TÉCNICAS ESTENDIDAS DA MÚSICA CONTEMPORÂNEA: O REGENTE COMO MEDIADOR DO PROCESSO INTERPRETATIVO
Música contemporânea; técnicas estendidas; práticas interpretativas; regência
Este texto apresenta a experiência de um trabalho de construção performática onde o regente atua na qualidade de mediador no processo interpretativo utilizando, como ferramenta, as técnicas estendidas de duas obras: As Quatro Estações Portenhas (1969-1971) de Astor Piazzolla (1921-1992) e Itinerário de Passagem: Verônica Nadir (2008) de Silvio Ferraz (1959). A abordagem interpretativa é desenvolvida pelo autor desta pesquisa enquanto regente da Orquestra Funffec de Cordas (OFC). O contexto social da OFC inclui um trabalho de cunho social desenvolvido a partir do ano de 2013 e conta com a participação de jovens com idade entre 13 e 22 anos. Este projeto possui uma base técnica norteada pelos métodos tradicionais no ensino de cordas friccionadas escritos, em sua maioria, no século XIX. O objetivo da pesquisa é apontar as principais dificuldades encontradas no trabalho deste repertório em relação às técnicas estendidas, deste ponto busca-se explorar as possibilidades e variáveis oferecidas e, através do diálogo e pesquisa, estabelecer um critério para a interpretação. Após o trabalho de articulação teórica e analítica da obra, estabelecemos o processo de construção interpretativa. Assim, elementos das técnicas estendidas foram abordados, bem como seus conceitos e aplicações e os possíveis resultados sonoros. A comunicação nos ensaios abriu espaços para a opinião dos jovens músicos na tentativa de estabelecer um processo em que suas experimentações e concepções de sonoridades pudessem ser aplicadas no processo de interpretação do repertório proposto.