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Dissertações |
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THAIS PRISCILA LIMA SILVA
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EFEITO DA EXCENTRICIDADE NA FREQUENCIA DA OSCILACAO GAMA DE V1 EM CAPUCHINHOS
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Orientador : SERGIO TULIO NEUENSCHWANDER MACIEL
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MEMBROS DA BANCA :
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SERGIO TULIO NEUENSCHWANDER MACIEL
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KERSTIN ERIKA SCHMIDT
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GUSTAVO ROHENKOHL
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JEROME PAUL ARMAND LAURENT BARON
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Data: 28/03/2024
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A frequência de oscilação é fundamental para sincronizar (e romper) a sincronização neuronal. Neste estudo, registramos a atividade de disparo em locais correspondentes a pontos distintos no mapa visual de V1 em Macacos-Capuchinhos (N= 195 sítios de registro em 3 macacos). Nossos resultados confirmam e aprofundam resultados anteriores no Resos (Lima et al., 2010, limitados a registros de LFP), mostrando que a frequência de oscilação gamma é sistematicamente maior na representação central (média 66,3 Hz ± 2.09 SEM) em comparação com a representação periférica do campo visual (51.9 Hz ± 1.98). Em nosso estudo, pudemos registrar tanto na representação foveal (1°) quanto na periferia distante para medir os efeitos na frequência de oscilação quando a magnificação cortical era maior, variando sistematicamente propriedades do estímulo (grades em movimento) como a orientação, velocidade, frequência espacial e tamanho.Nossos resultados oferecem uma interpretação alternativa aos achados de Murty et al. (J. Neurosci, 2018), que sugerem a existência de dois ritmos gama distintos em V1, dependendo do tamanho do estímulo. Componentes de baixa frequência originados na periferia de V1 (calcarina, gama lenta) poderiam se propagar para a região de representação central (opérculo, gama rápida) por condução de volume. Como discutimos nesse trabalho, os dois ritmos gama devem ser concebidos não como desempenhando um papel complementar no processamento visual, mas como um mero epifenômeno da disposição topológica do circuito cortical subjacente.
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The oscillation frequency is critical for entraining (and breaking) neuronal synchronization. Here, we recorded spiking activity and LFP at sites corresponding to distinct points in the visual map of V1 in Capuchin monkeys (N= 195 recording sites in 3 monkeys). Our results confirm and extend previous findings in macaque monkeys (Lima et al., 2010, this study was restricted to LFP recordings), showing that the gamma oscillation frequency is systematically higher in the central representation (average 66.3 Hz ± 2.09 SEM) as compared to the peripheral representation of the visual field (51.9 Hz ± 1.98). In our study, we could record both from the foveal representation (1°) and distant periphery representation regions to measure the effects on oscillation frequency by systematically varying stimulus properties (moving gratings) such as orientation, speed, spatial frequency, and size. Our results offer an alternative interpretation to the findings of Murty et al. (J. Neurosci, 2018), which suggest the existence of two distinct gamma rhythms in V1, depending on the stimulus size. Low-frequency components originating in the periphery of V1 (calcarine, slow gamma) could propagate to the central representation region (operculum, fast gamma) by volume conduction. Thus, the two gamma rhythms should be conceived not as playing a complementary role in visual processing but as a mere epiphenomenon of the topological arrangement of the underlying cortical circuitry.
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SAMANTHA DE FREITAS CAVALCANTE
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Análise dos níveis de microquimerismo fetal na síndrome congênita do vírus Zika
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Orientador : EDUARDO BOUTH SEQUERRA
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MEMBROS DA BANCA :
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CECÍLIA HEDIN-PEREIRA
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EDUARDO BOUTH SEQUERRA
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EMELIE KATARINA SVAHN LEAO
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MARCELO TORRES BOZZA
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Data: 19/04/2024
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Em 2015, o Brasil enfrentou uma grave epidemia de vírus Zika (ZIKV), transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e causando doença febril. O posterior aumento de gravidezes de fetos microcefálicos motivou um estudo para testar a presença de ZIKV no líquido amniótico desses bebês, confirmando a sua correlação com malformações do sistema nervoso central (CNS). Apesar de sabermos muito sobre a interferência de ZIKV no desenvolvimento de células neurais, pouco se sabe sobre como o sistema imune materno se comporta nessas condições. Nossa pesquisa investiga a origem das malformações do CNS causadas pelo ZIKV explorando o microquimerismo. No microquimerismo células de um indivíduo, um feto, um irmão ou a mãe, entram em outro durante a gravidez. Nesse trabalho, utilizamos combinações de cruzamentos entre camundongos transgênicos (β-actin-eGFP) para detectar células marcadas de um indivíduo que passaram para um segundo. Para testar o efeito de ZIKV sobre esse fenômeno, realizamos uma cirurgia intrauterina para expor os embriões e inocular salina, ZIKV inativado (inZIKV) e ZIKV no líquido amniótico. Após cinco dias cirurgia, medimos os níveis de células fetais no sangue materno e em três regiões do cérebro materno: bulbo olfatório (OB), hipocampo (HC) e cerebelo (CRB). Além disso, avaliamos o microquimerismo entre irmãos comparando o cérebro e o fígado do embrião como potenciais locais para a captação de células microquiméricas. Nossos resultados preliminares não revelaram diferença significativa nos níveis de células fetais (eGFP + ) trocadas entre os grupos de controle (salina e inZIKV) e aqueles inoculados com ZIKV, tanto no sangue materno quanto nas regiões cerebrais. No entanto, a injeção de inZIKV ou ZIKV levou ao aparecimento de células tronco neurais provenientes dos fetos no sangue de algumas fêmeas. Quanto ao microquimerismo entre irmãos, houve uma diferença notável na transferência de células, especialmente no cérebro, ao comparar o grupo inoculado com ZIKV com os grupos salina e inZIKV. Esses resultados sugerem que o ZIKV aumenta a permeabilidade de células neurais para o sangue materno, induzidos tanto pela infecção viral quanto ela inflamação causada por seus componentes após inativação. Além disso, concluímos que ZIKV afeta os níveis de células microquiméricas trocadas entre irmãos, indicando uma ruptura na permeabilidade da barreira placentária e hematoencefálica. Esses achados sugerem que uma potencial troca de células entre o sistema nervoso embrionário e a mãe aumentaria a probabilidade de interromper os mecanismos de imunotolerância adquiridos na gravidez.
