EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBICO NA VARIABILIDADE DA FREQUENCIA CARDÍACA DE MULHERES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS
Síndrome dos ovários policísticos, modulação autonômica cardíaca, variabilidade da frequência cardíaca, exercício aeróbio.
Objetivo: analisar o efeito do treinamento físico aeróbio (TFA) na modulação autonômica cardíaca, avaliado pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC), em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Metodologia: participaram do estudo 30 mulheres na faixa etária entre 18 e 34 anos, com diagnóstico de SOP de acordo com o Consenso de Rotterdam, que foram divididas em dois grupos: 1) grupo treinamento (GT; n=15) que concluíram programa de treinamento aeróbio durante 16 semanas, três vezes por semana e 40 minutos por sessão; e 2) grupo controle (GC; n=15) que não participaram do treinamento. A VFC foi analisada antes e após o período de estudo, sendo analisada pelos métodos linear e não-linear. Para avaliar o efeito do treinamento sobre as variáveis da análise da VFC foi ajustado um modelo de análise de covariância multivariado (MANCOVA) tendo como covariáveis o IMC, a Insulina e a Testosterona e como fator explicativo o grupo (tratamento, controle).
Resultados: As características clínicas quanto ao peso, circunferência de cintura, IMC, pressão arterial, frequência cardíaca, VO2 máx, insulina de jejum e testosterona, não apresentaram diferença estatisticamente significativa (p>0.05) entre os grupos pré-intervenção. Observaram-se após o TFA, aumentos significativos no RMSSD (p < 0.0001) e no RMSM (p = 0.002). Na análise espectral no domínio da frequência foi encontrado aumento significativo no AF in unidades absolutas (p < 0.0001), a variável AFun também apresentou um aumento significativo (p < 0.001), enquanto que BFun demonstrou diminuição significativa (p < 0.001). Na análise das variáveis pelo método não-linear foram encontradas diferenças significativas na ES, 0V e 2ULV (p<0.05), caracterizando uma melhora na modulação autonômica da frequência cardíaca do grupo treinado.
Conclusões: o TFA melhorou a VFC em repouso de mulheres com SOP, caracterizado pelo aumento na atividade parassimpática e redução da atividade simpática na frequência cardíaca. Os resultados reforçam a importância da abordagem interdisciplinar na avaliação e tratamento de mulheres com SOP, com vistas à redução de morbidade relacionada ao sistema cardiovascular.