A ATENÇÃO BÁSICA COMO CENÁRIO DE IMPLEMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE
Atenção Primária à Saúde; Formação Profissional; Relações Interprofissionais.
A realidade de vida e saúde das pessoas demandam cada vez mais uma nova lógica de formação dos profissionais de saúde, para que transformações aconteçam na realidade dos serviços de saúde, com profissionais mais aptos a trabalharem em equipe para o enfrentamento da complexidade e dinamicidade das necessidades de saúde das pessoas. Nesse contexto a Educação Interprofissional (EIP) se apresenta como abordagem estratégica para que haja maior interação entre estudantes de diferentes formações nos cenários de práticas, permitindo o aprendizado entre áreas específicas de formações, melhorando a qualidade da atenção ao paciente. A pesquisa tem como objetivos: discutir as potências e limitações da atenção básica enquanto espaço de implementação da EIP a partir das percepções de alunos da Residência Multiprofissional em Atenção Básica da EMCM; realizar oficinas de formação em EIP para Residentes em Atenção Básica da EMCM sobre educação interprofissional; inserir os residentes nas atividades da atenção básica no formato interprofissional, identificando as percepções dos residentes sobre a vivência da EIP na ESF. Pesquisa de abordagem qualitativa e adotou como desenho a pesquisa ação, na medida em que estabeleceu uma ampla interação entre pesquisador e o fenômeno a ser investigado. A pesquisa foi realizada no município de Caicó/RN, mais especificamente na dinâmica de trabalho da Estratégia Saúde da Família, tendo como sujeitos da pesquisa Residentes do Programa de Residência Médica e Multiprofissional em Atenção Básica da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A pesquisa teve três etapas: três oficinas onde foram discutidos os princípios da EIP; implementação de práticas interprofissionais na realidade da produção dos serviços de saúde da atenção básica e grupos focais para explorar a experiência da vivencia do trabalho colaborativo. Nessas fases foram adotados como instrumentos de coleta de dados: narrativas, diários de campo e um roteiro norteador para os grupos focais. Foi adotada a técnica de análise de conteúdo temática que pressupõe as etapas de pré-análise; exploração do material ou codificação; tratamento dos resultados obtidos, inferência e interpretação. A pesquisa foi submetida e aprovada ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), observando Resolução do CNS nº466/12. O tratamento dos dados permitiu construir as seguintes categorias: aprendizagem compartilhada, atenção integral em saúde, valorização da participação do usuário, tempo reduzido para as práticas interprofissionais.