AVALIAÇÃO DA POLÍTICA DO ARGUMENTO DE INCLUSÃO REGIONAL NO ÂMBITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Argumento de inclusão, Universidade, Rio Grande do Norte
O Brasil nunca teve um modelo próprio de universidade. As primeiras escolas
foram criadas centradas em cursos e faculdades que funcionavam de forma
independente e não propriamente a partir da concepção de universidade. As
primeiras faculdades tinham normas emanadas do exterior, autonomia relativa
e importante controle pelas forças do poder. Somente mais de cem anos
depois da criação das primeiras faculdades, surgiu a perspectiva de se
construir uma universidade centrada em conceitos mais modernos (com a
unidade entre ensino e pesquisa, a autonomia e a liberdade da administração
da instituição e da ciência que ela produz e com uma relação integrada porém
autônoma entre Estado e Universidade). Desde sempre, independente do
modelo de Universidade, a educação superior no Brasil tem sido um modelo
onde poucos privilegiados têm acesso. Em quase todo o mundo o acesso ao
ensino superior é bastante competitivo; sempre que houver menos vagas e
mais candidatos, haverá a necessidade de um processo seletivo. São esses
processos seletivos que definirão, teoricamente, quais são os melhores
candidatos, inserindo-os no ensino superior. Na tentativa de equilibrar as
chances e promover maior igualdade de condições, as universidades vêm
adotando ações de democratização do acesso ao ensino superior através de
cotas. Um desses instrumentos de cotas é o Argumento de Inclusão Regional
(AIR), adotado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) a
partir de 2014. O AIR permite um bônus de 20% na nota final do Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM) àqueles alunos que tiverem concluído o
ensino fundamental e cursado todo o ensino médio em escolas regulares e
presenciais das microrregiões onde se localizam as cidades com campus da
UFRN no interior do estado (excluída a região metropolitana de Natal) ou em
todas as microrregiões vizinhas, de acordo com a definição do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.