Aphrodisia Digitalis, Sexualidade e as Suicide Girls
Dispositivo. Sexualidade. Digital. Instagram. Aphrodiosfera.
A presente pesquisa discute a relação do dispositivo da sexualidade e a sua atual manifestação no digital com base em Michel Foucault, Gilles Deleuze e Giorgio Agamben. Avançamos na análise de imagens digitais de um grupo de mulheres que se denominam, Suicide Girls. Tratam-se de imagens que funcionam modeladas para um voyeurismo na rede social digital Instagram. Partimos da trajetória das Suicide Girls até a questão sobre qual dispositivo estamos tratando sob a ótica do digital. Elencando um caminho em quatro capítulos designados: Atos, Desejos, Prazer e Aphrodiosfera, em referência a concepção do termo Aphrodisia, relacionado a experiência grega sobre sexualidade e a noção de aphrosfera em Peter Sloterdijk. Esta pesquisa tem uma marcante conexão com alguns trabalhos de Michel Foucault, em especial sob aspectos que nos ajudam a identificar a Aphrodisia Digitalis, por meio de um resgate clássico do termo e uma análise da sexualidade nos tempos atuais, via dispositivos digitais. Utilizamos categorias na forma de heterotopos, destacando a noção de espacialidades e imersões subjetivas. A proposta ainda versa sobre aspectos relativos ao excedente de energia vital e a noção de dispêndio com base em Georges Bataille, práticas eróticas contemporâneas sobre pornografia e sexualidade com Attimonelli e Susca, Byung-Chul Han e Paul B. Preciado. Aspectos relativos a filosofia da imagem com Vilém Flusser e Norval Baitello Júnior, além da cena moderna digital sobre consumo a luz de Gilles Lipovetsky. Finalizamos com a noção de receptáculos autogerados, onde tudo que é encontrado está submetido a climatizações simbólicas. Em políticas da imagem trabalhamos sob a ótica atual de Giselle Beiguelman. Propomos uma imersão em relevantes conceitos para o social, elevando discussões sobre as imagens digitais, no sentido de ampliar o entendimento e propor uma genealogia da sexualidade no contemporâneo e a sua projeção funcional na dimensão entre o digital e o subjetivo em um atual dispositivo da sexualidade. Sua manifestação destaca-se cada vez mais, como algo irreversível, dramático e essencialmente sedutor.