Construcao de cartilha digital para apoio a educacao permanente de profissionais que atuam na assistencia as mulheres com interesse pela laqueadura tubaria
Planejamento Familiar; Laqueadura Tubária; Educação Permanente; Tecnologias da Informação.
A Constituição Brasileira de 1988 garante o direito ao planejamento familiar e, em 1996, a Lei nº 9.263/96 regulamentou esse direito ao permitir a esterilização cirúrgica voluntária, que antes era considerada crime. A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal-RN, possui uma Comissão Multiprofissional de Planejamento Familiar (CMPF) que oferece atendimento a mulheres interessadas em laqueadura tubária. No entanto, muitas mulheres relatam dificuldades no acesso ao procedimento, mesmo com a legalidade assegurada. As barreiras incluem a falta de serviços de referência, interpretações contraditórias entre profissionais e a recusa de alguns médicos em realizar o procedimento, mesmo diante de parecer favorável. Para lidar com essas questões, foi proposta a elaboração de material educativo para a formação contínua dos profissionais da MEJC envolvidos no processo de laqueadura tubária. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi construir uma cartilha digital para apoio à educação permanente de profissionais de saúde que atuam na assistência às mulheres com interesse pela laqueadura tubária. Trata-se de um estudo metodológico de cunho descritivo, exploratório do tipo misto, tendo como referencial metodológico o método ADDIE, que envolve análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação. O local da pesquisa foi a MEJC, onde foi realizado um questionário com perguntas abertas e fechadas no Google Formulários e enviado por e-mail. Esse formulário visou concatenar a percepção dos profissionais sobre o Planejamento Familiar, a esterilização cirúrgica, bem como legalização, diretrizes e necessidade de implementação de uma cartilha digital que pudesse subsidiar na educação em saúde. Advoga-se que o estudo analisou também a formação e atuação de profissionais da MEJC em relação à laqueadura tubária, destacando a necessidade de educação permanente para melhorar o atendimento e garantir os direitos reprodutivos das mulheres. Dos 68 profissionais inicialmente convidados, apenas 18 participaram, com a maioria sendo médicos. A pesquisa revelou que muitos profissionais enfrentam lacunas no conhecimento técnico e ético, apesar de a legislação brasileira, como a Lei nº 9.263/96 e a Lei nº 14.443/2022, garantir o direito à esterilização voluntária. A educação permanente é vista como crucial para superar barreiras no cuidado à mulher, promovendo um atendimento humanizado e respeitoso. A pesquisa sugere a criação de materiais educativos e protocolos para otimizar o acesso à informação e fortalecer as políticas de saúde da mulher, enfatizando a importância da interdisciplinaridade e da capacitação contínua para um atendimento ético e empático. A cartilha foi elaborada por meio do site Canvas, em que se buscou uma linguagem direta, didática e elucidativa sobre a legislação e procedimentos necessários para realização da laqueadura tubária. Acredita-se que as tecnologias da informação e comunicação têm exercido influência significativa no campo da saúde, ao passo que ofertam possibilidades e interação, de fácil adaptação, transformando o processo de ensino e estimulando a utilização de novas metodologias para disseminação de informações no formato digital.