O cenário de representação da política na cobertura da Guerra da Ucrânia no Jornal Nacional
Guerra da Ucrânia; jornal nacional; discurso hegemônico; temporalidade das guerras.
A Guerra deflagrada em fevereiro de 2022 entre a Rússia e a Ucrânia/Otan expôs os direcionamento dado à cobertura do mais antigo e mais assistido telejornal do país, o Jornal Nacional – e as incongruências perceptíveis nos aspectos da contextualização histórica, temporalidade e de relações políticas entre os paíes, que resultaram em dramáticas consequências para o mundo. Por entender a complexidade do tema em várias frentes, entre elas as peculiaridades geopolíticas e na seara da comunicação política, a pesquisa se ancorou em alguns referenciais teóricos, sendo os principais os conceitos de hegemonia de Gramsci e de cenário de representação da política, de Venício de Lima; as análises históricas e geopolíticas de Eric Hobsbawn e Luiz Alberto Moniz Bandeira; além de referências que ajudaram no entendimento das narrativas jornalísticas do JN, como nos deu amparo Pierre Bordieu, José Carlos Aronchi de Souza, Ângela Carrato, Eliara Santana e Juarez Guimarães, entre outros. Também foram explorados conteúdos oriundos de artigos, revistas científicas e material de mídia vasculhados na internet como forma de complementar informações e de se inteirar sobre investigações já realizadas acerca de temas afins à pesquisa. A repetição do discurso dominante, reproduzido com base nos testemunhos das nações inseridas no contexto da Otan foram claramente perceptíveis. Em consequência disso, se entendeu ser importante problematizar sobre as narrativas impostas à sociedade brasileira pelo principal e mais prestigiado telejornal do Grupo Globo. Os depoimentos de duas russo-ucranianas da região do Donbass, Vlada Starilova e Victoria Valerievna, contribuíram, por fim, para dirimir dúvidas e esclarecer fatos que nem os livros nem a internet, contaminados pela disputa de narrativas, sobretudo as predominantes no Brasil, foram capazes de elucidar.