O ENSINO DA IMPROVISAÇÃO IDIOMÁTICA NO BAIÃO E XOTE NA GUITARRA
ELÉTRICA: APORTES À APRENDIZAGEM EMERGENTES DO CÂNON DE JOÃO
DO VALE E DAS PESQUISAS COGNITIVA E SOCIOCULTURAL
Guitarra elétrica; Ensino da improvisação idiomática; Baião e Xote;
João do Vale; Dimensões cognitiva e sociocultural da aprendizagem.
O presente trabalho propõe estratégias metodológicas e diretrizes pedagógicas
orientadas ao ensino da improvisação melódica idiomática na guitarra elétrica nos
gêneros musicais baião e xote, a partir dos elementos técnicos-estilísticos do cânon
estabelecido pelo cantor e compositor maranhense João do Vale (1934-1996). A
proposta estrutura-se em consonância aos parâmetros pedagógicos emergentes de
estudos recentes na Educação Musical, que interseccionam o plano de conhecimento
da Psicologia da Música acerca da atuação das dimensões humanas cognitivas e
socioculturais na aprendizagem da improvisação, contemplando em síncrono os
contributos do plano empírico do autor. Em síntese, a pesquisa desenvolve-se em 4
eixos: (1) Arguição acerca da temas essenciais ao objeto da pesquisa, como as
implicações da criatividade e estética artísticas ao ato executivo e letivo da
improvisação, seguido da concepção de idiomatismo e seu aspectos discursivos na
trama improvisatória (Kant (1995, [1790]); Engelmman (2012); Sternberg (2017); Wall
(2018), Torres (2016) etc.); (2) O mapeamento e análise dos elementos musicais e
suas combinações presentes na estilização do baião e xote desenvolvida por João do
Vale (e que substancializam o idiomatismo em seu cânon) em obras selecionadas e
transcritas no intervalo de 1950 a 1980; (3) Descrição da proposta de ensino da
improvisação melódica idiomática na guitarra elétrica no baião e xote, constituída de
diretrizes pedagógicas, competências docentes, conteúdo e metodologia fundados na
doutrina científica que investiga as dimensões neurocognitivas e socioculturais (Beaty
(2015); Berkowitz (2014); Paes (2014); Biasutti (2015); Born, Lewis e Straw (2017)
etc.) na práxis e ensino da improvisação, e no empirismo do autor. Ademais, atenta-
se na pesquisa às peculiaridades técnicas da guitarra elétrica e instruções de
referenciais da improvisação deste e de outros instrumentos (Pass (1977), Miles Davis
(2022); Denyer (1992), Gambale (1997), Fewell (2016), Vai (2019), Leavitt (2019),
Faria (1995...) etc.); (4) A avaliação da proposta pela implementação de uma
Pesquisa-ação investida em um curso de improvisação ministrado numa escola da
rede pública de educação do Estado do Maranhão. O curso segue em andamento,
imprimindo parcialmente indicadores positivos acerca da proposição metodológica.