O TEATRO DE AUGUSTO BOAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA UMA EDUCAÇÃO CRÍTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
TEATRO. SITUAÇÕES OPRESSORAS. RACISMO. EDUCAÇÃO CRÍTICA.
O presente artigo visa relatar uma experiência com o teatro de Augusto Boal, no Ensino Fundamental I, da Escola Municipal Reginaldo Ferreira Neto, localizada na Zona Norte de Natal/RN. O objetivo da pesquisa é analisar as contribuições do ensino do teatro no processo de aprendizagem e formação do sujeito, por meio do teatro do oprimido, estimulando-os a identificar questões opressoras e suas possíveis soluções, promovendo reflexões para uma Educação Crítica. O caminho metodológico foi a Pesquisa Ação que proporciona melhor preparação aos estudantes para ações reais, na sua existência cotidiana e social, e a Revisão de literatura em artigos estudados durante as disciplinas do Mestrado de ProfArtes da UFRN, e documentos oficiais da Educação. Nesse contexto, dialogamos com a pedagogia do oprimido, pois, compreendemos que a libertação vem por meio da confissão dos oprimidos historicamente, da consciência de sua inconclusão, com os Jogos para atores e não atores, e o teatro do oprimido, que possibilitaram aos alunos ter voz, reconhecendo as situações que os oprimiam, e construindo, de forma coletiva, possíveis mudanças para essas opressões. Durante esse processo da prática pedagógica, identificamos algumas situações opressoras, dentre elas, uma que provocou maior inquietação, o racismo. Logo, as leituras das obras do Racismo Estrutural, Pequeno manual Antirracista, e O que é lugar de fala? Contribuíram para o exercício dialógico sobre as questões de: identidade, memória, ancestralidade, preconceito, discriminação e racismo. Por fim, realizamos a construção coletiva durante o processo de criação da apresentação teatral: Será que sou racista? Possibilitando aos alunos um lugar de fala, formando sujeitos críticos, autônomos e transformadores de sua realidade, ou seja, protagonistas de sua própria história.