O lugar político da diversidade sexual e de gênero na escola.
Educação sexual; Reconhecimento da Diferença; Sexualidade; Identidade de Gênero; Orientação Sexual.
No início do séc. XX chega às escolas brasileiras as primeiras noções de uma educação sexual influenciada pelas correntes médico-higienistas em voga na Europa, cujo objetivo era combater doenças venéreas, a masturbação e preparar a mulher para desempenhar seu papel de esposa e mãe (BARROSO e BRUSCHINI, 1982; GUIMARÃES, 1995). Desde então “a escola passa a desempenhar um papel importante na domesticação de quereres, de desejos, na construção dos critérios explicitadores dos comportamentos sociais desejáveis” (SANTOS, 1996, p. 78). Partindo desses pressupostos, as questões que colocamos nesse estudo são: Quais os caminhos didático-pedagógicos encontrados pelos educadores (as) no desenvolvimento e construção de uma pedagogia que tenha o reconhecimento da diferença, a promoção da reflexão crítica e a superação das desigualdades como meio e objetivo das atividades propostas? Em que ponto a escola se encontra no itinerário de construir uma educação que valorize, respeite e reconheça as diferenças? Buscaremos entender como se dão os processos de eliminação de um número significativo de crianças, jovens e adolescentes que acabam sendo interditados, também pela escola, por não atenderem aos dispositivos normatizadores requeridos pela sociedade e demandados pela escola. Para isso, apresentamos nossos objetivos de Investigação: Analisar como a escola e seus profissionais lidam com a sexualidade, com o gênero, com a diversidade sexual e identidades de gênero. Ou seja, investigar quais práticas/fazeres pedagógicas silenciam, congelam e/ou interditam identidades plurais escolarizáveis que continuam fazendo parte da exclusão escolar; Verificar se é possível uma abordagem profissional que não desdenhe, insulte, ignore, despreze ou negue as novas categorias de gênero e de orientação sexual presentes em nosso tempo – no âmbito da escola; Verificar como a escola pode contribuir para a construção de novos sentidos para o aprendizado, para a convivência, para a produção e transmissão de conhecimento diante de “novas” demandas sociais como é o caso da homoafetividade.