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In 2015, Brazil faced a severe Zika virus (ZIKV) epidemic transmitted by Aedes aegypti mosquitoes, causing febrile illness. It prompted a study to detect ZIKV in the amniotic fluid of pregnant women with microcephalic babies, confirming its association with CNS malformations. During pregnancy, the maternal immune system adjusts to tolerate embryo cells carrying paternal genetic material, while maternal antibodies provide passive immunity. However, congenital Zika disrupts this immune balance, potentially leading to brain malformations. Our research investigates the origin of these malformations, exploring microchimerism, where cells from one individual enter another during pregnancy. We aim to shed light on the underlying mechanisms of Zika-related complications. Here, we performed an intrauterine surgery to expose the embryos and inoculate saline, inactivated ZIKV (inZIKV), and ZIKV into the amniotic fluid, analyzing after five days. We measured the levels of fetal cells in the maternal blood and three regions of the maternal brain: Olfactory bulb (OB), hippocampus (HC), and cerebellum (CRB). Furthermore, we evaluated microchimerism between siblings, comparing the embryo's brain and liver as the potential harboring sites for the microchimeric cells. Our results revealed no significant difference in the levels of exchanged fetal cells between the control groups (saline and inZIKV) and those inoculated with ZIKV, both in the maternal blood and brain regions. However, there was a notable difference in cell transfer between siblings, particularly in the brain, when comparing the Zika virus group with the saline and inZIKV groups. We conclude that the ZIKV increases the levels of microchimeric cells exchanged between siblings, indicating a disruption in the permeability of the placental and blood-brain barriers. This finding implies that a potential leakage of embryonic cells to the mother could enhance the likelihood of disrupting maternal tolerance mechanisms.
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ANNA GABRIELY BARROSO DE SÁ
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Investigacao da expressao de egr-1 nos ganglios da base durante a producao e percepcao vocal em Callithrix jacchus
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Orientador : DANIEL YASUMASA TAKAHASHI
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIEL YASUMASA TAKAHASHI
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KERSTIN ERIKA SCHMIDT
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SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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BRUSS REBOUÇAS COELHO LIMA
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CRISTIANO SOARES SIMOES
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Data: 17/06/2024
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Um aspecto fundamental da comunicação humana é a fala flexível, que há muito se acredita ser exclusiva dos humanos entre os primatas. Entretanto, descobertas recentes sugerem que alguns primatas não humanos, como os saguis, também apresentam plasticidade vocal. A investigação dos correlatos neurais da flexibilidade vocal em saguis pode fornecer uma visão de suas origens em humanos devido às homologias cerebrais. Dentre as áreas cerebrais relacionadas ao comportamento vocal, muito se sabe das contribuições corticais, porém a função das regiões subcorticais é muito menos conhecida. Em particular, os gânglios da base estão relacionados à escolha/início de ações, ao controle motor fino e ao aprendizado de sequências motoras; portanto, é provável que sejam relevantes para a flexibilidade vocal. Aqui, usando dados histológicos coletados anteriormente e métodos estereológicos, testamos a hipótese de que o núcleo caudado e o putâmen, nos gânglios da base, são ativados durante a comunicação vocal e usamos a expressão do gene imediato egr-1 para mapear sua ativação em três grupos de saguis. O primeiro grupo não vocalizou durante o teste (C), o segundo grupo ouviu vocalizações de reprodução, mas não vocalizou (H/O), e o terceiro grupo ouviu chamadas de reprodução e vocalizou (H/V). Observamos um aumento na expressão de erg-1 em ambas as áreas na condição H/O em comparação com a condição C e um aumento ainda mais significativo na expressão de erg-1 nas mesmas áreas na condição H/V em comparação com a condição H/O. Para garantir a especificidade das alterações observadas, comparamos as células que expressam erg-1 nas áreas sensoriais e motoras primárias, não encontrando diferença significativa entre as três condições. Além disso, quantificamos a locomoção durante a hora que antecedeu o ponto final do experimento para descartar discrepâncias de movimento como explicação para as diferenças observadas entre os grupos na expressão de erg-1, sem encontrar correlação entre locomoção e variação de expressão. Nossos resultados indicam a ativação dos gânglios basais durante a audição e a produção da vocalização, independentemente de outras áreas cerebrais e movimentos corporais, o que corrobora nossa hipótese. A relevância dos gânglios basais no aprendizado vocal de aves canoras, juntamente com nossas descobertas em saguis, sugere sua importância na compreensão da evolução do aprendizado vocal.
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A core aspect of human communication is flexible speech, long believed to be unique to humans among primates. However, recent findings suggest that some non-human primates, such as marmosets, also exhibit vocal plasticity. Investigating the neural correlates of vocal flexibility in marmosets provides insight into its origins in humans due to brain homologies. While much research focuses on cortical areas, the role of subcortical regions is understudied. Basal ganglia are related to the choice/initiation of actions, fine motor control, and learning of motor sequences; hence, it is likely to be relevant for vocal flexibility. Here, using previously collected histological data and stereological methods, we tested the hypothesis that the caudate nucleus and the putamen, in the basal ganglia, are activated during vocal communication and used the expression of the immediate early gene egr-1 to map its activation in three groups of marmosets. The first group did not vocalize during testing (C), the second group heard playback vocalizations but did not vocalize (H/O), and the third group heard playback calls and vocalized (H/V). We observed an increase in egr-1 expression in both areas in the H/O condition compared to the C condition and a further significant increase in egr-1 expression in the same areas in the H/V condition compared to the H/O condition. To ensure the specificity of observed changes, we compared erg-1 expressing cells in primary sensory and motor areas, finding no significant difference among the three conditions. Additionally, we quantified locomotion during the one hour preceding the experimental end-point to rule out movement discrepancies as an explanation for observed group differences in erg-1 expression, finding no correlation between locomotion and expression variance. Our results indicate basal ganglia activation during vocal listening and production, independent of other brain areas and body movements, supporting our hypothesis. The relevance of basal ganglia in songbird vocal learning, along with our findings in marmosets, suggests their importance in understanding the evolution of vocal learning.
