Experiências de consumo na contemporaneidade e a localização dos fiéis e consumidores no espaço social
Consumo; Distinção; Sociedade; Religiosidades; Estilo.
A sociedade moderna é marcada por desigualdades e os seus integrantes acabam por ocupar diferentes posições sociais em virtude da quantidade de bens, rendas e outros fatores de diferenciação e classificação social. Vemos assim, uma sociedade estratificada em sua maior parte por termos econômicos, e dentro de seu campo dinâmico, gostos, estilos e a posse de determinados capitais passam a serem fatores de distinção e de mobilidade social (BOURDIEU 1979). Desta forma, a aquisição de determinados bens materiais faz com que os indivíduos realizem os seus desejos de consumo, supram determinadas necessidades e também passem a ter identidade, numa sociedade que é marcada principalmente pela individuação e pelo consumismo. Relacionamos esta problemática a novos modelos de religiosidade contemporâneas, que procuram através de seus símbolos e teologias oferecer soluções não mais apenas de ordem espiritual, imaterial, mas de ordem mundana e material, levando em consideração nesta pesquisa três igrejas neopentecostais: Verbo da Vida, Internacional da Graça de Deus e Plesbiteriana Renascer. Em um momento de desregulação do pluralismo religioso, do surgimento diário de igrejas e seitas, não podemos dizer que a religião perdeu a sua força, mas o apelo ao mágico e ao sagrado tem se manifestado de forma diferente, fazendo surgir assim, uma nova forma de oferta dos bens de salvação, com igrejas que aparecem como alternativas para problemas de ordens individuais e econômicas. Procuramos então discutir a interface entre religiosidade e sociedade/cultura de consumo, estudando a relação entre posição social dos indivíduos e significados atribuídos à experiência religiosa, bem como as dinâmicas institucionais de produção e reprodução dos bens religiosos em sua relação com o imaginário da cultura de consumo.