COMPORTAMENTO POLÍTICO EM REDES CLIENTELÁRIAS DE PEQUENAS CIDADES DO PIAUÍ: O PACTO ENTRE LIDERANÇAS LOCAIS E ELEITORES (ELEIÇÃO 2018)
Categorias de Gramsci; Estado-Nação; Clientelismo; Lideranças; Eleitores.
Esta pesquisa investiga o comportamento político em redes clientelárias em pequenas cidades do interior do Piauí, nas eleições 2018, entre lideranças estaduais (deputados federal e estadual) e lideranças locais (prefeito e vereadores) e destas últimas com eleitores. Verificar-se-ão duas hipóteses: a primeira – se há uma relação dialética de cidadania/autonomia e de clientelismo/dependência entre lideranças locais e eleitores mais vulneráveis economicamente, em que estes são fiéis em determinado voto (deputados estadual e federal), mas são liberados pelos líderes locais nos demais: governador, senador e presidente; e a segunda – se lideranças locais (prefeitos e vereadores) e lideranças estaduais (deputados estaduais e federais) integram uma rede de apoio recíproco em que os deputados financiam as campanhas de prefeitos e vereadores, ficando estes obrigados a apoiá-los também nas eleições estaduais. Far-se-á, uma análise de alguns episódios brasileiros à luz das categorias gramscianas, além de elaborar teoricamente um contraponto à teoria do patrimonialismo. A pesquisa é um estudo de caso, aplicar-se-á o método qualitativo e realizar-se-ão entrevistas com lideranças estadual e local, além de eleitores. A amostra compõe-se de quatro cidades, cada uma delas representativa de uma mesorregião do Piauí: Cocal (mesorregião Norte Piauiense), Campo Maior (mesorregião Centro-Norte Piauiense), Oeiras (mesorregião Sudeste Piauiense) e São Raimundo Nonato (mesorregião Sudoeste Piauiense). Como referencial teórico básico, citam-se Gramsci (1991, 1992-2002), Coutinho (1992, 1998, 2006), Souza (2009, 2015, 2016, 2017, 2018a, 2018b), Freyre (2006), Holanda (2014) e Faoro (1993, 2000).