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ADRIANA FREIRE LAMARTINE
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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO CANABIGEROL E DO CANABINOL NAS CRISES AGUDAS INDUZIDAS PELO PENTILENOTETRAZOL EM CAMUNDONGOS
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Orientador : DANIEL YASUMASA TAKAHASHI
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIEL YASUMASA TAKAHASHI
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EDUARDO BOUTH SEQUERRA
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JOÃO RICARDO MENEZES
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Data: 21/06/2024
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Fitocanabinoides, metabólitos secundários produzidos por plantas do gênero Cannabis, modulam a excitabilidade celular e apresentam efeitos promissores no tratamento adjuvante anticrise em epilepsias de difícil controle. O tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), os dois fitocanabinoides com maior concentração em inflorescências de Cannabis sp., possuem massa e estrutura molecular similares, porém distintos efeitos farmacológicos: o THC tem um evidente efeito psicotrópico e pró-convulsivante, enquanto o CBD não afeta o comportamento ou a percepção, apesar de notável atividade anticrise em estudo clínicos e pré-clínicos. Por outro lado, pouco se conhece a respeito dos efeitos farmacológicos de outros fitocanabinoides,como o canabigerol (CBG, molécula precursora do THC e CBD) e o canabinol (CBN, resultado da degradação do THC e CBD). O CBG e o CBN interagem com diferentes alvos moleculares, como receptores do sistema endocanabinoide (CB1), porém seus efeitos farmacológicos sobre a hiperexcitabilidade neuronal são desconhecidos. Neste trabalho, avaliamos o efeito anticrise do CBG e do CBN em um modelo de crise aguda induzida quimicamente pelo pentilenotetrazol (PTZ) em camundongos (CEUA/UFRN #043/2022). A administração de PTZ (60 mg/Kg, s.c.) produziu espasmos, abalos mioclônicos e, em alguns animais, crises límbicas generalizadas. O pré-tratamento (1 h antes do PTZ) com CBG ou CBN, nas doses de 3, 30 ou 300 mg/Kg (i.p.) não modificou a latência, a quantidade ou a gravidade dos comportamentos ictais induzidos pelo PTZ, quando comparado ao grupo controle (CTR, animais que receberam veículo, i.e., óleo de milho; p>0,05, ANOVA). Por outro lado, o pré-tratamento com diazepam (5 mg/Kg, tradicional fármaco anticrise, usado aqui como controle positivo) aumentou a latência para o primeiro espasmo e a primeira mioclonia, além de reduzir significativamente o número de eventos quando comparados ao grupo controle (p<0,05, teste t não-pareado). Surpreendentemente, o pré-tratamento com CBG ou CBN aumentou a proporção de animais apresentando crises límbicas, independente da dose. A proporção de animais com crise no grupo CTR foi de 2/16 (13%), enquanto que no grupo CBG foi de 8/17 (47%, CTR vs CBG, chi-quadrado=4,66, p=0,031) e no grupo CBN foi de 5/16 (31%, CTR vs CBN, chi-quadrado=1,65, p>0,05). Nossos resultados demonstram que o CBG e o CBN não possuem atividade anticrise no modelo de crise aguda induzida pelo PTZ e sugere que, de fato, esses fitocanabinoides favorecem a expressão de crises límbicas. Acreditamos que esse estudo expande nossa compreensão do potencial e das limitações do sistema endocanabinoide no controle da excitabilidade neuronal.
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Phytocannabinoids, secondary metabolites produced by Cannabis plants, modulate cellular excitability and present promising effects in adjunctive treatment for refractory epilepsies. Tetrahydrocannabinol (THC) and cannabidiol (CBD), two phytocannabinoids with the highest concentration in Cannabis sp. inflorescences, have similar mass and molecular structure, but distinct pharmacological effects: THC has a clear psychotropic and pro-convulsant effect, while CBD does not affect behavior or perception, despite notable anti-seizure activity in clinical and preclinical studies. On the other hand, little is known about the pharmacological effects of other phytocannabinoids, such as cannabigerol (CBG, a precursor molecule of THC and CBD) and cannabinol (CBN, which results from the abiotic degradation of THC and CBD). CBG and CBN interact with different molecular targets, such as receptors of the endocannabinoid system (CB1r), but their pharmacological effects on neuronal hyperexcitability are unknown. In this study, we evaluated the antiseizure effect of CBG and CBN in a model of chemically-induced acute seizures by pentylenetetrazol (PTZ) in mice (CEUA/UFRN #043/2022). PTZ administration (60 mg/kg, s.c.) produced spasms, myoclonic jerks, and in some animals, generalized limbic seizures. Pretreatment (1 h before PTZ) with CBG or CBN at doses of 3, 30, or 300 mg/kg (i.p.) did not modify the latency, quantity, or severity of PTZ-induced ictal behaviors compared to the control group (CTR, animals receiving vehicle, i.e., corn oil; p>0.05, ANOVA). On the other hand, pretreatment with diazepam (5 mg/kg, a traditional anti-seizure drug, used here as positive control) increased the latency to the first spasm and the first myoclonus and significantly reduced the number of events compared to the control group (p<0.05, unpaired t-test). Surprisingly, the pretreatment with CBG or CBN increased the proportion of animals experiencing limbic seizures, regardless of the dose. The proportion of animals with seizures in the CTR group was 2/16 (13%), while in the CBG group, it was 8/17 (47%, CTR vs CBG, chi-square=4.66, p=0.031) and in the CBN group it was 5/16 (31%, CTR vs CBN, chi-square=1.65, p>0.05). Our results demonstrate that CBG and CBN do not have antiseizure activity in the PTZ-induced acute seizure model and suggest that these phytocannabinoids promote the expression of limbic seizures. We believe this study expands our understanding of the potential and limitations of the endocannabinoid system in controlling neuronal excitability.
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Teses |
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INGRID NOGUEIRA SOUSA
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Subclassificação de neurônios do neocórtex através das propriedades eletrofisiológicas de membrana – Impacto da super exposição a ruído
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Orientador : EMELIE KATARINA SVAHN LEAO
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MEMBROS DA BANCA :
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EDUARDO BOUTH SEQUERRA
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EMELIE KATARINA SVAHN LEAO
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GILAD SILBERBERG
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LYVIA LINTZMAIER PETIZ
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RENATA FIGUEIREDO ANOMAL
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Data: 15/04/2024
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A exposição a ruídos altos pode gerar zumbido induzido por ruído em humanos e animais. Vários estudos observaram que a exposição ao ruído (NE) pode alterar a atividade neuronal de muitos, senão de todos os núcleos auditivos, incluindo o córtex auditivo primário (A1). Apesar do A1 fornecer importante feedback descendente aos núcleos da via auditiva, ainda pouco se sabe sobre como a NE afeta as propriedades eletrofisiológicas de membrana de tipos específicos de neurônios no A1. Aqui, fizemos registro de propriedades de disparo de células piramidais (PCs) e células Martinotti (MCs) da camada 5 (a principal camada de output cortical) do A1 em condições de controle ou uma semana após uma superexposição ao ruído (4-18 kHz, 90 dBs, 1,5 h, seguido de 1,5 h de silêncio). Além disso, os registros controle de MCs do A1 foram comparados aos registros controle de MCs do córtex motor primário (M1) para elucidar as especulações sobre a existência de subtipos morfo-elétricos de MCs em L5. Subtipos eletrofisiológicos de células piramidais e MCs foram identificados utilizando análise de componentes principais (PCA) e clustering, em combinação com marcadores genéticos para as MCs. Nossos dados mostraram que a NE altera a frequência de disparo das PCs em L5 em direções opostas após as injeções de corrente de despolarização, onde as PCs do Tipo A tiveram uma diminuição na frequência de disparo inicial (p = 0,02) e de disparo em estado estacionário (p = 0,050) e as PCs do Tipo B tiveram um aumento significativo na frequência de disparo em estado estacionário (p = 0,048). Também notamos que as MCs em A1 mostraram um aumento significativo na frequência de disparo inicial (p = 8,5 × 10 −5 ) e em estado estacionário (p = 6,3 × 10 −5 ) após a superexposição ao ruído. Ao comparar grupos controle de MCs na L5 de A1 e M1 observamos, através da análise de PCA, a formação de dois clusters com base nas 14 propriedades de membrana avaliadas. Nomeamos os grupos de MCs do Tipo 1 e MCs do Tipo 2 e, eles diferiram significativamente em 10 parâmetros para A1 e 11 parâmetros para M1, mostrando que as MCs na L5 do córtex não são um grupo homogêneo e podem ser subdivididos em duas classes principais. Em conclusão, observou-se que a alta NE causa efeitos distintos nas PCs do Tipo A e do Tipo B e também nas MCs inibitórias, o que parece alterar a atividade de feedback descendente e contralateral no sistema auditivo. As diferenças nas propriedades eletrofisiológicas de diferentes MCs após a superexposição ao ruído também foram analisadas nesta tese. E, o fato das MCs em L5 de diferentes áreas corticais apresentarem características surpreendentemente semelhantes, é um primeiro passo na direção de uma melhor classificação deste importante interneurônio inibitório. Finalmente, é importante estudar como a superexposição ao ruído pode afetar as propriedades da membrana neuronal, uma semana após um estímulo de ruído alto, a um nível celular para que assim se possa desenvolver opções de tratamento para restaurar o nível normal de atividade dentro do A1.
