AVALIAÇÃO DE EFEITOS BIOLÓGICOS DE UM EXTRATO AQUOSO DE ALCAÇUZ (Glycyrrhiza uralensis) ATRAVÉS DE MODELOS EXPERIMENTAIS EM NÍVEL SISTÊMICO E CELULAR
Alcaçuz; Glycyrrhiza uralensis; biodistribuição; constituintes sanguíneos; pertecnetato de sódio; tecnécio-99m; cloreto estanoso; Escherichia coli.
O alcaçuz (Glycyrrhiza uralensis) é uma planta medicinal milenar, também utilizada como suplemento dietético, aditivo aromatizante e edulcorante na indústria alimentícia. O objetivo deste trabalho foi avaliar, através de diferentes modelos experimentais, efeitos biológicos de um extrato comercial de alcaçuz em nível sistêmico e celular. A biodistribuição do radiofármaco pertecnetato de sódio e a alteração de parâmetros bioquímicosfoi utilizada para avaliar os efeitos em nível sistêmico. A marcação de constituintes sanguíneos com o tecnécio-99m (99mTc) e a sobrevivência de culturas bacterianas de Escherichia coli foi utilizada para avaliar os efeitos em nível celular. Os resultados demonstraram que o tratamento de ratos Wistar com o extrato de alcaçuz durante uma semana possibilitou redução da captação do radiofármaco na bexiga. O consumo do extrato no mesmo período não demonstrou ser capaz de alterar os parâmetros bioquímicos destes animais e a marcação in vitro dos seus constituintes sanguíneos com 99mTc. O mesmo resultado foi obtido com diferentes concentrações do alcaçuz no tratamento in vitro da marcação de constituintes sangüíneos com 99mTc. Observou-se ainda, através dos modelos bacterianos associados ao cloreto estanoso, que o extrato não foi tóxico para estas culturas e as protegeu contra a ação lesiva do cloreto estanoso, sugerindo uma possível atividade antioxidante. Considerando estes resultados sugere-se que o uso do alcaçuz poderia interferir com procedimentos de medicina nuclear relacionados à biodistribuição de radiofármacos envolvendo o aparelho excretório, mas não em procedimentos relacionados com a marcação de constituintes sanguíneos. Possui ação protetora contra o agente citotóxico (cloreto estanoso) para culturas bacterianas e não apresenta citotoxicidade para as mesmas. Embora experimentais, estes resultados colaboram para entender as funções tradicionais do alcaçuz, reforçam a sua possível ação antioxidante e também sugerem que ele possa ser útil para controle de possíveis efeitos relacionados com as aplicações do estanho. Esse trabalho teve caráter multidisciplinar e foi realizado na vigência dos auxílios concedidos pela CAPES, FAPERJ e CNPq.