A TEORIA DA DEMOCRACIA EM DURKHEIM COMO UMA TEORIA DOS AFETOS: Por uma nova teoria da sociedade moderna
Estado e sociedade; Sociologia dos afetos; Sociologia da democracia; Política e afetos; Émile Durkhem.
O fenômeno da recessão democrática tem ganhado cada vez mais espaço na agenda de pesquisa das Ciências Sociais devido à complexidade e proporções que tal evento tem adquirido na última década. Na compreensão do mesmo, quase sempre tem se discutido as dimensões da representação e da racionalidade das instituições políticas. O cenário da política contemporânea, contudo, coloca novos desafios para os cientistas sociais, agora, sobretudo, com a emergência da extrema direita e a constatação da mobilização política dos sentimentos e afetos que circulam na sociedade. Considerando a necessidade atual de desenvolvimentos de análises do fenômeno da política em suas formas de relacionalidade com as práticas afetivas, procuramos revisitar a literatura sobre a teoria dos afetos e em seguida os escritos políticos de Émile Durkheim afim desenvolver um exame dos modos de contribuição do sociólogo francês para se compreender a relação entre política e afetos. Para tanto, como estratégia metodológica, empregamos o método analítico conceitual de reconstrução a partir da ênfase em um determinado aspecto da obra de Durkheim em que encontramos as categorias afetivas; junto a isso há também uma reconstrução racional-normativa para apreender as estruturas afetivas e como elas se configuram dentro das instituições das sociedades democráticas. Esperar-se com isso produzir um ponto de partida para pensar as sociedades democráticas de nosso tempo presente a partir de um novo entendimento da relação entre política e afetos.