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Loud noise-exposure can generate noise-induced tinnitus in both humans and animals. Several studies have observed that the noise-exposure (NE) can alter neuronal activity of many, if not all auditory nuclei, including the primary auditory cortex (A1). Despite the A1 providing important descending feedback to nuclei of the auditory pathway, still little is understood of how NE affects electrophysiological membrane properties of specific types of neurons in the A1. Here, we record firing properties from pyramidal cells (PCs) and Martinotti cells (MCs) of layer 5, the main cortical output layer, of the A1 in control conditions or one week after a noise overexposure (4-18 kHz, 90dBs, 1.5 h, followed by 1.5 h silence). MCs of the A1 were furthermore compared to control MC recordings from the primary motor cortex (M1) to elucidate speculations of morpho-electrical subtypes of L5 MCs. Electrophysiological subtypes of pyramidal cells and MCs were identified using principal component analysis and clustering, in combination with genetic markers for the MCs. We found that NE changes firing frequency of L5 PCs in opposite directions after depolarization current injections, where Type A PCs had a decrease in initial (p = 0.02) and steady state firing frequency (p = 0.050) and Type B PCs showed a significant increase in in steady state firing frequency (p = 0.048). Additionally, L5 MCs in A1 showed a significant increase in initial (p = 8.5 × 10 −5 ) and steady state firing frequency (p = 6.3 × 10 −5 ) after noise overexposure. When comparing control groups of MCs in L5 of A1 and M1 we observed, through PCA analysis, the formation of two clusters based on 14 membrane properties assessed. We called the groups, Type 1 and Type 2 MCs and they significantly differed in 10 parameters for A1 and 11 parameters for M1, showing that L5 MCs in the cortex are not a homogeneous group and can be subdivided into two main clusters. In conclusion, loud NE was seen to cause distinct effects in Type A and Type B L5 PCs and inhibitory L5 MCs, which appears to alter activity of descending and contralateral feedback in the auditory system. Whether the differences in electrophysiological properties of different MCs remain after noise overexposure is beyond the scope of this thesis. Yet, that L5 MCs from different cortical areas displayed strikingly similar characteristics is still a first step in the direction of better classifying this important inhibitory interneuron. Finally, it is important to study how noise overexposure can affect neuronal membrane properties a week after a loud noise stimulus at a cellular level in order to develop treatment options to restore normal level of activity within the A1.
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JULIANA AVILA DE SOUZA
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Saúde mental, sono, sonhos e clima de segurança psicossocial na pós-graduação.
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Orientador : SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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MEMBROS DA BANCA :
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LEONARDO DE OLIVEIRA BARROS
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ADRIANO DE LEMOS ALVES PEIXOTO
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LETICIA DE OLIVEIRA
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NICOLE LEITE GALVAO COELHO
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SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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Data: 23/04/2024
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Problemas de saúde mental entre pós-graduandos têm gerado debate dentro da comunidade acadêmica. Estudos anteriores identificaram níveis de ansiedade e depressão até 6 vezes mais altos do que na população em geral. Distúrbios do sono e abuso de substâncias também são frequentemente relatados. O fenômeno do sofrimento acadêmico requer mais pesquisas para identificar fatores etiológicos - intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo - para ações preventivas e suporte. O presente estudo teve como objetivo investigar fatores de risco e de proteção paradoenças mentais em uma amostra brasileira. 476 estudantes de pós-graduação (idade média 33,9, DP=8,62) de todas as regiões do Brasil completaram um questionário online, conforme aprovado pelo comitê de ética local (CAAE: 54127221.0.0000.5537). As perguntas abordaram aspectos sociodemográficos, estilo de vida e saúde, impacto da COVID-19, experiências acadêmicas, contexto social e relatos de sonhos. Instrumentos de triagem psicométrica para depressão (PHQ-9: média=13,8, DP=7,21), ansiedade (GAD-7: média=11,9, DP=6,23), distúrbios do sono (PSQI: média=8,41, DP=3,85) e clima de segurança psicossocial (PSC-12: média=35, DP=18) também foram aplicados. Foram realizados testes não paramétricos em que a variável de agrupamento foi a classificação entre baixo risco (BR) e alto risco (AR) para desenvolvimento de doença mental fornecida pela PSC-12. Participantes no grupo AR tiveram pontuações significativamente mais altas do que aqueles no grupo BR, indicando uma maior presença de sintomas para depressão (AR: média=14,4, DP=6,89; BR: média=11, DP=7,92; U=12337, p<.001, r=0,271), ansiedade (AR: média=12,4, DP=6,13; BR: média=9,62, DP=6,18; U=12661, p<.001, r=0,252), distúrbios do sono (AR: média=8,68, DP=3,81; BR: média=7,18, DP=3,85; U=13197, p=,001, r=0,220), maior ocorrência de pesadelos (AR: média=1,53, DP=0,33; BR: média=1,44, DP=0,34; U=1438, p=0,022, r=0,150) e de sonhos relacionados com a pós-graduação (AR: média=1,61, SD= 0,33; BR: média=1,44, SD=0,35; U=12350, p<001, r=0,270). Análises de regressão linear com os escores da PSC-12 como variável preditora foram estatisticamente significativas para sintomas de depressão (R2=0,0570, F(1,474)=28,7, p<.001), ansiedade (R2=0,0443, F(1;474)=22, p<.001), distúrbios do sono (R2=0.0439, F(1;465)=21.4, p<.001) e frequência de pesadelos (PSC-12: R2=0,0221, F(1,474)=10,7, p=0,001). A frequência de pesadelos também foi significativamente associada com os resultados sobre sintomas depressivos (PHQ-9: R2=0,102, F=53,9, p<.001; Rho(474)=0,326, t=7,34, p<.001), ansiosos (GAD-7: R2=0,114, F=61,1, p<.001; Rho(474)=0,342, t=7,82, p<.001) e distúrbios do sono (PSQI: R2=0,104, F(1,465)=53,9, p<.001; Rho(465)= 0,323, t=6,61, p<.001) indicando que a ocorrência de pesadelos pode ser discutida como um indício clínico de sofrimento mental. Os desafios globais de saúde mental atingiram novas proporções após a pandemia de COVID-19. As previsões sobre futuras pandemias e crises relacionadas ao aquecimento global não são otimistas, e a principal esperança para lidar com essas questões deve vir de avanços científicos e tecnológicos futuros. Levando em consideração que aumentar a diversidade na ciência é uma maneira direta de aprimorar a diversidade de abordagens e criatividade na resolução de problemas, há uma responsabilidade de proteger cientistas em seus anos formativos para minimizar problemas de saúde mental, abandono de carreira e taxas de suicídio entre acadêmicos.
