Banca de DEFESA: MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA DE SOUSA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA DE SOUSA
DATA : 16/12/2020
HORA: 08:30
LOCAL: Videoconferência (https://meet.google.com/tzx-aagb-igi)
TÍTULO:

As Marcas da Transposição: acesso à água, conflitos e desenvolvimento no município de São José de Piranhas-PB


PALAVRAS-CHAVES:

Transposição do Rio São Francisco; desterritorialização; reterritorialização; grandes projetos hídricos.


PÁGINAS: 120
RESUMO:

A água é elemento essencial para garantir qualidade de vida e também o desenvolvimento de atividades socioeconômicas, consequentemente, sua falta provoca situações de conflito e vulnerabilidade. Em regiões semiáridas, como é o caso de grande parte do Nordeste brasileiro, os problemas de escassez constituem um grande desafio  para o qual são necessárias intervenções e políticas governamentais. A construção de grandes obras hídricas é uma das opções amplamente adotada por estas políticas visando resolver as necessidades de abastecimento, porém a instalação dessas edificações traz consigo uma série de questões conflituosas. Uma dessas questões reside na reestruturação territorial provocada pela retirada de núcleos de povoamento dos lugares a serem submersos. Trataremos aqui do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) como estratégia integrante da Política Pública Nacional de Recursos Hídricos e estrutura pensada para garantir oferta de água a 12 milhões de pessoas em 390 municípios do semiárido brasileiro.  Embora o projeto esteja ancorado em um forte apelo de “resolver” os problemas de escassez hídrica na região considerada como o polígono das secas no Nordeste, a grandiosidade da obra também produz inúmeras polêmicas e conflitos. Ao longo dos seus 477 quilômetros de extensão, a transposição produziu diferentes marcas na medida que redefiniu territórios, identidades, símbolos e relações sociais. Como lócus de análise escolhemos o município de São José de Piranhas, na Paraíba. A escolha justifica-se por este município ter proporcionalmente o maior percentual de desapropriação territorial de todo o percurso da obra de transposição, mais de 5.200 hectares, 7,76 % de área rural piranhense conforme consta no Relatório de Impactos Ambientais – RIMA (2004). Curiosamente, São José de Piranhas já havia passado por um processo semelhante em 1932 quando a sede do município, bem como grande parte de sua extensão territorial, foi inundada dando lugar a construção do açude Engenheiro Ávidos, responsável pela captação de água que abastece diferentes cidades no alto sertão paraibano. O objetivo deste estudo é identificar quais mudanças sociais, culturais e políticas foram engendradas pelo processo de desterritorialização e reterritorialização nas comunidades Cacaré e Riacho de Boa Vista em São José de Piranhas na Paraíba por ocasião do projeto de transposição do Rio São Francisco. O estudo envolveu pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo onde foram feitas entrevistas abertas ou semiestruturadas, e entrevistas com grupos focais. Com o intuito de trazer as interpretações de diferentes atores e entidades que compuseram o cenário analisado, buscamos como respondentes: representantes do Ministério da Integração,  membros do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de São José de Piranhas; grupos focais nas associações de moradores das Vilas Produtivas Rurais (Cacaré e Irapuá I) e diversas famílias residentes nessas localidades. Utilizamos como base metodológica a ecologia política e cosmografia de Little (2006/2002) além dos conceitos de espaço, território, desterritorialização e reterritorialização tendo como referências Santos (2007), Little (2002) e Haesbaert (2004).


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1678883 - CIMONE ROZENDO DE SOUZA
Interna - 6347581 - MARIA DO LIVRAMENTO MIRANDA CLEMENTINO
Externo ao Programa - 1530760 - RAIMUNDO NONATO JUNIOR
Externo à Instituição - PAULO CESAR OLIVEIRA DINIZ - UFCG
Notícia cadastrada em: 14/12/2020 13:34
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