ENTRE DADOS E DÚVIDAS: Uma análise do transfeminicídio no Brasil
Transfeminicídio; Gênero; Violência; Reconhecimento.
A pesquisa se move no sentido de entender quais os fatores primordiais para compreensão do transfeminicídio no Brasil. As categorias analíticas centrais são ‘gênero’ e ‘violência’, e suas conexões com outras esferas teóricas, como ‘humanidade’, ‘reconhecimento’, ‘precariedade’, ‘vulnerabilidade’ e ‘luto’. A hipótese principal está calcada na ideia de que o próprio Estado é um dos agentes centrais – se não for o mais importante – na produção de níveis desiguais de humanidade(s) e que políticas de morte são válvulas propulsoras de sua estrutura. O contexto empírico é caracterizado pela observação dos relatórios sobre violência letal transfóbica nacional produzidos no quadriênio 2016-2019, possibilitada por meio da análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Além disso, foi utilizada a análise do discurso (FOUCAULT, 1996) de travestis e mulheres transexuais que, de alguma forma, estiveram inseridas em contextos de violências, realizada através de entrevistas semiestruturadas. Autoras como Berenice Bento (2014, 2016, 2018), Judith Butler (2006a, 2006b, 2011, 2014, 2015, 2016) e Jaqueline Gomes de Jesus (2013, 2014, 2015, 2016) compõem o bojo teórico medular que alicerça a investigação.