Bagatelas d’Alma: Compositor e Intérpretes, Co-Partícipes no Processo Criativo
contrabaixo; viola; relação intérprete-compositor, subhârmonicos.
A partir de um recém-criado duo viola e contrabaixo surgiu um insight de trazer este diálogo musical para o ambiente acadêmico. Este trabalho aborda basicamente a interação entre o compositor Samuel Cavalcanti e os intérpretes Vinícius Gomes no contrabaixo e Prof. Paulo França (violista convidado), e tem por finalidade a discussão sobre fatores íntimos e relacionais da criação musical em colaboração direta com os interpretes na elaboração de ideias musicais. A obra Bagatelas d’Alma, para contrabaixo (acústico e elétrico) e viola, foi concebida em especial para este trabalho. É uma peça formada por nove movimentos, muitos dos quais inspirados em ditos relacionados à palavra alma. Também inclui intervenções eletrônicas tais como: gravações intrauterinas e pós-parto; além de bricolagens eletrônicas com canções publicitárias de campanhas (jingles) e vozes superpostas, seja de personalidades conhecidas seja dos próprios intérpretes no ato da performance. Outro aspecto eletrônico adicional é o uso de efeitos de amplificação e intervenções em tempo real como o uso de microfones, pedal e baixo elétrico. A concepção – o processo criativo em si e suas peculiaridades - , portanto, mais do que propriamente a execução, é o objeto central do presente trabalho: a relação de afeto do conhecimento interpretativo, das curiosidades do executante, suas indagações; e, as provocações do compositor, seus questionamentos e a discussão que fez brotar uma obra ainda in forme (work in progress). Para tanto, foram utilizadas na metodologia aspectos composicionais e interpretativos, pesquisa bibliográfica, registro de conversas e gravações de áudio, bem como referenciais teóricos como BARTOLOZZI (1982), BORÉM (1998), DOMENICI (2005), RAY (2010) dentre outros. O resultado final da pesquisa é compilar num único documento informações que ofereçam subsídio que possam auxiliar compositores e intérpretes a pensar sobre o fazer musical colaborativo.