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Mental health issues among graduate students have sparked debate within the academic community. Previous studies identified anxiety and depression levels up to 6 times higher than the general population. Sleep disorders and substance abuse are also commonly reported. The phenomenon of academic suffering requires further research to identify etiological factors – intrinsic or extrinsic to the individual – for preventive actions and support. The present study aimed to investigate risk and protective factors for mental illness among a Brazilian sample. 476 graduate students (mean age 33.9, SD=8.62) from all Brazilian regions completed an online questionnaire, as approved by the local ethics committee (CAAE: 54127221.0.0000.5537). Questions covered sociodemographics aspects, lifestyle and health, COVID-19 impact, academic experiences, social context, and dream reports. Psychometric screening instruments for depression (PHQ-9: mean=13.8, SD=7.21), anxiety (GAD-7: mean=11.9, SD=6.23), sleep disorders (PSQI: mean=8.41, SD=3.85), and psychosocial safety climate (PSC-12: mean=35, SD=18) were also applied. Non-parametric t-test was performed with the PSC-12 classification for mental illness risk as a grouping variable. Participants in the high risk (HR) group had significantly higher scores than those in the low risk (LR) group, indicating a higher presence of symptoms for depression (HR: mean=14.4, SD=6.89; LR: mean=11, SD=7.92; U=12337, p<.001, r=0.271), anxiety (HR: mean=12.4, SD=6.13; LR: mean=9.62, SD=6.18; U=12661, p<.001, r=0.252), sleep disorders (HR: mean=8.68, SD=3.81; LR: mean=7.18, SD=3.85; U=13197, p=.001, r=0.220) and an increased frequency of nightmares (HR: mean=1.53, SD=0.33; LR: mean=1.44, SD=0.34; U=1438, p=0.022, r=0.150). Linear regression analysis with PSC-12 scores as a predictable variable were statistically significant for depression (R2=0.0570, F(1,474)=28.7, p<.001), anxiety (R2=0.0443, F(1;474)=22, p<.001), sleep disorders (R2=0.104, F(1;465)=53.9) and nightmare frequency (R2=0.0221, F(1;474)=10.7, p=0.001). The frequency of nightmares was also significantly associated with outcomes on depressive symptoms (PHQ-9: R2=0.102, F=53.9, p<.001; Rho(474)=0.326, t=7.34, p<.001), anxiety (GAD-7: R2=0.114, F=61.1, p<.001; Rho(474)=0.342, t=7.82, p<.001), and sleep disorders (PSQI: R2=0.104, F(1,465)=53.9, p<.001; Rho(465)= 0.323, t=6.61, p<.001), indicating that the occurrence of nightmares can be discussed as a clinical indicator of mental distress. Global mental health challenges have reached new proportions after the COVID-19 pandemic. Predictions about future pandemics and global warming-related crises are not optimistic, and the main hope for dealing with these issues should come from future scientific and technological advances. Taking into account that increasing diversity in science is a direct way to enhance the diversity of approaches and creativity in problem-solving, there’s a responsibility to protect scientists in their formative years in order to minimize mental health issues, career abandonment and suicide rates among academics.
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JHULIMAR GUILHERME DOERL
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Descrição da dinâmica de líquido cefalorraquidiano e alterações morfológicas associadas à infecção por vírus zika em camundongos em desenvolvimento
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Orientador : EDUARDO BOUTH SEQUERRA
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MEMBROS DA BANCA :
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LEO MORITA MIYAKOSHI
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JAQUELINE DA SILVA GENEROSO
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EDUARDO BOUTH SEQUERRA
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EMELIE KATARINA SVAHN LEAO
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PATRICIA PESTANA GARCEZ
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Data: 29/05/2024
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Desde 2015, o aumento dos casos de infecção congênita pelo vírus Zika (ZIKV) tem despertado grande interesse da comunidade científica, especialmente no Brasil. A infecção resulta em várias lesões e malformações no sistema nervoso central (SNC). Os fenótipos resultantes são diversos, com pacientes exibindo diferentes graus de comprometimento. Muitos pacientes com síndrome congênita do Zika vírus (CZVS) desenvolvem malformações progressivas, mesmo após o nascimento e a cessação dos sinais de infecção pelo ZIKV. Esses achados sugerem que o ZIKV provoca inflamação do tecido neural que pode persistir por um período prolongado. O sistema glinfático, responsável pela remoção de produtos do metabolismo celular e outras moléculas do ISF e CSF, é essencial para a homeostase do tecido neural. A formação do sistema glinfático ocorre após a gênese de vasos dentro do parênquima, a diferenciação das células de glia radial em astrócitos e a formação de extensões dos astrócitos junto à barreira hematoencefálica (BBB). Pesquisas recentes indicam que o ZIKV infecta astrócitos em desenvolvimento, podendo afetar a formação de suas projeções ao redor dos vasos sanguíneos. Embora haja indícios de que o vírus altere o sistema glinfático, ainda não foram realizados estudos para testar o efeito dessa infecção. Portanto, neste estudo, caracterizamos o impacto da infecção por ZIKV na gliogênese e no desenvolvimento do sistema glinfático. Observamos que a severidade dos sintomas da infecção está relacionada à idade e à carga viral administrada. Nosso modelo de infecção reproduziu alterações morfológicas e estruturais similares às observadas em crianças com CZVS. Além disso, detectamos que a infecção por ZIKV altera a dinâmica do fluxo de CSF e a expressão de Aqp4, sugerindo uma disfunção do sistema glinfático.
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Since 2015, the increase in cases of congenital Zika virus (ZIKV) infection has aroused great interest in the scientific community, especially in Brazil. The infection results in various lesions and malformations in the central nervous system (CNS). The resulting phenotypes are diverse, with patients exhibiting different degrees of impairment. Many patients with congenital Zika virus syndrome (CZVS) develop progressive malformations, even after birth and cessation of signs of ZIKV infection. These findings suggest that ZIKV causes inflammation of the neural tissue that can persist for a prolonged period. The glymphatic system, responsible for removing products of cellular metabolism and other molecules from the ISF and CSF, is essential for neural tissue homeostasis. The formation of the glymphatic system occurs after the genesis of vessels within the parenchyma, the differentiation of radial glia cells into astrocytes and the formation of astrocyte extensions near the blood-brain barrier (BBB). Recent research indicates that ZIKV infects developing astrocytes and can affect the formation of their projections around blood vessels. Although there are indications that the virus alters the glymphatic system, no studies have yet been carried out to test the effect of this infection. Therefore, in this study, we characterized the impact of ZIKV infection on gliogenesis and the development of the glymphatic system. We observed that the severity of infection symptoms is related to age and the viral load administered. Our infection model reproduced morphological and structural alterations similar to those observed in children with CZVS. In addition, we found that ZIKV infection alters the dynamics of CSF flow and the expression of Aqp4, suggesting a dysfunction of the glymphatic system.
