ELEIÇÃO NAS ESCOLAS: UMA ANÁLISE DO IMPACTO DO DIRETOR ELEITO SOBRE O DESEMPENHO EDUCACIONAL NO ESTADO DA BAHIA
Seleção de diretores. Desempenho escolar. Diferença em diferenças.
No Brasil, a escolha dos diretores escolares é formulada de maneira descentralizada por estados e municípios, com processos que podem variar ao longo do tempo para uma mesma localidade. No estado da Bahia, os diretores das escolas estaduais eram indicados politicamente até 2008, quando a escolha passou a ser por eleições. O objetivo deste artigo é analisar os efeitos de tal mudança no rendimento escolar dos alunos. Para tanto, são usados os métodos de dados em painel e de diferença em diferenças que compara as escolas estaduais (grupo de tratamento) às escolas municipais (grupo de controle) que não foram afetadas pela mudança na política e, portanto, continuaram selecionando os diretores por indicação. São utilizadas as bases de dados da Prova Brasil de 2007, 2009 e de 2011, a primeira anterior e as outras duas posteriores à política de seleção adotada pelas escolas estaduais. Os resultados mostram que, tanto para a proficiência em Língua portuguesa quanto em Matemática, o desempenho médio dos alunos das escolas em que os diretores são selecionados e posteriormente eleitos é um pouco menor do que o desempenho médio de alunos que frequentam escolas em que os diretores são apenas indicados. Este resultado pode estar relacionado, segundo a literatura, a efeitos perversos da política de escolha do gestor por voto, tais como o clientelismo, o corporativismo e a politização do ambiente escolar.