Mecanismos das trocas de massa no Bioma Caatinga
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Balanço de energia; Eddy Covariance; Evapotranspiração; Parâmetros de superfície.
Dentre os processos relacionados ao sequestro de CO2 pelos biomas terrestres, a Evapotranspiração (ET) e o Balanço de Energia (BE) são os mais relevantes, pois eles são característicos de cada bioma em virtude das influências provocadas pela vegetação, clima e propriedades físicas do solo. O Bioma Caatinga, localizado no Semiárido Brasileiro é um dos mais ameaçados, um dos menos estudados e um dos menos protegidos dos biomas brasileiros. Apesar da importância dos ecossistemas terrestres, tidos como estratégicos na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, tem sido observado que estudos sobre a dinâmica dos fluxos de energia e massa sobre o Bioma Caatinga ainda são muito insipientes. Nesse sentido, o objetivo principal desta pesquisa é investigar os mecanismos que controlam as trocas de calor e massa (vapor de água e gases traço) entre o Bioma Caatinga e a atmosfera. Os dados utilizados foram coletados em uma campanha experimental de dois anos de duração (2014-2015) sobre uma área de Caatinga preservada no semiárido do estado do Rio Grande do Norte. Foram medidos dados de radiação de onda curta e onda longa, velocidade tridimensional do vento, concentração de vapor de água e de CO2, além do fluxo de calor no solo em uma torre de fluxo equipada com um sistema Eddy Covariance. A partir dos dados de radiação foi calculado o valor do saldo de radiação e a partir dos demais dados os fluxos turbulentos de calor sensível, calor latente e de CO2 foram estimados. Inicialmente estão sendo analisados os mecanismos que controlam o processo da ET. Posteriormente será avaliada a resposta do Bioma Caatinga a eventos isolados de precipitação quanto as trocas de calor e massa dentro da estação seca e dentro da estação chuvosa. Preliminarmente, observou-se que o período experimental foi bastante seco com demandas atmosféricas da ordem de 3.000 mm anuais. A precipitação nos dois anos experimentais foram inferiores a média climatológica. A ET acumulada anual foi de 513 mm em 2014 e 466 mm em 2015. Foi observado que os maiores valores diários da ET ocorreram durante a estação chuvosa, enquanto que na estação seca os valores diários da ET foram praticamente nulos, assemelhando-se a Estepes de altitude no período de congelamento da superfície. Os resultados preliminares evidenciam a forte influência da precipitação sobre as espécies do Bioma Caatinga.