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JOSEPH ANDREWS BELO ALVES
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Sincronizacao de redes neuronais das areas frontais pela respiracao durante o comportamento exploratorio em ratos.
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Orientador : DIEGO ANDRES LAPLAGNE
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MEMBROS DA BANCA :
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DIEGO ANDRES LAPLAGNE
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EMELIE KATARINA SVAHN LEAO
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RODRIGO NEVES ROMCY PEREIRA
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RAMÓN HYPOLITO LIMA
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ROCHELE VASCONCELOS CASTELO BRANCO MOURAO
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Data: 25/07/2024
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A respiração é um processo fisiológico fundamental, mas sua relevância vai além da respiração a nivel celular. O controle rítmico da respiração tem sido associado ao aprimoramento cognitivo, ao aumento da autoconsciência e ao relaxamento. No entanto, ainda não está claro como o padrão respiratório se relaciona com o cérebro e o comportamento. Os roedores sincronizam os ritmos sensório-motores com a respiração durante o sensoriamento ativo, como movimentos da cabeça e o batimento das vibrissas. Isso sugere que o ciclo respiratório possa ser relevante para a codificação neural do ambiente. Aqui, caracterizamos como o ciclo respiratório modula a atividade cerebral frontal durante o envolvimento do animal em estadosativos. Para tanto, procuramos episódios nos quais o cérebro e a respiração se sincronizam nesses contextos, nomeadas de oscilações acopladas à respiração (RCOs). Conduzimos os nossos experimentos em um aparato composto por duas plataformas opostas separadas por uma lacuna (gap paradigm), onde eles poderiam interagir espontaneamente com objeto ou estímulo social em momentos diferentes. Durante os experimentos, registramos simultaneamente o comportamento dos ratos, a pressão intranasal e a atividade elétrica cerebral frontal. Primeiro, analisamos as variáveis comportamentais rastreando as posições da cabeça ao longo do tempo para extrair a ocupação espacial e a velocidade da cabeça durante os estados de repouso e ativo. Quando ativos, os animais estiveram mais propensos a investigar a lacuna nos contextos sociais do que nos objetos. Esses eventos foram caracterizados por ratos guiando suas cabeças em direção à plataforma oposta exibindo altas frequências respiratórias (> 5 Hz). Também observamos episódios ativos longe da lacuna, principalmente na parede oposta a essa. Realizamos análise de coerência para identificar oscilações acopladas à respiração nos potenciais de campo local do bulbo olfatório (OB) e dos córtices orbital medial (MO), pré-límbico (Prl) e cingulado anterior (Cg). Isto revelou níveis de coerência à respiração acima do acaso em todas as regiões do cérebro, tanto em repouso como em estado ativo, geralmente em intensidades decrescentes desde a região mais anterior (OB) para a região mais posterior (Cg). Juntos, os nossos resultados mostram que essas áreas são moduladas de forma distinta pelo ciclo respiratório durante contextos exploratórios. Concluímos que o ciclo respiratório é relevante para o comportamento exploratório dos ratos e que as oscilações acopladas à respiração poderiam mediar a coordenação entre respiração, comportamento e cognição.
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Breathing is a fundamental physiological process, yet its significance extends beyond cellular respiration. The rhythmic control of respiration has been associated with cognitive enhancement, increased self-awareness, and relaxation. However, how the breathing pattern relates to the brain and behavior remains unclear. Rodents synchronize sensorimotor rhythms to respiration during active sensing, such as head and whisker movements. It suggests that the breathing cycle could be relevant for environmental neural coding. Here, we characterize how the breathing cycle modulates frontal brain activity during animal engagement in active states. To do so, we look for episodes in which the brain and breathing synchronize in these contexts, called respiratory-coupled oscillations (RCOs). We conducted our experiments in an apparatus composed of two opposing platforms separated by a gap (gap paradigm), where they could interact spontaneously with an object or social stimulus at different times. During the experiments, we simultaneously recorded rats' behavior, intranasal pressure, and frontal brain electrical activity. First, we analyzed the behavioral variables by tracking the head positions over time to extract occupancy and head speed during resting and active states. During the activity, animals were more encouraged to stay over the gap in social than object contexts. These events were characterized by rats guiding their heads toward the opposite platform at high respiratory rates (> 5 Hz). We also observed active episodes away from the gap, mainly on the opposite wall. We performed coherence analysis to identify respiration-coupled oscillations in the local-field potentials of the olfactory bulb and, medial-orbital, pre-limbic, and anterior cingulate cortices. This revealed levels of coherence to breathing above chance in all brain regions, both in rest and active states, with values generally decreasing from the anterior-most (OB) to the posterior-most region (Cg). Our results show that these areas are distinctly modulated by the breathing cycle during classes of exploratory contexts. We conclude that the breathing cycle is relevant to rat exploratory behavior and that the RCOs could mediate the coordination between respiration, behavior, and cognition, representing an approach to study the mechanisms behind the behavioral modulation.
