AVALIAÇÃO ESTEREOLÓGICA DOS EFEITOS DA AYAHUASCA NO ESTRIADO DE SAGÜIS (Callithrix jacchus) JUVENIS INDUZIDOS AO ESTRESSE CRÔNICO
Ayauasca, Sagui, núcleos da base, depressão, núcleo estriado
O Transtorno Depressivo Maior, prevalente globalmente, é uma das maiores causas de suicídio. Está fortemente associado a fatores neurobiológicos, incluindo desregulações nos sistemas de neurotransmissores geradas principalmente pelo estresse crônico. A ayahuasca é um chá, utilizado em rituais religiosos que possui propriedades psicoativas. Várias pesquisas têm estudado suas propriedades e potenciais efeitos terapêuticos no contexto da depressão. O estriado desempenha um papel crucial na coordenação de movimentos voluntários, processamento emocional e motivação. Alterações nos núcleos que o compõem impactam significativamente em sintomas neuropsiquiátricos cognitivos, emocionais e comportamentais. A ausência de estudos sobre os efeitos da ayahuasca na morfologia do estriado motivaram essa pesquisa. Então, tivemos como objetivo avaliar morfologicamente o estriado de saguis juvenis (Callithrix Jacchus) submetidos ao estresse crônico e tratados com ayahuasca. Foram utilizados 10 saguis provenientes do Núcleo de Primatologia da UFRN. A análise morfológica foi conduzida no Laboratório de Neuroanatomia da UFRN, utilizando lâminas do acervo do LABNEURO e do Laboratório de Medidas Hormonais. Os protocolos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Uso Animal da UFRN. O estudo envolveu três grupos: Grupo Família (controle positivo), Grupo Isolado (controle negativo) e Grupo Tratado (experimental). O experimento teve duas fases: Fase Basal (convívio social) e Fase Experimental (isolamento social e tratamento com ayahuasca). O isolamento social foi associado ao estresse crônico, e o Grupo Tratado recebeu ayahuasca preventiva e cronicamente. Os animais foram submetidos à perfusão transcardíaca após 120 dias de experimentação. A estereologia foi aplicada para estimar o volume, a densidade de volume neuronal, o número total de neurônios e o volume neuronal médio. Observamos discrepância numérica de secções entre animais, sem uma compreensão clara. Na estimativa de volume, constatou-se que o Cd é, em média, 11,89 mm3 maior que o Pu. Alguns animais apresentaram aumento no volume estriatal. A análise percentual de ocupação do volume estriatal total revelou alterações no grupo tratado (GT), com aumento da ocupação pelo Pu e diminuição do Cd. A densidade de volume neuronal mostrou que, apesar do aumento volumétrico no GT, a distribuição neuronal parece ser menos densa. Os resultados levantam questões sobre as variações volumétricas, indicando a necessidade de compreender se são influenciadas por questões técnicas, isolamento ou pelo uso de Ayahuasca. A coleta de dados adicionais é esperada para fornecer clareza e robustez aos resultados.