Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA CAROLINA GONZALEZ

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA CAROLINA GONZALEZ
DATA : 07/11/2022
HORA: 16:45
LOCAL: INSTITUTO DO CEREBRO - Auditório
TÍTULO:

Mecanismos neurais envolvidos na formação, atualização e integração da memória de reconhecimento de objetos


PALAVRAS-CHAVES:

BDNF; CaMKII; PKMζ; dopamina; evocação; redes mnemônicas 


PÁGINAS: 100
RESUMO:

Inicialmente, as memórias são instáveis e precisam ser estabilizadas por um processo conhecido como consolidação. Quando evocadas, as memórias consolidadas podem tornar-se instáveis novamente e para persistirem devem passar por um processo de re-estabilização chamado reconsolidação. Apesar de compartilharem características moleculares e anatômicas, a consolidação e a reconsolidação são processos mnemônicos distintos e com papéis funcionais específicos. Devido a que sinais de erro de predição e a detecção de novidade no momento da evocação são fatores que desencadeiam a reconsolidação do traço reativado, tem se hipotetizado que esses ciclos de desestabilização/restabilização servem para modificar e manter a relevância adaptativa das memórias de longa duração. 

A memória declarativa é a capacidade de lembrar fatos e eventos. A memória de reconhecimento de objetos (MRO) permite identificar itens familiares e discerni-los de novos, sendo um componente integral da memória declarativa e, portanto, essencial para a vida cotidiana. Em roedores, o hipocampo é fundamental para a formação, evocação e reconsolidação da MRO. Sabe-se também que o hipocampo é uma região cerebral que integra memórias novas e antigas para formar redes de conhecimento, mas as bases neurobiológicas desse processo permanecem pouco compreendidas.

Neste trabalho estudamos os mecanismos neurais no hipocampo que subjazem a formação e atualização da MRO em ratos Wistar adultos usando a tarefa de reconhecimento de novos objetos, um paradigma de aprendizado incidental baseado no comportamento natural dos roedores de explorar preferencialmente objetos novos. Encontramos que, enquanto a formação da memória de objetos está relacionada com a atividade da CaMKII e do teta hipocampal, a reconsolidação dessa memória requer da atividade da PKMζ e da expressão de Zif268 na região CA1 dorsal. Além disso, apresentamos evidências que sustentam a ideia de que a amnésia causada pela interrupção da reconsolidação não reflete falhas na evocação, mas se deve à eliminação do traço mnemônico. Nossos resultados também indicam que a desestabilização da MRO está ligada à sinalização dopaminérgica e ao acoplamento fase-amplitude entre os ritmos teta e gama hipocampais, e que a indução artificial desse padrão oscilatório mediante estimulação cerebral profunda pode desestabilizar memórias que normalmente são resistentes à reconsolidação. Por último, mostramos que a reconsolidação é um processo cuja uma das suas funções é linkar memórias relacionadas, e que a sinalização dopaminérgica hipocampal acopla a detecção de novidade à desestabilização da memória para determinar se novas informações serão integradas ao conhecimento pré-existente por meio de reconsolidação ou consolidadas como memórias independentes.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1721223 - ADRIANO BRETANHA LOPES TORT
Interno - 2069422 - DIEGO ANDRES LAPLAGNE
Presidente - 1996111 - MARTIN PABLO CAMMAROTA

Notícia cadastrada em: 01/11/2022 10:41
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