ELABORAÇÃO DE UM COMPONENTE CURRICULAR SOBRE ATENÇÃO À SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTTI EM UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA
Pessoas transgênero; serviços de saúde; travestismo; educação médica; minorias sexuais.
A discussão acerca da identidade de gênero, orientação sexual e especialmente no que tange atenção à saúde de pessoas LGBTTI ainda é bastante negligenciada no projeto pedagógico de cursos de graduação em medicina e demais áreas de saúde. Sabe-se que esse público possui peculiaridades e demandas especiais enquanto usuários do SUS que permeiam entre as iniquidades encontradas no acesso aos serviços oficiais de saúde até as características próprias dessa população, como a dificuldade de suporte social e familiar. Para que essa relação médico-sociedade seja estabelecida de forma salutar e harmônica, vê-se a necessidade de uma formação voltada para atenção humanizada e o estudo profundo de características e demandas especiais desse público, de maneira a promover uma melhor compreensão do mesmo, sendo uma estratégia favorável para o desenvolvimento de condutas que promovam e assegurem um acesso mais eficaz e efetivo dos serviços de saúde para a população em questão. Mediante isso, se impõe a incorporação da temática LGBTTI nos projetos pedagógicos de cursos de Medicina como forma de conhecer, compreender e debater as questões inerentes ao paciente LGBTTI. Sendo assim, para que os usuários do SUS pertencentes a grupos sociais considerados como minorias sexuais tenham uma assistência de qualidade e adequada às suas especificidades, urge que as instituições de ensino em saúde estejam alinhadas a uma atitude de aceitação e, acima disso, de dedicação por parte de seus componentes curriculares à promoção de construção, pelos discentes e núcleo docente estruturante, de conhecimentos, habilidades e, principalmente, atitudes que favoreçam o atendimento digno dessa população.