PRECEPTORIA NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE NO PROGRAMA DE TERAPIA INTENSIVA ADULTO: PERFIL DOS PROFISSIONAIS E DIFICULDADES ENFRENTADAS
Residência Multiprofissional em Saúde; Preceptoria.
Nos Programas de Residência Multiprofissional em Saúde (RMS), o preceptor geralmente desempenha tanto o papel de profissional da saúde quanto de supervisor de práticas, desenvolvendo atividades de assistência e de ensino, ficando muitas vezes sobrecarregados. O objetivo do estudo é identificar o perfil dos preceptores do Programa de RMS, com área de concentração em Terapia Intensiva Adulto, do Hospital Universitário Onofre Lopes - UFRN - EBSERH e as dificuldades que enfrentam no desempenho de suas atividades. Trata-se de um estudo de campo, descritivo, mediante documentação direta, onde foi utilizado um questionário semiestruturado e autoaplicável, com um roteiro preestabelecido, a ser respondido pelos preceptores, de forma sigilosa, com amostra por conveniência. As respostas às questões objetivas serão apresentadas de forma descritiva e as questões abertas, conforme a Análise de Conteúdo Temática Categorial de Bardin. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A amostra foi composta por 52 profissionais de diversas áreas da saúde, em grande parte mulheres, com média de idade de 38 anos. O tempo médio de formação foi de 14 anos e de preceptoria de 4 anos. Os resultados apontam que a maioria dos preceptores não está realizada com sua situação de preceptor, nem se sente capacitada para exercer tal função, embora revele disposição para a capacitação, mesmo considerando que existe pouco incentivo, visto que a gestão exige compensação de horários quando estes participam de algum treinamento. Na analise das respostas abertas, após a leitura exaustiva do material, emergiram 4 categorias, classificadas a prioi: “Motivação”, “Papel do Preceptor”, “Desafios” e “Proposições” que remetem ao baixo incentivo à capacitação técnica, assim como para a preceptoria, à carga horária de trabalho não adaptada à realidade da atividade de preceptoria, às dificuldades no campo da infraestrutura que consideram inadequada ao ensino e, finalmente, às propostas de melhorias que vem ao encontro de minimizar essas dificuldades. Parte desses resultados é corroborado pelos relatos da literatura, que indicam como principais dificuldades em outros Programas, a falta de incentivo profissional, financeiro e de conciliar a assistência com a preceptoria. Dessa forma, será necessário uma grande unidade entre a gestão institucional, coordenadores de Programas e preceptores a fim de que essas dificuldades sejam superadas.