EDUCABILIDADES E EXPERIÊNCIAS: SOBREVIVER PARA VIVER (EM SITUAÇÃO DE RUA)
Situação de rua; Educabilidades; Estrategias de sobrevivências.
Na rua não aprendemos apenas para onde elas podem nos levar, para onde vão e de onde estas ruas vem. A alma da rua esconde múltiplas possibilidades de auto-observar-se, autodescrever-se e autoconhecer-se a partir das experiências expressas no modus vivendi. A sua concretude alimenta a nossa capacidade de imaginação, de devaneio e de nos auto-eco-organizarmos pelos nossos passos perdidos enquanto ela se auto-eco-organiza. Esta tese tem como tema, viver para sobreviver e viver para viver, e como objeto, educabilidades e autoconhecimento de pessoas em situação de rua. Trata-se de um texto que procura problematizar e estranhar como a busca de sobreviver para viver (em situação de rua) constitui educabilidades e autoconhecimento. Por meio de uma teia de estratégias metodológicas (etnográficas), objetiva conhecer as múltiplas estratégias de sobrevivências para viver (em situação de rua) por compreender que viver para viver (em situação de rua) faz-se necessário o desenvolvimento de uma rede dinâmica de estrategias para permanecer nessa concretude. Nesta linha de pensamento, percebe-se o conjunto heterogêneo de sociabilidades educativas desenvolvidas nas ruas como um espaço antropológico de educabilidades. E, por fim, identifica as diversas experiências que a rua permite auto-observar-se, autodescrever-se e autoconhecer-se com o objetivo de pensar esta rua com um espaço propenso a desenvolver experiências múltiplas de ensinar e aprender. Através das experiências de pessoas em situação de rua em Mossoró (RN), faz necessário compreender a rua como espaço antropológico de educabilidades, alimentando a hipótese de que a rua produz novas referencias de ensinos e aprendizagens. Neste sentido, estes moradores se apresenta, como sujeitos da experiência, de outras concepções, de outras pedagogias e de outras produções de (auto)conhecimentos. Sujeitos inconclusos na constante busca de ser mais e de sobreviver para viver. Sujeitos da esperança.