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SYLVIA LIMA DE SOUZA MEDEIROS
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ALTERNANCIA CICLICA ENTRE OS ESTADOS DE SONO QUIETO E ATIVO EM POLVOS OBSERVADOS EM CONDICOES CONTROLADAS DE LABORATORIO E EM AMBIENTE NATURAL
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Orientador : SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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MEMBROS DA BANCA :
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SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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EMELIE KATARINA SVAHN LEAO
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BRUNO LOBAO SOARES
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JENNIFER ANN MATHER
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JEROME PAUL ARMAND LAURENT BARON
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TATIANA SILVA LEITE
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Data: 19/09/2024
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A alternância de longos episódios de sono quieto interrompidos ritmicamente por episódios curtos de sono ativo, um padrão que antes se pensava ser exclusivo dos amniotas, foi recentemente relatado em alguns invertebrados, como na drosófila, na aranha saltadora e no cuttlefish. Porém, estudos que apontam a existência de um padrão cíclico de distintas fases do sono foram realizadas em animais cativos, em condições de laboratório. Isso deixa questões em aberto no que diz respeito ao ciclo natural do sono dos invertebrados e como este é afetado por fatores ambientais. Para investigar detalhadamente a estrutura comportamental do sono em cefalópodes, gravamos vídeos ininterruptos (de 12 horas, em 4 dias consecutivos) do comportamento em laboratório de quatro espécimes adultos de Octopus insularis, polvo bentônico comum no Atlântico ocidental tropical. Os animais foram capturados em Pirangi (6°0’14.29”S, 35° 6’21.01”O) e mantidos em tanques de tamanho 1,0 x 0,7 x 0,6 metros, na cidade Natal/RN. Em seguida, quantificamos diversas variáveis durante cada um dos estados comportamentais, bem como durante as transições entre os estados. Mudanças na cor e textura da pele, movimentos dos olhos e do manto, foram avaliadas usando ferramentas automatizadas de processamento de imagens, desenvolvidas para este fim. Para medir o limiar de alerta em cada estado, foi mensurada a latência da resposta comportamental a estímulos sensoriais. Foram identificados dois estados comportamentais distintos de ausência de reatividade à estimulação. O primeiro foi um estado de sono quieto caracterizado por pele uniformemente pálida, pupilas fechadas e episódios com longa duração (mediana 415,2 s). O segundo foi um sono ativo caracterizado por padrões dinâmicos de cor e textura da pele, movimentos oculares rápidos e episódios de curta duração (mediana 40,8 s). O sono ativo foi periódico (60% das recorrências entre 26-39 min) e ocorreu principalmente após o sono quieto (82% das transições). Estes resultados sugerem que cefalópodes apresentam um ciclo de sono ultradiano análogo ao dos amniotas. Para comparar esses resultados com dados obtidos em ambiente natural, estabelecemos uma colaboração para analisar dados já existentes sobre o comportamento de Octopus insularis, registrado de forma minimamente invasiva por câmeras remotas posicionadas nas entradas das tocas, nas ilhas caribenhas Turks e Caicos (21.5112°N, 71.5190°O). Foram registrados 10 espécimes adultos durante o dia e a noite (total de 240 horas). Os resultados mostram que todos os animais apresentaram um padrão de sono cíclico surpreendentemente semelhante ao padrão observado em laboratório, com uma alternância periódica de episódios de sono quieto (mediana 643,2 s) e sono ativo (mediana 37,8 s), com episódios de sono quieto precedendo episódios de sono ativo 98% das vezes. Observamos ainda que os animais se encontraram em sono (tanto quieto quanto ativo) durante 44% do tempo amostrado, o que demonstra que o sono ocupa uma fração substancial do tempo de vida adulta em O. insularis. A documentação e quantificação do sono cíclico em espécimes de O. insularis, investigados tanto em laboratório quanto em ambiente natural, ajuda a compreender as pressões seletivas que impulsionaram a evolução do ciclo de sono em cefalópodes.
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The alternation of long episodes of quiet sleep rhythmically interrupted by short episodes of active sleep, a pattern once thought to be exclusive of amniotes, has recently been reported in some invertebrates, such as in drosophila, jumping spider and in cuttlefish. However, these studies that shows the sleep cyclic pattern have been developed in animals kept in captivity within laboratory conditions. This leaves open questions with regard to the natural sleep cycle of invertebrates, and how it is affected by environmental factors. To investigate in detail the behavioral structure of cephalopod sleep, we recorded uninterrupted videos (12h in 4 consecutive days) of the behavior in laboratory of four adult specimens of Octopus insularis, a common benthic octopus in the tropical western Atlantic. The animals were captured in Pirangi (6°0’14.29”S, 35° 6’21.01”W) and kept in tanks measuring 1.0 x 0.7 x 0.6 meters, Natal/RN. Then, we quantified several variables during each of the behavioral states, as well as during transitions between states. Changes in skin color and texture, eye and mantle movements were assessed using automated image processing tools developed for this purpose. To measure the arousal threshold in each state, the latency of the behavioral response to sensory stimuli was measured. Two distinct behavioral states of lack of reactivity to stimulation were identified. The first was a quiet sleep state characterized by uniformly pale skin, closed pupils, and long episode durations (median 415.2 s). The second was an active sleep state characterized by dynamic skin patterns of color and texture, rapid eye movements, and short episode durations (median 40.8 s). Active sleep was periodic (60% of recurrences between 26-39 min) and occurred mostly after quiet sleep (82% of transitions). These results suggest that cephalopods presents an ultradian sleep cycle analogous to that of amniotes. To compare these results with data obtained in the wild, we made a collaboration to analyze existing data on the behavior of Octopus insularis, recorded in a minimally invasive way by remote cameras positioned at the dens entrances, on the Caribbean islands of Turks and Caicos (21.5112°N , 71.5190°W). 10 adult specimens were recorded during the day and night (total of 240 hours). The results show that all animals presented a cyclical sleep pattern surprisingly similar to the pattern observed in the laboratory, with a periodic alternation of episodes of quiet sleep (median 643.2 s) and active sleep (37.8 s median), with episodes of quiet sleep preceding episodes of active sleep 98% of the time. We also observed that the animals were sleeping (both quiet and active sleep) for 44% of the sampled period, which demonstrates that sleep occupies a substantial fraction of adult lifespan in O. insularis. Documenting and quantifying cyclic sleep pattern in specimens of O. insularis, investigated both in the laboratory and in the natural environment, helps to understand the selective pressures that drove the evolution of the sleep cycle in cephalopods.
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DEBORA HASHIGUCHI
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Desregulação das respostas ao estresse em ratos VPA juvenis: insights sobre a reatividade autonômica e comportamental no transtorno do espectro autista
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Orientador : RODRIGO NEVES ROMCY PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ORFA YINETH GALVIS ALONSO
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BEATRIZ DE OLIVEIRA MONTEIRO
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MARIA BERNARDETE CORDEIRO DE SOUSA
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RENATA FIGUEIREDO ANOMAL
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RODRIGO NEVES ROMCY PEREIRA
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Data: 27/09/2024
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Uma resposta eficaz às mudanças ambientais é essencial para a sobrevivência humana,e o desenvolvimento infantil desempenha um papel crucial na formação decomportamentos adultos apropriados por meio da integração de informaçõessensoriais, estados internos (como fome e dor), experiências passadas e antecipaçõesfuturas. Transtornos de estresse, marcados por preocupação e medo excessivos, sãocomumente observados entre indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).Ratos expostos pré-natalmente ao VPA são usados como modelo para TEA. Parainvestigar possíveis alterações nos sistemas de estresse do TEA, este estudo avaliou asrespostas autonômicas e comportamentais a estímulos táteis, nociceptivos e sociaisem ratos VPA juvenis. Nossos resultados demonstram uma complexa desregulação dasrespostas ao estresse em ratos VPA. O Capítulo 1 revelou que ratos VPA apresentamdesregulação do sistema autonômico, maior suscetibilidade e habituação prejudicadaao estresse tátil leve, semelhante aos padrões em crianças com TEA, sugerindo autilidade do modelo para estudar a reatividade autonômica e a suscetibilidade aoestresse em humanos. O Capítulo 2 revelou que ratos VPA exibem respostascomportamentais a estímulos dolorosos semelhantes, mas atrasadas, em comparaçãoa ratos controle, indicando maior resiliência dos animais VPA a esse tipo de estresse.Em contraste, o Capítulo 3 mostrou que ratos VPA exibiram um comportamento decongelamento mais rápido e sustentado sob estresse social, com um déficit dehabituação, alinhando-se com os desafios sociais no TEA. Esses resultados destacam oaumento da suscetibilidade geral dos ratos VPA a estímulos inócuos indutores deestresse e déficits de habituação significativos, mas respostas mais lentas a estímulosnociceptivos, ilustrando a complexidade das respostas ao estresse. O estudo ressalta autilidade do modelo de rato VPA para melhor compreendermos e conduzir aabordagens que amenizem a reatividade ao estresse relacionada ao TEA.
