saberes e habilidades necessárias, a serem desenvolvidas durante a formação universitária (UFRN, 2013) e estão regulamentadas em norma específica (Anexo 02), Apresenta um quadro de distribuição de carga horária e respectivo tipo de certificação, o qual subsidia o cômputo da carga horária efetiva a ser validada.
São consideradas AAC: iniciação à docência; iniciação à pesquisa; atividade de extensão; atividade não obrigatória de iniciação profissional, incluindo estágio não obrigatório e participação em empresa júnior; produção técnica, científica ou artística; participação em evento ou seminário técnico, científico, artístico e/ou esportivo; outras
atividades de formação geral e específica, conforme definidas na regulamentação interna do curso.
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) corresponde a uma produção acadêmica que expressa as competências e habilidades desenvolvidas por estudantes, face aos conhecimentos adquiridos durante o curso de graduação e deverá ser estruturado com o rigor próprio do método científico. Para o Curso de Nutrição são adotadas as
formas monografia, artigo científico, produção técnica e memorial, conforme norma específica (Anexo 3).
O TCC é necessariamente caracterizado como atividade de orientação individual e na estrutura curricular do Curso de Graduação em Nutrição se apresenta como TCC I e TCC II. A atividade TCC I referese à elaboração e qualificação do Projeto e o TCC II ao desenvolvimento e defesa do trabalho final, podendo estas atividades ocorrer em semestres consecutivos ou alternados.
Além disso, conteúdos obrigatórios exigidos pelo MEC, são abordados diferentemente em componentes obrigatórios e/ou optativos, a depender da sua relação com os conteúdos apresentados nos componentes de ensino. Para esses conteúdos, foram pensadas estratégias de abordagens que favoreçam a compreensão do aluno
sobre cada tema específico em diferentes contextos, mesmo que não estejam representados tal como se descreve enquanto tema. Exemplo disso se dá para o tema “Educação Ambiental/Meio ambiente”, que se trabalha considerando o tripé da sustentabilidade e seus desdobramentos para o meio ambiente, ou “Direito Humano”, conteúdo fortemente trabalhado na formação em Nutrição, especialmente aplicado ao Direito Humano à Alimentação Adequada, como descrito anteriormente.
Já no que se refere à dimensão obrigatória de extensão exigida pelo MEC e em conformidade com a Resolução Nº 38 de 23/04/2019- CONSEPE, que regulamenta a inserção curricular das ações de extensão universitária a um limite mínimo de 10% da carga horária total do curso, o presente projeto pedagógico prevê a oferta de 400 horas
de atividades, permeadas de diferentes formas na estrutura curricular proposta, em componentes obrigatórios e optativos, bem como nas atividades colaborativas e trabalhos técnicos desenvolvidos pelos discentes durante os estágios supervisionados nas três áreas em que se possibilita o exercício profissional na sua formação, a saber: a nutrição em alimentação coletiva; a nutrição clínica, e a nutrição em saúde coletiva. As ações de extensão desenvolvidas dentro dos componentes obrigatórios e optativos deverão estar caracterizadas como atividades
extensionistas e descritas nos programas e planos de ensino.
Complementarmente, planeja-se a criação de componentes curriculares optativos de caráter extensionistas caracterizados como Atividades Integradoras de Formação em extensão, os quais deverão ser cadastrados na Pró-reitoria de Extensão, conforme estabelece a Resolução Nº38/2019. A demonstração do número de horas por
componente onde se inserem as atividades de extensão está apresentada no quadro 03, a seguir:
.
Para além da oferta de ações de extensão na formação em Nutrição apresentada neste projeto, o nosso discente é estimulado a participar das atividades, eventos, projetos e programas de extensão desenvolvidos pela UFRN, de forma a obter o melhor conjunto de experiências que ele puder construir ao longo de sua permanência no curso.
Um dos caracteres da flexibilização curricular está relacionada ao percurso formativo que o aluno poderá seguir, conforme identificação com diferentes áreas de formação do nutricionista. Entendemos que a melhor forma de possibilitar ao discente a construção do seu próprio percurso formativo será por meio da oferta mais diversificada de componentes. Nesse sentido, o curso disponibiliza a oferta de 42 componentes optativos, os quais, juntos, somam uma carga horária superior a 2.000 horas (duas mil), evidenciados no quadro de distribuição de componentes optativos, organizado por área, conforme se apresenta no quadro 04, adiante:
Outro aspecto relacionado à flexibilização diz respeito às exigências de pré-requisito, já contemplado na EC04. Entretanto, durante a execução do PPC em vigor, foi justificada a necessidade de inclusão de pré-requisitos em componentes obrigatórios que dependem da construção do conteúdo em sentido vertical, mantida na EC 05.
