CARACTERIZAÇÃO DA MORFOLOGIA CÁRSTICA ENTRE OS MUNICÍPIOS DE ALTANEIRA E FARIAS BRITO, CEARÁ, BRASIL
Caracterização. Geomorfologia Cárstica. Semiárido. Paleoclimas. Mapeamento.
Este trabalho aborda as características da morfologia Cárstica presente na região do Vale do São Romão, entre os municípios de Altaneira e Farias Brito, Estado do Ceará. A região em destaque neste estudo, se encontra inserida no contexto geológico e tectônico da porção setentrional da Província da Borborema, Domínio Rio Grande do Norte. Trata-se de uma região de clima semiárido, que apresenta um conjunto de formas tipicamente cársticas constituídas por metacalcários do período estateriano, tais como os Lápias, que se encontram expostos à superfície e compõem a paisagem das vertentes do Vale do São Romão. Com o objetivo de caracterizar a morfologia cárstica presente na região, trabalhando os aspectos de formação, descrição das morfologias e mapeamento delas. O trabalho de pesquisa foi iniciado com o levantamento de leituras, seguidas de outras três etapas, tais como a pesquisa de campo, produção de mapas temáticos da área e análise e escrita dos dados coletados. Este trabalho se utilizou de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e mapeamento como principais ações de compreensão e descrição da dinâmica das formas e processos do carste da região. A área de estudo é parte integrante da depressão sertaneja, com a presença de um grande maciço (serra do Quincuncá), cristas residuais, estruturadas nos metacalcários e uma morfoestrutura com forte influência de linhas de falhas em sua gênese. A gênese e evolução do carste da região foi possível pela ação conjunta de fatores exógenos, tais como a umidade e temperatura, algo que não está presente no local nos dias atuais. Por contar apenas com temperaturas elevadas e baixos índices de umidade ao longo do ano, a morfologia cárstica presente da área é reflexo de uma formação em condições climáticas pretéritas. A morfologia cárstica possui uma gênese característica, necessitando de climas propícios, com grande aporte de umidade, temperaturas elevadas e componentes mineralógicos ideais para dissolução/erosão, como a calcita e dolomita. As morfologias mais comuns identificadas na área, fazem parte do carste exógeno, com a presença de paredões de metacalcários, Lapiás em caneluras, campos de lápias e blocos exumados.