Banca de DEFESA: ISABEL CRISTINE MACHADO DE CARVALHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISABEL CRISTINE MACHADO DE CARVALHO
DATA : 31/08/2021
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência (Google Meet)
TÍTULO:

CAMINHOS DA DEUSA NA WICCA DO BRASIL FRENTE A DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS


PALAVRAS-CHAVES:

Wicca. Neopaganismo. Desafios Contemporâneos. Tradição Diânica. Brasil.


PÁGINAS: 252
RESUMO:

O século XXI encontra-se diante de um sistema colapsado, fruto de uma herança de valores que estiveram associados a várias correntes da cultura ocidental, entre elas a revolução científica, o Iluminismo e a Revolução Industrial. Essa ênfase, sustentada pelo modelo de civilização patriarcal - de cisão entre natureza e cultura, firmado pelo progresso e pela razão - e encorajada pelo predomínio dessa cultura, acarretou profundo desequilíbrio nos pensamentos e sentimentos, nos valores e atitudes e nas estruturas sociais, econômicas e políticas. No ocidente, não é apenas a ciência, a economia e a política que estão impregnadas pelo paradigma masculino; a sociedade mantém a crença promulgada pelas religiões judaico-cristãs de que Deus sempre foi masculino (EISLER, 1997; CAMPBELL, 2015). Diante desse contexto, cabe perguntar: Como a Wicca, uma religião centrada na Deusa, ou seja, pautada numa espiritualidade do divino feminino,contribui no enfrentamento de desafios contemporâneos? De forma mais específica, indagamos: Como os adeptos da Wicca do Brasil veem e respondem a esses desafios e enfrentamentos? Nesse panorama, interessa-nos abordar a história da bruxaria neopagã desde a sua criação até sua chegada no Brasil; bem como a formação das primeiras tradições de Wicca no país; compreender a natureza dessa divindade feminina e o Mito da Criação e identificar quais práticas e experiências, que uma religião alternativa, de raiz ocidental, centrada na espiritualidade da Deusa, possibilitam uma resposta ao enfretamento à crise dos paradigmas vigentes e em curso. Cientes da multiplicidade de desafios e de enfrentamentos que compõem o cenário atual, elaboramos um roteiro de entrevista que - além de trazer informações a respeito do perfil entrevistado; sobre o seu ingresso na Wicca e fornecer elementos de compreensão a respeito da natureza da Deusa na bruxaria neopagã; - pudesse identificar, a partir da visão dos wiccanianos no Brasil, os desafios mais urgentes, bem como suas práticas e suas experiências no enfrentamento desses desafios. A abordagem qualitativa, realizada por meio de um roteiro de entrevista estruturada, com questões abertas, possibilitou a identificação de dois grandes desafios: a condição feminina e a crise ecológica e ambiental. Entrevistamos adeptos da Wicca pertencentes à Tradição Diânica do Brasil (TDB) e à Tradição Diânica Nemorensis (TDN). Ambas são tradições pioneiras formadas no Brasil e seguem uma orientação conhecida como Wicca Diânica, ou seja, embora cultuem a Deusa e o Deus em seus rituais, a ênfase é na Deusa. A pesquisa de campo aconteceu em São Paulo (SP) e Brasília (DF). Além das entrevistas, utilizamos como fonte a literatura produzida por autores wiccanianos, representada por autores brasileiros, europeus e norte-americanos. Buscamos o diálogo com aportes teóricos de autores do campo da sociologia, antropologia, história, psicologia, filosofia, biologia e física. Dentre eles, Russel e Alexander (2008), Hutton (1999), Heselton (2012a; 2012b), Hanegraaff (1998), Campbell (1990; 1997; 2015), Gimbutas (1997; 2007), Eisler (1989; 1997; 2007), Eliade (2010), Abraham (1998), Mackenna (1998), Barcellos (2019), Morin (2011; 2012; 2013; 2015), Latour (2020), Stengers (2015; 2017) e Federici (2019). O argumento deste trabalho é que naWicca do Brasilreside um movimento de práticas e experiências orientadas pelo mítico e pelo rito, cuja cosmovisão permite articular uma busca pelo feminino e masculino conscientes, na direção de fortalecer a anima no homem e na mulher pelo apoio às mulheres - evocando um sistema de parceria; - na celebração com a Natureza e no ativismo mágico e engajamento político. Nesse sentido, existe uma tentativa de construir outras subjetividades cotidianas, criadoras de outras formas de viver.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1149568 - ANA LAUDELINA FERREIRA GOMES
Interno - 033.963.294-14 - ANAXSUELL FERNANDO DA SILVA - UNILA
Interno - 1149562 - ORIVALDO PIMENTEL LOPES JUNIOR
Externa à Instituição - ANDREZZA LIMA DE MEDEIROS
Externa à Instituição - KARLLA CHRISTINE ARAÚJO SOUZA - UERN
Externa à Instituição - LUCIANA CARLOS CELESTINO
Notícia cadastrada em: 13/08/2021 10:01
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