Entretanto, para os componentes optativos, há flexibilização e, para alguns, justificada, inclusive, pelo princípio da interprofissionalidade, como no caso de Bioética e Cidadania, Ética da Alimentação, Sistemas Alimentares Sustentáveis para Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Tópicos de Educação Alimentar e Nutricional.
A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão torna-se visível, por meio dos relatórios disponibilizados no sistema acadêmico. O relatório de alunos envolvidos em atividades de pesquisa, monitoria e extensão, ano 2018, demonstra que 218 alunos do curso de nutrição estiveram envolvidos nestas atividades
(https://sigaa.ufrn.br/sigaa/extensao/Relatorios/alunos_extensao_monito ria_pesquisa.jsf).
Somente em atividades de monitoria, foram 80 alunos, distribuídos em 15 projetos; em pesquisa, 44 alunos distribuídos em 32 projetos.
O PATCG-Nutrição (2018) apresenta os dados do ano de 2017, registrando “o envolvimento de 60 (sessenta) alunos em 16 (dezesseis) projetos de monitoria, sendo 13 (treze) vinculados ao DNUT; 33 (trinta e três) projetos de pesquisa, sendo 32 (trinta e dois) coordenados por professores do DNUT, envolvendo no total de projetos em torno de 68 (sessenta e oito) alunos; e de extensão, foram identificados 55 (cinquenta e cinco) projetos sob a responsabilidade de professores do DNUT, envolvendo no total mais de 200 (duzentos) alunos do Curso de Nutrição, sendo que, destes, 8 (oito) alunos participaram do Trilhas Potiguares (ProEx)”.
Além disso, a expansão das atividades de inovação e empreendedorismo, relacionando-as às metas do Plano de
Desenvolvimento Institucional (2014 – 2019), também estão previstas no referido Plano, destacando que “o Curso já oferta componentes optativos (Empreendedorismo e gestão de negócios e Marketing de Varejos e Serviços, ofertados pelo Departamento de Ciências Administrativas) que atende essa expectativa na Estrutura Curricular (EC) 04”. Ainda nesse sentido, um novo componente optativo já foi aprovado pelo Colegiado do Curso – Consultoria e Gestão de Negócios em Alimentação Coletiva – o qual fará parte da nova estrutura curricular (EC
05), com o objetivo de fortalecer esse aspecto da formação.
Destacando-se as práticas metodológicas inovadoras na formação em nutrição, inclusive por meio do uso de tecnologias de informação e comunicação adotadas no processo de ensino aprendizagem para viabilizar a execução do PPC, o curso desenvolve atualmente projetos de monitoria e extensão com ênfase em inovações
tecnológicas, que estimulam o desenvolvimento de ferramentas que auxiliem os alunos no processo ensino-aprendizagem. Exemplo dessa iniciativa foi o desenvolvimento de um software para avaliação do consumo alimentar e dietético, bem como para o atendimento nutricional, passível de utilização no ensino, na pesquisa e no exercício profissional do nutricionista, o qual foi gerado a partir de uma orientação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Atualmente, o software foi aprimorado e encontra-se disponível na Plataforma digital Easy Diet como uma ferramenta facilitadora do trabalho do nutricionista e em fase de treinamento para posterior uso acadêmico por discentes e docentes do curso de nutrição, em nível de graduação e pós-graduação.
Outros dois projetos de ensino desta natureza estão sob desenvolvimento: o “APP Técnica Dietética dinâmica: desenvolvimento de aplicativo para consolidação de conhecimentos, melhoria do ensino e estímulo à docência em Nutrição (Edital de Monitoria e Programa de Melhoria da Qualidade de Ensino 2016-2018)” e, “APP Ficha Técnica fácil: aplicativo para consolidação de conhecimentos, melhoria do ensino e estímulo à docência em Nutrição (2017)”. Ressaltamos o quanto essas ferramentas têm garantido a acessibilidade digital e comunicacional,
promovido a interatividade entre docentes, discentes e possibilitado experiências diferenciadas de aprendizagem baseadas em seu uso.
Outro passo importante para a consolidação dessa experiência em inovação e empreendedorismo tem sido a abertura de espaços e oportunidades para discussões com especialistas sobre desenvolvimento de novos produtos, criação de empresas de consultoria em Nutrição e Empresas Júniores.
