ESTABILIZAÇÃO DE UM SOLO COM CIMENTO E CINZA DE LODO PARA USO EM PAVIMENTOS
Solo-cimento; Estabilização química de solo; Lodo de esgoto Calcinado
Este trabalho apresenta um estudo da estabilização química de um solo com cimento e a avaliação do uso de cinza de lodo como aditivo estabilizante, investigando o comportamento mecânico das misturas solo-cimento e solo-cimento-cinza para uso em base e sub-base de pavimentos rodoviários. Os materiais envolvidos no estudo foram: solo silte-areno argiloso, cimento Portland comum e lodo esgoto calcinado de uma lagoa anaeróbia. A metodologia envolveu o estudo dos materiais, com ensaios de caracterização geotécnica do solo e mecânica das misturas solo-cimento e solo-cimento-cinza de lodo (SCCLE). As moldagens dos corpos de prova para o ensaio de compactação do solo e solo-cimento foram nas energias (normal, intermediária e modificada) e os teores de cimento adicionados ao solo foram (0%, 3%, 6% e 9%), no qual para cada traço/energia foram moldados 3 cp´s, sendo nesta etapa confeccionados 36 cp´s. A adição em percentual do cimento ao solo foi feita em relação massa do solo seco. Com os pontos da umidade retirados da curva de compactação do solo na energia normal foram moldados 5 cp´s para o ensaio de CBR, o melhor resultado foi do cp com umidade próximo a da umidade ótima, seu valor foi 6,13% e com uma expansão de 0,02%. Foi verificado a partir dos resultados do ensaio de CBR do solo a necessidade de sua estabilização tendo em vista que para o uso em camadas de sub-base e base são exigidos valores mínimos de 20% e 80% respectivamente segundo a especificação do DNER – ES – 301/97. No estudo da estabilização do solo foi utilizada como referência a resistência mínima à compressão simples para base e sub-base que é de 21 kgf/cm² de acordo com o DNER – ES – 305/97. Os cp´s de solo-cimento foram compactados nas energias e teores de cimento acima citados. O traço T4I foi o escolhido para adição de cinza, composto por (91% de solo + 9% de cimento na energia intermediária), sua resistência foi de 22,61 kgf/cm², este valor lhe credenciou aos padrões de camadas de base e sub-base. A adição cinza de lodo foi feita nos percentuais (5%, 10%, 20% e 30%), o percentual de cinza foi calculado em relação à massa do solo seco e sendo nesta fase moldados 12 cp´s. Foi observado incremento da RCS em todos os traços contendo a cinza, sendo mais satisfatório o traço T7I com um ganho de 25,87% de resistência em relação ao traço T4I de referência contendo solo-cimento. A partir do estudo de estabilização podemos inferir que o solo não é expansivo podendo ser usado em camadas de pavimentos após a estabilização com cimento, e a cinza de lodo pode ser usada como aditivo estabilizante, uma maneira de reduzir os custos com o cimento e diminuir a poluição com o descarte do resíduo no meio ambiente. A avaliação ambiental segundo as normas (10004 e 10005 ABNT) mostrou que a cinza não oferece risco ao meio ambiente, abrindo oportunidades para futuros estudos com a adição de cinzas nos diversos traços e energias que não foram analisados neste trabalho.