ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO PRODUZIDA A PARTIR DA SUSBTITUIÇÃO DO AGREGADO MIÚDO PELO RESÍDUO DO BENEFICIAMENTO DA SCHEELITA E DA ÁGUA DE HIDRATAÇÃO POR MANIPUEIRA.
argamassa, resíduo, scheelita, manipueira.
O Brasil apresenta elevada participação mundial nas reservas de alguns
minérios, como por exemplo o Nióbio, o qual representa 98,01% da reserva
mundial. O Rio Grande do Norte (RN) por sua vez apresenta elevados índices
de comercialização mineral de sal, rochas ornamentais e tungstênio que é
considerado um dos elementos mais raros da crosta terrestre. Existem 20
minerais que contém tungstênio, entre eles a scheelita. No Brasil, os principais
depósitos de minério de scheelita estão localizados na Província Scheelitífera
do Seridó abrangendo os estados do RN e Paraíba. O processo de
beneficiamento da scheelita produz cerca de 18.000m 3 de resíduos/ano (fino e
grosso). Por outro lado, o processo de beneficiamento da mandioca (Manihot
esculenta Crantz) também produz alguns resíduos, como a manipueira, um
líquido de aspecto leitoso que escorre das raízes da mandioca durante o
processo de prensagem para a obtenção de fécula (amido) ou para a produção
de farinha. Esse líquido apresenta alto teor de ácido cianídrico e elevada
demanda bioquímica de oxigênio (DBO). O Brasil é o quarto maior produtor de
mandioca (21,08 milhões de toneladas) e estima-se a produção de manipueira
na proporção de 3:1, no qual para cada 3 kg de raízes de mandioca prensada,
1 litro de manipueira. Ambos os resíduos carecem de tecnologia para seu
aproveitamento e diminuição dos impactos ambientais, como degradação
visual da paisagem, do solo, do relevo, poluição do ar e contaminação do
lençol freático. Dessa forma, utilização da manipueira como substituto da água
de hidratação em argamassas, permite a redução na elevada taxa de consumo
de água tratada, assim como uma destinação ao resíduo que é toxico ao meio
ambiente. Portanto, com o intuito de estudar uma alternativa para destinação
dos resíduos apresentados, serão analisadas argamassas de assentamento,
com substituição do agregado miúdo por resíduo de scheelita (fino e grosso) e
a água de hidratação por manipueira. Será realizada a caracterização dos
resíduos e materiais para sua utilização em argamassa nos traços de 1:3
(cimento: agregado) e 1:1:6 (cimento: cal: agregado), em volume. Em seguida,
as argamassas serão analisadas quanto a suas propriedades no estado fresco
(consistência, densidade de massa, teor de ar incorporado e retenção de água)
e endurecido (resistência à tração, à compressão, absorção por imersão,
absorção por capilaridade, densidade aparente e módulo de elasticidade
dinâmico), além de análises microscópicas através (MEV). Os resultados
esperados são a obtenção de propriedades, utilizando os resíduos, com
valores dentro dos esperados para utilização como argamassa de
assentamento.