Ainda no tocante às práticas inovadoras, com o objetivo de atuar na formação de profissionais capazes de implementar mudanças nos sistemas alimentares atuais, potencializando assim a convergência para a agroecologia sensíveis à nutrição, foi desenvolvido um projeto de Horta, intitulado Horta Comunitária Nutrir (HCN), em uma abordagem metodológica ativa nomeada de garden-based learning, ou Aprendizagem Baseada em Hortas (ABH). Em ABH, a partir dos problemas apresentados pela Horta, o corpo discente é convidado a experimentar
e colaborar para agir sobre questões de natureza transdisciplinar, estimulando novas formas de comunicação, aprendizado e reflexão em ação (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS,
2004).
Ressalta-se ainda a perspectiva de implantação do SigSaúde, exemplo de inovação nos atendimentos ambulatoriais em Nutrição nos Campus Natal e Santa Cruz (FACISA/UFRN), mediante a informatização e
padronização de formulários, critérios de avaliação nutricional, análise de dietas e diagnóstico nutricional, possibilitando o acesso às informações para a equipe multiprofissional.
Quanto à articulação entre a graduação e a pós-graduação, destaca-se o envolvimento de discentes da graduação, por meio da Iniciação Científica, nos projetos de pesquisa das dissertações dos discentes pós-graduandos. Essa articulação graduação/pós-graduação também é favorecida pelo estágio à docência, reconhecendo-se o
potencial contributivo dessa atividade para o desempenho do discente graduando, pela diversificação das práticas pedagógicas e das tecnologias educacionais por parte dos discentes de pós-graduação. Para fins ilustrativos, somente por meio do Programa de Pós-graduação em Nutrição (PPGNut), durante o período de 2015 a 2018, o curso de graduação em Nutrição possibilitou a inserção de 33 alunos em formação stricto sensu, envolvendo 15 componentes acadêmicos. Somente no período 2018.2 foram cadastrados 15 planos de docência assistida, envolvendo cinco programas de Pós-graduação stricto sensuda UFRN: Nutrição, Ciências da Saúde, Saúde Coletiva, Bioquímica e Educação.
O Plano de Ação Trienal do curso inclui ainda estratégias e metas para o atendimento de estudantes com altas habilidades, transtornos ou deficiências, em atendimento hospitalar e domiciliar, sinalizando para a necessidade da atenção diferenciada a esses casos, com perspectiva de um trabalho conjunto com a Secretaria de Inclusão e Acessibilidade (SIA) para melhor assistir a esses alunos.
Quando necessário, também será disponibilizado o atendimento individualizado de alunos com dificuldades de aprendizagem, contandose com o envolvimento e apoio de docentes e monitores. Especificamente em relação às metodologias diferenciadas, de uso recorrente especialmente nas situações mencionadas, a coordenação de curso, em parceira com o DNUT, tem oportunizado a realização de minicursos em metodologias ativas nas oficinas pedagógicas do Curso, para os docentes do DNUT, assim como tem estimulado a participação de docentes de outros departamentos de ensino nas referidas oficinas.
Sabemos que avaliar continuamente é condição essencial e necessária à execução de um projeto, realizando as devidas correções quando estas se fizerem necessárias.
O processo de reformulação do PPC é uma construção coletiva, produto de discussões e decisões colegiadas e acumuladas ao longo de 5 anos, envolvendo docentes e discentes que se envolveram em um processo colaborativo e enriquecedor, seja por meio do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e do Colegiado em si, seja pelas oficinas de trabalho específicas envolvendo professores das diversas unidades acadêmicas que ofertam componentes curriculares para o curso de Nutrição, em especial os docentes do Departamento de Nutrição. Além disso, utilizamos a série histórica de avaliações continuadas e semestrais do PPC implementado em 2009, além de estudo específico efetuado pelos alunos do CANUT.
Avaliar este projeto vai requerer o mesmo tipo de atitude que tivemos ao avaliar o anterior, no qual se envolveram professores, alunos, funcionários e nutricionistas, em especial nossos preceptores, desejosos
de contribuir para a melhoria da formação no DNUT-UFRN.
Seguimos a orientação da PROGRAD de que a avaliação seja concretizada pela realização de encontros no início dos períodos letivos. Neles discutimos os programas, conteúdos, metodologias e processos de avaliação. Observamos e acompanhamos as avaliações docentes, realizadas pela UFRN, com discussões no Colegiado do Curso para definições de estratégias de acompanhamento e ação.
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