Cultura política e glória em Machado de Assis: Brasil, caiporas, medalhões
Medalhão. Caiporismo. Glória. Cultura Política. Machado de Assis.
O argumento de tese que aqui se apresenta é uma tentativa de continuação dos estudos iniciados desde a década de 1970, por autores como Schwartz, Faoro e Gledson, que focam nas contribuições da obra de Machado de Assis para o entendimento da vida social e política no Brasil. Inspiradas pelo método barcheladiano de devanear sobre devaneios; foram realizadas séries de leituras orientadas de duzentos e dois contos de Machado de Assis em busca de coletar, compreender e conectar: fragmentos de textos, que são depositórios de imagens e porções de imaginário que revelam os modos como a tensões entre o Poder e Glória (Agamben) se realizam e são narradas na cultura política dos brasileiros. Os contos trazem, inscrita, nesses fragmentos, uma teoria fragmentada, desenvolvida ao longo da carreira do contista, que revela em narrativas curtas; o imaginário dos rituais de aclamação e glorificação dos modos de ser Medalhão e Caipora em suas mais diversas nuances. Partindo do conto Teoria do Medalhão foi compreendido, que as temáticas nele tratadas, se espalhavam por muitos contos, o que abriu a possibilidade de interpretar a obra com obra e tecer uma pesquisa complexa (Morin) que devaneou que: ao devanear sobre o Poder e a Glória Machado de Assis criava uma original poética do Medalhão e produzia artefatos culturais cheios de saberes sobre cultura política entre brasileiros.