Eco Praça, um bolsão estético na cidade: ensaios sobre subjetividade e política
Cidade; Subjetividade; Política; Estética.
O movimento-projeto Eco Praça surgiu em Natal em 2013, ano marcado por intensas manifestações de rua no Brasil. Ao longo de mais de sete anos de atuação, o Eco Praça se estabelece não apenas como uma ocupação (in)formal, ecológica, microeconômica e artística, mas sim como um acontecimento político, que abre uma virada existencial, produzindo uma nova subjetividade urbana. Estes ensaios perpassam os instantes em que essas múltiplas maneiras de ser e viver ganham corpo e acontecem a partir da vibratilidade de um bolsão estético, mas também tomam nota dos possíveis estreitamentos frente à política de controle do sensível, que esculpe figuras subjetivas de cunho capitalístico. Assim, a mobilização de ocupação do espaço público não ocorre apenas no nível da cognição ou do discurso, mas irrompe antes no nível assignificante, das virtualidades, das intensidades e dos afetos. Com efeito, a partir do caminho aberto por Félix Guattari, solo ou em colaboração com Gilles Deleuze, quanto à heterogênese da produção de subjetividade e o paradigma ético-estético, compõe-se considerações sobre os desarranjos da cidade e as intransponíveis questões ambientais que se apresentam, ambas implicadas numa ideia bem acabada de sujeito. Essas mesmas preocupações, a cerca da subjetividade contemporânea, logo encontram reverberação em Suely Rolnik, David Lapoujade e Maurizio Lazzarato.