TROPA DE ELITE: a reprodução imagética da violência e a formação do policial pacificador
Polícia Militar, Tropa de elite, formação militar, disciplina, humanização
No Brasil, uma longa história de autoritarismo e de patrimonialismo vem influenciando o modo como a força coercitiva governamental vêm sendo utilizada. Privilegia-se a mera manutenção da ordem, aparatando-se os policiais militares da sociedade e do seu papel de promotor da paz e da cidadania. Por conseguinte, explica-se como, desde seus primórdios, os policiais militares brasileiros vêm sendo formados para repetir padrões ideológicos e comportamentais estigmatizantes. Todavia, diante da abertura democrática brasileira e da busca crescente pela fortificação dos direitos dos cidadãos, a percepção acerca do fazer policial vem se modificando. Atualmente, pretende-se que as forças policiais desenvolvam sua atuação sobre um paradigma mais congruente com os modelos humanistas e igualitários. Partindo dessas premissas, percebe-se a urgência de implementar-se o processo formativo dos policiais militares, visto ser esta fase de suma importância no delineamento do profissional que este será posteriormente. Nesta dissertação, buscou-se primordialmente, compreender como os oficiais policiais militares, em formação na Paraíba, lidam com os conflitos inerentes à sua formação, no que tange a adaptarem-se aos paradigmas democráticos e humanizantes, pertinentes às atuais aspirações sociais brasileiras. Neste interim, o filme tropa de Elite (2007) foi empregado como um recurso estilístico metafórico e ilustrativo, tanto da formação, quanto da atuação do policial militar brasileiro, com vistas a auxiliar na captação das percepções dos sujeitos desta pesquisa, acerca do tema em foco, bem como no enriquecimento do referencial teórico.