OBALUAIÊ: Um estudo sobre práticas de saúde no convívio com o HIV/Aids em terreiros de Umbanda na cidade de Fortaleza-Ceará.
Umbanda; Aids; Estigma; Drama Social.
A tradição e a vivência nos espaços dos terreiros de matrizes africanas revelam o quão dinâmico é a reprodução e troca de saberes e conhecimento que, através de sua visão de mundo, revelam formas de lidar com a saúde e a doença. Os terreiros constituem territórios ricos, culturalmente, em que pessoas moldam concepções, práticas e crenças a respeito da saúde, das enfermidades e das formas de cura, repassados de geração a geração, através da oralidade. Com o advento do HIV/Aids a partir dos anos 80, um novo desafio se estabelece na comunidade dos terreiros e nas trajetórias individuais das pessoas afetadas pela doença que desde idade tenra participam dessa prática religiosa. O objetivo desta pesquisa é a análise sobre as práticas religiosas e de saúde no convívio com o HIV/Aids em terreiros de Umbanda na cidade de Fortaleza-Ceará, considerando a (re)produção do estigma em meio aos dramas sociais vivenciados pela comunidade em questão. Durante a investigação foram adotados dois parâmetros fundamentais: primeiro, que considera a compreensão da reprodução do estigma (ou da identidade deteriorada) em relação ao HIV/Aids em sua dimensão sócio-histórica, e seus efeitos no contexto investigado (GOFFMAN, 1988). E segundo, que se refere à criação e reprodução dos dramas sociais, enquanto experiência social realizada através do aprendizado, manuseio e atuação dos símbolos, que se reproduz em quatro fases: ruptura, crise, ação corretiva e reintegração (TURNER, 1971).