DISPOSITIVOS DE VIGILÂNCIA NA SOCIEDADE DO CONTROLE: A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE A PARTIR DE SMARTPHONES
Subjetividade; smartphones; servidão maquínica; cartografia; algoritmos; vigilância.
A presente pesquisa de doutorado apresenta um apanhado de considerações teóricas sobre artefatos móveis de comunicação, smartphones, e a produção de subjetividades específicas voltadas para um dispositivo de vigilância. A hipótese é a de que esse dispositivo se apoia na observação de dados gerados por usuários tendo em vista produzir conhecimentos que propiciem a modulação de condutas. A proposta é entender que desencadeamentos sociais são advindos da relação entre entretenimento proporcionado por smartphones e a vigilância vigente, no que Deleuze (2000) nomeia como sociedade de controle. O intuito é averiguar como se dá a condução da fabricação de uma subjetividade própria (Guattari; Rolnik, 1999) que modularia os indivíduos de acordo com a lógica da servidão maquínica (Lazzarato, 2014). O entendimento é o de que o capitalismo prepararia o terreno para a produção/modulação de subjetividades específicas através da praticidade e do entretenimento proporcionado pelos artefatos tecnológicos, que estariam inseridos em um dispositivo mais abrangente de uma vigilância distribuída. O caminho proposto para a pesquisa é uma cartografia inspirada nos termos de Rolnik (2006), na qual seja possível acompanhar os rastros dessa produção de subjetividade, não só através da perspectiva de indivíduos, mas também de obras de literatura, de cinema e dos próprios smartphones e suas políticas de coleta de dados. Desse modo, o referencial teórico apoia-se, principalmente, na obra de Lazzarato (2014; 2006); Guattari (1992); Guattari e Rolnik (1999); Rolnik (2006); Deleuze (1988; 2000); Bruno (2013).