RISO E LÁGRIMAS QUE NÃO TÊM PLANOS: o sujeito lacerado e a experiência interior, segundo Georges Bataille
Experiência interior; Intensidade; Limites; Angústia; Êxtase.
Esta tese tem como objetivo abordar o problemada experiência interior levando como mote principal da pesquisa a questão da subjetividade envolvida na experiência, segundo a obra de Georges Bataille, dando maior atenção aos volumes de A suma ateológica. A experiência que Bataille intitula “interior”, ou “soberana”, é a experiência do sujeito situado no encontro com os próprios limites, como bem assinalou Foucaultem Prefácio da transgressão. A experiência afirmada por Bataille é da morte de Deus, cujo horizonte de sentido é ilimitado, pois nada a legisla senão ela mesma. A experiência tem o estatuto de ser sua própria autoridade, desconhecendo dogmas externos a ela própria. O sujeito da experiência interior é o sujeito intranquilo, jogado na constante angústia que beira ao êxtase do encontro com os próprios limites: trata-se do sujeito sempre em questão, lacerado e insuficiente, pois o que lhe comanda é a perda de si na vivência do excesso que lançaosujeito noriso e naslágrimas.A escrita de Bataille reflete a dificuldadede tratar do sujeito excessivo, é uma espécie de discurso que se coloca nos limites do próprio discurso, cuja problemática esta tese também tem como objetivo abordar.A perda de si,própria ao sujeito excessivo cujo riso e lágrimas não tem planos,se manifesta no erotismo, no dispêndio, na poesia, no sacrifício etc., isto é, aexperiência interior também pode ser pensada como experiência de intensidade. Assim, é nesta conjuntura que esta tese se propõe ao tratamento da questão da experiência em Georges Bataille.