BALANÇO DE ENERGIA E FLUXO DE CO2 EM UMA ÁREA DE CAATINGA PRESERVADA NO SERIDÓ DO RIO GRANDE DO NORTE
Fluxos turbulentos, Energia Disponível, Fluxo de Carbono, Caatinga
Investigar as trocas de energia e massa dos mais variados ecossistemas terrestres tem grande relevância, pois permite o arregimento de conhecimento suficiente para melhor compreender os mecanismos que controlam o ciclo do CO2. No Brasil, o balanço de energia e a dinâmica do CO2 tem sido estudado em vários ecossistemas a exemplo do cerrado, cerradão e principalmente da floresta amazônica. Por outro lado, no ecossistema Caatinga, típico do Semiárido do Nordeste do Brasil, estudos dessa natureza ainda não foram realizados com a devida atenção. Diante desse contexto, o presente projeto tem por objetivo determinar o balanço de energia e o fluxo de CO2 em uma área de caatinga preservada no Seridó do Estado do Rio Grande do Norte (RN) durante os anos de 2014 e 2015. O local de estudo é a Reserva Ambiental da Estação Ecológica do Seridó (ESEC-Seridó), que pertence ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Serra Negra do Norte-RN. Os dados foram obtidos em torre micrometeorológica instalada no local equipada com um sistema do método das correlações dos vórtices turbulentos (Eddy Covariance Method). O fechamento do balanço de energia foi derivado do coeficiente de regressão linear (inclinação e intercepto) utilizando o método dos mínimos quadrados (MMQ) a partir da relação entre os valores médios de meia hora dos fluxos dependentes (H + LE) e o componente independente da energia disponível (Rn – G). De acordo com os resultados preliminares, o fechamento do balanço de energia apresentou uma forte concordância entre os fluxos turbulentos e a energia disponível, uma vez que r2 ficou entre 0,94 a 0,96. Quanto aos resultados das partições do balanço de energia, para o ano de 2014, constatou-se que durante a estação seca, cerca de 60% do Rn foi convertido em fluxo de calor sensível (H), 10% foi convertido em fluxo de calor latente (LE) e pouco mais de 2% foi convertido na forma de calor no solo (G). Durante a estação chuvosa essas porções foram de 36, 45, e -0,5%, respectivamente. Para o ano de 2015, durante a estação seca, cerca de 64% do Rn foi convertido em H, 7% foi convertido em LE e pouco mais de 3% foi convertido em G. Durante a estação chuvosa essas porções foram de 46, 38, e 1,6%, respectivamente. Os valores médios do fluxo de CO2 foram, em 2014, de -2,3 μmol m−2 s−1 na estação chuvosa e -1,3 μmol m−2 s−1 na estação seca. Em 2015, os valores médios foram de -1,4 μmol m−2 s−1 na estação chuvosa e -1,1 μmol m−2 s−1 na estação seca.