POLONESES, POLACOS E POLÔNICOS NO BRASIL: POLONIDADES EM REDES SOCIOTÉCNICAS
Descendentes de Poloneses. Polonidades. Etnicidades. Teoria Ator-Rede.
A presente proposta de estudo articula duas linhas de reflexão que, de certa forma, se entrelaçam substancialmente nos dias atuais: uma sobre a pertinência de formas de etnicidade - mais precisamente o caso da mobilização étnica dos descendentes de poloneses no Brasil - e outra sobre como fenômenos étnicos presenciados em termos locais, impressos e virtuais podem ser contemplado à luz da teoria ator-rede de Bruno Latour, nos quais humanos e não-humanos são portadores de poder de agencia e se entrecruzam, implicando em configurações sociotécnicas de etnogêneses locais e transnacionais. Esta pesquisa consiste no acompanhamento e problematização acerca de composições de polonidades, ou melhor, processos de etnização que permeiam as configurações de identificações étnicas entre descendentes de imigrantes poloneses (polono-brasileiros) – reconhecidos igualmente por polacos e/ou polônicos - que se edificam contemporaneamente no entrecruzamento do universo de manifestações étnicas e culturais provenientes destas comunidades locais resultantes do fluxo migratório polonês para o Brasil e seus desdobramentos em redes sociotécnicas. Busca-se como objetivo principal desvelar este evento étnico que tem desencadeado repertórios constitutivos de identificações etnicamente híbridas e plurais. Para este propósito, optou-se em termos metodológicos por uma abordagem qualitativa que concilia técnicas pertinentes à perspectiva etnográfica nas dimensões locais e virtuais deste evento étnico - por se revelarem plausíveis pelo significativo potencial de mapeamento das atuações étnicas vivenciadas por meio de observações diretas nestes/destes ambientes de polonidades - e a utilização da teoria do ator-rede de Bruno Latour. A trajetória da pesquisa tem sinalizado para resultados que se direcionam para uma compreensão majoritária acerca destas negociações e atuações reconhecidamente étnicas, na interface de ambientações diversas, como ações estratégicas de descendentes de poloneses, entre outros actantes, que, conectados uns aos outros, se delineiam como “agentes de etnicidade” (guardiães da tradição), simultaneamente ao fato que se constituem em processos de promoção identitária e de “etnicização” que tem concorrido igualmente como componentes para a composição multifacetada e plural da sociedade brasileira igualmente transnacional na atualidade.