PRODUÇÃO E QUALIDADE DA FORRAGEM DE CULTIVARES DE Panicum maximum IMPLANTADAS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO
taxa de acúmulo, caracterização química, saponina, cinética da produção de gás in vitro, digestibilidade in vitro
A hipótese foi que as cultivares de Panicum maximum implantadas no semiárido brasileiro possuem qualidade satisfatória para uso em sistemas de produção animal. O objetivo foi avaliar a taxa de acúmulo de forragem e a qualidade de seis cultivares de Panicum maximum no semiárido brasileiro. O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN no período de 10 de abril de 2016 a 01 de abril de 2017, em delineamento em blocos casualizados com quatro repetições e seis cultivares de Panicum maximum como tratamentos: Aruana, Massai, Mombaça, Tamani, Tanzânia e Zuri, as análises laboratoriais para determinação da qualidade da forragem foram realizadas no Laboratório de Nutrição Aplicada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS no período de 03 de setembro de 2018 a 02 de setembro de 2019. Foram realizadas as análises da matéria seca (MS), cinzas para a determinação da matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), protodioscina, digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), digestibilidade in vitro da proteína bruta (DIVPB), digestibilidade in vitro da fibra em detergente neutro (DIVFDN), digestibilidade in vitro da fibra em detergente ácido (DIVFDA) e a produção cumulativa de gases in vitro. A taxa de acúmulo de forragem não diferiu entre as cultivares (41,9 Kg/ha/dia de MS) com exceção da cv. Aruana que apresentou uma menor taxa de acúmulo (23,0 Kg/ha/dia de MS). Os maiores teores de PB foram encontrados na cv. Tamani (10,6%) e os menores na cv. Mombaça (6,9%). Os teores de FDN foram maiores para a cv. Zuri (76,5%) e os menores valores foram observados nas cv. Aruana (71,2%). A cv. Aruana apresentou a maior quantidade de protodioscina entre as cultivares testadas (1,03 g/Kg de MS) e a maior DIVMS (78,7%). Os maiores teores de DIVPB foram verificados nas cvs. Aruana (87,1%) e Zuri (86,9%). A cv. Massai apresentou os maiores teores para a DIVFDN (68,1%). A maior produção de gás in vitro foi observada na cv. Aruana (Y= 20,48 mL/100 mg de MS incubada), nesta mesma fração a cv. Mombaça obteve o menor valor. A cv. Aruana apresenta baixa produção de forragem nas condições do semiárido, apesar da qualidade superior as demais, em contrapartida a cv. Mombaça sofreu perdas de qualidade, não sendo indicado o uso dessas duas cultivares em sistemas não irrigados no semiárido brasileiro. As cultivares Massai, Tamani, Tanzânia e Zuri são indicadas para uso nos sistemas de produção animal no semiárido brasileiro por apresentarem acúmulo de forragem e qualidade satisfatórios.