Análise da Estabilidade de Falésias: estudo de caso da Ponta do Pirambu em Tibau do Sul/RN e análise paramétrica de uma falésia hipotética.
Análise de Estabilidade; Análise Paramétrica; Falésia.
A costa do Estado do Rio Grande do Norte é caracterizada pela presença de dunas e falésias. Estas últimas consistem em taludes com altura de até 40 metros e inclinação variando de 30o a 90o com a horizontal. No entanto, estudos anteriores demonstram que as falésias sofrem recuos periódicos em função da ação do mar na sua base e de movimentos de massas associados à estação chuvosa. Assim, esta dissertação teve como objetivo a avaliação da estabilidade da falésia da Ponta do Pirambu, Município de Tibau do Sul, e a realização de um estudo paramétrico sobre a estabilidade de uma falésia hipotética homogênea considerando como variáveis a coesão do material, a altura da falésia e a inclinação do talude. O estudo na Ponta do Pirambu considerou ainda a possibilidade da existência de uma cobertura coluvionar com espessura variando de 0,50 a 5,00 metros. As análises foram realizadas pelo método de Bishop e comparadas aos outros quatro métodos estudados, utilizando o software GEO5. Na análise paramétrica foram produzidos gráficos que relacionam altura da falésia com a inclinação para fatores de segurança iguais a 1,00 e 1,50; além de gráficos onde é possível obter facilmente o menor fator de segurança a partir da coesão, altura da falésia e sua inclinação. Entende-se que esses gráficos são muito úteis para análises preliminares, para a definição de áreas críticas em mapeamentos de riscos em áreas de falésias e para determinação de uma equação para obtenção do menor fator de segurança em função dos parâmetros de resistência e da geometria de um talude. Os resultados mostraram que a falésia da Ponta do Pirambu está sujeita a movimentos superficiais na parte superior. Admite-se que a falésia se mantém estável em função da vegetação presente na área que seria desestabilizada e pelo fato do solo não ficar completamente saturado na estação chuvosa. Afastando-se a possibilidade das rupturas superficiais a falésia apresenta fator de segurança igual a 2,70, apresentando-se estável em relação à ocorrência de rupturas profundas. Caso ocorra a presença de colúvio com espessura superior a 2,00 metros em trechos da face da falésia, tal fato pode induzir a rupturas localizadas na falésia.