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An effective response to environmental changes is essential for human survival, andchild development plays a crucial role in shaping appropriate adult behaviors throughthe integration of sensory information, internal states (such as hunger and pain), pastexperiences, and future anticipations. Stress disorders, marked by excessive worry andfear, are commonly observed among individuals with Autism Spectrum Disorder (ASD).Rats prenatally exposed to VPA are used as a model for ASD. To investigate possiblechanges in ASD stress systems, this study evaluated the autonomic and behavioralresponses to tactile, nociceptive, and social stimuli in juvenile VPA-treated rats. Ourresults demonstrate a complex dysregulation of stress responses in VPA-treated rats.Chapter 1 revealed that VPA-treated rats display autonomic system dysregulation,increased susceptibility, and impaired habituation to mild tactile stress, similar topatterns in children with ASD, suggesting the model's usefulness for studyingautonomic reactivity and stress susceptibility in humans. Chapter 2 found that VPA-treated rats exhibit similar but delayed behavioral responses to painful stimulicompared to control rats, indicating greater resilience of VPA-treated rats to this typeof stress. In contrast, Chapter 3 show that VPA-treated rats displayed faster and moresustained freezing behavior under social stress, with a habituation deficit, aligning withsocial challenges in ASD. These results highlight VPA-treated rats' increased overallsusceptibility to innocuous stress-inducing stimuli and significant habituation deficits,but slower responses to nociceptive stimuli, illustrating the complexity of stressresponses. Our study validate the utility of the VPA rat model for understanding andleading to the development of treatments for ASD-related stress reactivity.
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PRISCILLA KELLY DA SILVA BARROS
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ATIVIDADE ONIRICA, SONO E DESEMPENHO EM EXAME NACIONAL
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Orientador : SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE BEIJAMINI
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JANAINA WEISSHEIMER
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MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL
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NATÁLIA BEZERRA MOTA
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SIDARTA TOLLENDAL GOMES RIBEIRO
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Data: 11/12/2024
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A elaboração do enredo onírico envolve a combinação de diferentes fragmentos de memória. Uma das teorias sobre os sonhos, sob a ótica evolutiva darwiniana, sugere que, no ambiente ancestral, os sonhos atuavam como um espaço seguro para simular ameaças enfrentadas na vigília, conferindo uma vantagem em termos de sobrevivência. Outra teoria propõe que, por meio de mecanismos neuropsicológicos, os sonhos desempenham um papel fundamental na regulação emocional, particularmente no controle de emoções como o medo. Durante o sono, especialmente no estágio de sono REM, ocorrem modulações de circuitos neurais associadas à expressão gênica de experiências vividas na vigília, o que favorece a formação e consolidação de memórias. Esse estágio do sono é marcado por uma maior quantidade de sonhos mais complexos. Nesse contexto, o conteúdo onírico poderia funcionar como um marcador útil para compreender a relação entre eventos significativos da vigília e o estado emocional e cognitivo do sonhador. Além disso, o atraso de fase, típico da adolescência, gera uma tendência à vespertinidade, criando um descompasso entre o relógio biológico e as exigências sociais, como os horários escolares, o que pode resultar em mudanças comportamentais e prejudicar o desempenho acadêmico. Este estudo analisou a relação entre sono, sonhos, estados de humor, hábitos, pandemia, por meio de dados coletados utilizando questionários, e o resultado do desempenho acadêmico em jovens durante o período de um exame nacional. Como metodologia, parte dos participantes utilizou actímetros (dispositivos semelhantes a relógios de pulso), para monitorar padrões de atividade-repouso durante o período do exame. Os relatos de sonhos foram coletados e analisados em termos de frequência, conteúdo e valência emocional. A análise dos dados incluiu procedimentos estatísticos descritivos e inferenciais, como análises de variância com testes post-hoc, modelos lineares generalizados (GLM). Uma análise hierárquica por clusters foi realizada para agrupar padrões de variáveis relacionadas ao sono, sonhos, estados de humor e desempenho acadêmico. Os resultados indicam uma prevalência de sonhos negativos antes do primeiro dia de exame, o que pode estar associado a teoria onírica de regulação emocional, bem como uma pior qualidade do sono e sonhos ruins no último mês como principais preditores do desempenho no exame junto ao impacto da pandemia de Covid-19 na rotina de sono. O estudo oferece insights sobre a necessidade de intervenções focadas em promover uma melhor qualidade do sono e regulação emocional em populações jovens, especialmente em contextos de alta pressão, como exames seletivos, contribuindo para o entendimento da interação entre aspectos neurobiológicos e emocionais no desempenho acadêmico
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The construction of dream narratives involves the integration of various memory fragments. One evolutionary Darwinian theory of dreams suggests that, in ancestral environments, dreams functioned as a safe space for simulating threats encountered during wakefulness, providing an adaptive advantage for survival. Another prominent theory posits that dreams play a crucial role in emotional regulation through neuropsychological mechanisms, particularly in managing emotions such as fear. During sleep, especially in the REM stage, neural circuit modulation associated with gene expression from wakeful experiences occurs, facilitating memory formation and consolidation. This stage is characterized by a higher prevalence of complex dream activity. Within this framework, dream content may serve as a valuable marker for understanding the relationship between significant waking-life events and the emotional and cognitive states of the dreamer. Moreover, the phase delay commonly observed in adolescence fosters an evening chronotype, creating a misalignment between biological rhythms and social demands, such as school schedules. This misalignment often leads to behavioral changes and impaired academic performance. This study examined the interplay between sleep, dreams, mood states, habits, and the COVID-19 pandemic through data collected via questionnaires, focusing on academic performance during a national examination period. A subset of participants wore actigraphs (watch-like devices) to monitor activity-rest patterns during the exam period. Dream reports were collected and analyzed in terms of frequency, content, and emotional valence. Data analysis employed descriptive and inferential statistical methods, including variance analysis with post-hoc tests and generalized linear models (GLMs). Hierarchical cluster analysis was conducted to identify patterns among variables related to sleep, dreams, mood states, and academic performance. The findings revealed a prevalence of negative dreams prior to the first exam day, potentially supporting the emotional regulation theory of dreaming. Additionally, poor sleep quality and negative dream experiences in the preceding month emerged as key predictors of exam performance, alongside the impact of COVID-19-related disruptions on sleep routines. The study provides valuable insights into the need for interventions aimed at improving sleep quality and emotional regulation in young populations, particularly in high-pressure contexts such as competitive examinations. These findings contribute to a deeper understanding of the interaction between neurobiological and emotional factors and their influence on academic outcomes
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