TRABALHO E DESLOCAMENTO PENDULAR: UMA ANÁLISE SOBRE AS TRAJETÓRIAS DE MULHERES EM TRÂNSITO
Trajetórias. Experiência. Deslocamentos pendulares. Trabalho. Interseccionalidade.
Este estudo tem como tema central as trajetórias e agência de trabalhadoras em trânsitos, experiências e deslocamentos pendulares, partindo da perspectiva que os movimentos pendulares são estratégias acionadas por mulheres de cidades dormitórios, na pretensão de inserção no mundo do trabalho. Busca-se compreender e analisar as trajetórias e experiências de trabalhadoras oriundas da comunidade rural de Capela - Ceará-Mirim/RN, que trabalham na indústria têxtil de Extremoz/RN. Trata-se de uma investigação qualitativa, com orientação analítico-descritiva, mediante levantamento de dados do grupo e comunidade, observações participantes, diálogos, entrevistas semiestruturadas, com questões em aberto iniciadas após o consentimento das interlocutoras, levantamento. Os sujeitos participantes são trabalhadoras das fábricas de Confecção Riachuelo/Guararapes e Centro de Distribuições Riachuelo, oriundas de Capela. A intepretação do material coletado seguiu “análise de conteúdo”. As entrevistadas relataram as suas trajetórias sobre o horizonte de escolhas objetivas e subjetivas, omissões que resultaram no projeto vida adotado pelas interlocutoras. Trajetórias que evidenciam articulação de marcadores sociais como gênero, classe, raça e territorialidade. São mulheres que em meio a “simbiose” de sistema de poderes e dominação percebem os deslocamentos e trabalho formal espaços de disputas na pretensão de melhores condições de vida. As considerações finais evidenciam que as trajetórias a partir das experiências com as intersecções de marcadores sociais como gênero, classe, raça e territorialidade produzem desigualdades sociais, cabendo aos sujeitos, sob todas contradições produzidas pela simbiose de sistemas de opressão e dominação, acionar mecanismo de sobrevivência.