ENCONTRO INTERPROFISSIONAL DA ONCOLOGIA: ESTRATÉGIA DE ENSINO E DO TRABALHO EM SAÚDE
Educação Interprofissional; Prática colaborativa; Oncologia; Educação médica.
A educação interprofissional é uma abordagem que visa qualificar alunos e profissionais de saúde para o trabalho colaborativo na dinâmica do trabalho em equipe, prática essencial para integralidade no cuidado em saúde. A abordagem parte da premissa que a colaboração, melhora a segurança e a qualidade da assistência ao paciente. O objetivo deste estudo foi implementar o Encontro Interprofissional da Oncologia (EIO) como estratégia de ensino da educação interprofissional e das práticas colaborativas entre os profissionais de saúde da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) do Hospital Universitário Onofre Lopes. Trata-se de um estudo tipo pesquisa-ação, prospectivo, de abordagem qualitativa realizado de Maio de 2016 a Setembro de 2017, no Serviço de Oncologia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), envolvendo profissionais da área da saúde (médicos, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, enfermeiros e nutricionistas) que trabalham na UNACON do HUOL. O estudo ocorreu em três etapas: Planejamento da atividade interprofissional, Implementação da atividade “EIO” e Avaliação da atividade, sendo a última realizada através de um grupo focal. Após três meses de planejamento, iniciamos a etapa de implementação onde foram realizadas 43 reuniões, envolvendo 220 participantes de 6 profissões diferentes, sendo discutido um caso clínico por sessão. Após apresentação de cada caso, houve discussão interprofissional, ressaltando a especificidade de cada profissional para melhoria do cuidado integral com paciente em questão. O grupo focal foi analisado pela Análise Categorial de Bardin onde emergiram quatro categorias: Visão Conceitual de atividade Interprofissional, Vivência prévia em atividades Interprofissionais, Contribuição do EIO para a formação e para as práticas colaborativas, Desafios do EIO. O processo de planejamento e implementação do EIO atingiu os objetivos, embora a participação de alguns profissionais da saúde ainda não tenha sido sistemática em função da sobrecarga de atividades de alguns profissionais, como os da enfermagem assistencial, fisioterapia e odontologia, bem como dificuldades na conciliação de horários. O EIO foi considerado uma atividade positiva, precursora dentro do UNACON do HUOL sendo bastante exaltada e aprovada como estratégia permanente para a melhoria da assistência prestada ao paciente oncológico. Foi observado, pela análise do grupo focal, que o EIO é uma ação que impacta positivamente tanto na assistência quanto no ensino, contudo, permanecem algumas dificuldades importantes, como a adequação do tempo e espaço físico para as reuniões, desvalorização das atividades interprofissionais por alguns alunos de graduação e pós-graduação da medicina, carência de recursos humanos e a dificuldade de alguns profissionais para se integrarem sistematicamente.